Vila Praia de Âncora assinala centenário
2021-03-05 às 08h03
Equipa foi liderada por Bjorn Johansson, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Escola de Ciências da UMinho. Gene isolado num besouro permite degradar a madeira, revela na Scientific Reports, do grupo Nature.
Uma equipa da UMinho e do Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (EUA) descobriu uma enzima que degrada um dos açúcares mais abundantes na natureza, tendo potencial na produção de biocombustíveis e molé- culas com interesse farmacológico. O trabalho, que acaba de sair na conceituada revista Scientific Reports, do grupo Nature, teve o apoio do Programa Fulbright na Suécia e em Portugal e está já a ser alvo de patente nos EUA e na Europa.
A equipa foi liderada por Björn Johansson, do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da UMinho. Os investigadores procuraram microrganismos capazes de consumir um açúcar da madeira (xilose), para esta poder vir a ser usada como matéria-prima na produção de compostos de valor comercial. Seleccionaram então um besouro do leste dos EUA, que consome xilose graças aos microrganismos que habitam no seu intestino.
Os cientistas analisaram o ADN desses microrganismos e vários genes de interesse foram sintetizados e testados em levedura; um deles revelou-se muito eficiente, permitindo-lhe consumir aquele açúcar da madeira. A levedura usada foi a de padeiro e da cerveja (S. cerevisiae), que é a mais comum na transformação industrial dos açúcares. Esta levedura só consegue desenvolver-se em xilose quando é modificada com genes de outros organismos que têm essa capacidade, como foi o caso.
Os investigadores verificaram que aquela enzima foi 72% mais eficiente a converter xilose quando comparada à enzima convencional usada até aqui. Isso ocorreu igualmente quando foi submetida a um contexto de temperaturas mais altas, que são comuns na fermentação industrial. Registou-se ainda que a atividade específica daquela enzima foi 2.6 vezes maior do que a convencional.
“São resultados estimulantes”, diz Björn Johansson. A xilose está presente na madeira, logo é uma fonte de energia renovável e disponível na maioria do terreno fértil do planeta. A madeira como matéria-prima inclui ainda os seus excedentes, até agora sem aparente interesse comercial. “A nossa ferramenta permitirá produzir moléculas com elevado valor a baixo custo e com pegada ambiental reduzida”, realça o professor do Departamento de Biologia da UMinho.
A sua equipa, que conta com os portugueses Paulo César Silva e Flávio Azevedo, está a patentear a tecnologia de engenharia genética que desenvolveu, nos EUA e na Europa, onde há indústrias focadas em produzir biocombustíveis a partir de matéria vegetal, numa fase em que é imperativo reduzir o consumo de combustíveis fósseis e derivados e as alternativas sustentáveis ganham relevo na biotecnologia internacional.
17 Março 2024
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos.
Deixa o teu comentário