Campeão nacional de juvenis na época 2018/2019, Tiago Ferreira, o guarda-redes de andebol do ABC, agora com 20 anos, tem sido chamado de forma constante para representar a selecção nacional do escalão sub-21 e quer integrar a convocatória para Campeonato do Mundo sub-21 que vai ter lugar, entre os dias 20 de Junho e 2 de Julho, na Grécia e na Alemanha.
No Mundial do escalão de sub-21, além dos dois países organizadores, só da Europa vão estar como é habitual as potências desportivas do costume: as equipas da Dinamarca, França, Hungria, Islândia, Polónia, Espanha, Suécia, Croácia, Eslovénia e Sérvia.

De outros continentes, destaque para a presença de dois países lusófonos: Angola e Brasil.
“Sim, é para isso que eu estou a trabalhar. Desde que eu jogo andebol sempre foi um objectivo representar Portugal”, admite o jovem guarda-redes, em declarações que presta ao Correio do Minho.
“Felizmente, no ano passado tive oportunidade de estar na equipa que disputou o Europeu. Foi a maior competição, em que parou irei até agora. Temos um grupo bastante bom para fazer uma coisa engraçada. Não temos objectivos traçados, mas tenho a certeza de que os objectivos são altíssimos, para fazer uma boa classificação no Mundial, que é o meu próximo objectivo”, acrescenta, no início de conversa para uma breve entrevista:

P - É jovem, tem 20 anos, há guarda-redes no activo com 40 anos…
R - Incluindo um companheiro de equipa (Humberto Gomes)…

P - Espera chegar à selecção principal?
R - Tenho plena noção de que não é uma coisa que vai chegar assim com facilidade. Tenho anos de trabalho para conseguir esse objectivo. Mas sim, é um objectivo que tenho na cabeça. É para isso que eu trabalho.

P - Sempre quis ser guarda-redes?
R - Comecei ainda antes do ABC no desporto escolar. O treinador no desporto escolar era o treinador do meu escalão no ABC. Nuno Cardoso.

P - Depois apanhou ainda nos primeiros anos o Filipe Magalhães, que é o seu actual treinador nos seniores…
R -­ Exactamente. Apanhei-o nos iniciados, nos juvenis, nos juniores

P - Mas quis sempre ser guarda-redes?
R - No primeiro treino, lá no desporto escolar, quase ninguém conhecia ainda as posições do andebol. Perguntaram quem é que vai à baliza? E eu respondi qu ia eu, logo no primeiro treino. No primeiro treino fui para a baliza, depois fiquei no segundo, nunca mais saí de lá. Gostei.

P - Nunca quis experimentar outras posições? Lateral ou pivot, por exemplo?
R - Não. Às vezes ainda faço umas brincadeiras nos treinos, venho cá fora fazer uns remates, mas não. É para a baliza.

P - Tem guarda-redes a nível mundial que lhe sirvam de exemplos? O Perez Vagas, o Vincent Gerard? O Niklas Landim?
R - Claro. Eu, ainda por cima, vejo muito andebol. Ainda agora, a ver o Campeonato do Mundo, vi quase todos os jogos. Às vezes acontecia estarem a dar dois jogos ao mesmo tempo e eu punha um no computador e outro no telemóvel. Gosto muito de assistir. Na minha posição, ao ver, aprende-se muito. Porque a posição de guarda-redes de andebol é muito de estira e também de jogar com os outros.
Eles tentam variar e nós tentamos entrar na cabeça deles. Mas sim. O Landim, o Perez de Vargas são muito bons guarda-redes e servem de inspiração.