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Tráfico Humano: “as redes sociais têm facilitado o recrutamento de vítimas”
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Tráfico Humano: “as redes sociais têm facilitado o recrutamento de vítimas”

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Tráfico Humano: “as redes sociais têm  facilitado o recrutamento de vítimas”

Braga

2018-12-14 às 10h00

Paula Maia Paula Maia

MÁRCIA ENES, coordenadora da delegação de Braga da OIKOS, chama a atenção para os perigos das redes sociais para os mais novos, potenciais vítimas de tráfico de seres humanos, tema que este em análise na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva.

Citação

As redes sociais constituem-se cada vez mais como uma plataforma de recrutamento para o tráfico de seres humanos em Portugal, nomeadamente para exploração laboral e sexual. As principais vítimas continuam a ser as mulheres. Quem o diz é a coordenadora da delegação de Braga da Oikos - Cooperação e Desenvolvimento, uma Organização Não-Governamental, cuja sede se situa em Oeiras, mas que tem em Braga a sua única delegação.
‘Tráfico de seres humanos em Portugal: prevenção, investigação e intervenção’ foi o tema que a delegação da Oikos colocou, ontem, em discussão, na Biblioteca Lúcio?Craveiro da Silva, convidando várias entidades para analisar que operam neste campo.
“As redes sociais colocam o traficante dentro de casa. As crianças falam com alguém que pensam ser um amigo, mas cuja identidade muitas vezes não é verdadeira. Vão conquistando, muito devagarinho, a confiança dos mais novos que acabam por ser uma presa fácil”, revelou ao CM Márcia Enes, acrescentando não ter dúvidas de que as redes sociais “têm facilitado o recrutamento de vítimas”.
“São os dados que temos. Desde que as redes sociais começaram a ser mais usadas, o recrutamento tornou-se muito mais fácil. Facilmente se convence alguém, através de uma identidade falsa, a marcar um encontro. É isso que se está a verificar”, continua a coordenadora.
Centrando o seu trabalho junto da população estudantil, com incidência no papel da sensibilização e prevenção, a organização tem apelado aos mais novos para alguma medidas que devem tomar. “Apelamos para não partilharem fotografias pessoais, para não falarem com pessoas des- conhecidas, nem derem dados sobre sua localização”, revela Márcia Enes.
Estas são medidas válidas para a exploração sexual como a exploração laboral, ainda com forte expressão no nosso país. De acordo com Rui Zilhão, responsável do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que participou nesta sessão como orador convidado. “Neste momento temos um aumento considerável de processos-crime instaurados por recrutamento de seres humanos para exploração laboral, na ordem dos 300 por cento relativamente ao ano passado”, adianta Rui Zilhão.
A procura de emprego através das redes sociais pode também constituir um perigo se não forem adoptadas medidas preventivas, especialmente para quem procura trabalho no estrangeiro. Neste âmbito, a Oikos informa os passos que se devem ter em conta antes de partir à procura de uma vida melhor: procurar emprego junto das entidades formalmente reconhecidas; avaliar a veracidade da oferta (por exemplo, através do Gabinete de Apoio ao Emigrante); conhecer os direitos dos trabalhadores residentes no estrangeiro, através da Rede Eures; à chegada deve combinar um dia e uma hora para contactar um familiar e/ou amigo após a viagem.
“Sentimos que há pouca informação sobre esta temática e sobre o próprio conceito de tráfico. Os jovens, por exemplo, confundem tráfico com rapto, pedofilia, com crime generalizado, delinquência. Pouco sabem o que é o fenómeno, que tipos de tráfico é que existem, que riscos correm no dia-a-dia”, adianta a propósito a coordenadora da Oikos.
Em representação da Câmara Municipal de Braga, o vice-presidente que presidiu à sessão de abertura do seminário, confessa que este é ainda um tema “fracturante” na sociedade do século XXI onde o tráfico de seres humanos é ainda uma “realidade que subsiste”.
Firmino Marques trouxe à sessão alguns números referentes aos processos-crimes detectados em território nacional nos últimas anos, adiantando que na realidade os números vão muito mais além dos que os que são apresentados nas estatísticas. Para fazer face à realidade, o autarca frisa a importância de cada cidadão estar atento aos sinais de alerta. “Cada um de nós deve ter o dever de indicar às autorides competentes os casos detectados”, aponta Firmino Marques, enaltecendo o trabalho em rede que é desenvolvido por várias instituições. “O Município de Braga está disponível e tem, meios para ajudar os que precisam de ajuda. Temos uma rede social da qual nos orgulhámos”, remata.

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