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TAP impede o Norte de encontrar soluções de conectividade aérea

Entrevistas

2023-03-06 às 06h00

José Paulo Silva José Paulo Silva

Inácio Ribeiro, vice-presidente da Entidade Regional de Turismo Porto e Norte de Portugal, em entrevista ao programa ‘Da Europa para o Minho’, critica política da transportadora aérea a Norte.

Citação

A conectividade aérea para destinos como a América do Sul ou o Extremo Oriente é “um dos dois grandes constrangimentos” com que se debate actualmente o sector do Turismo a Norte. A constatação é do vice-presidente da Entidade Regional de Turismo Porto e Norte de Portugal, Inácio Ribeiro, convidado da edição do do programa ‘Da Europa para o Minho’.
Na emissão da rádio Antena Minho, aquele responsável considerou que “a TAP é um problema” para o Norte, uma vez que “impede de encontrar soluções” em termos de rotas turísticas.
Inácio Ribeiro entende que a resolução de problemas de actuação da TAP que levaram, por exemplo, a que o Brasil caísse, de 2019 para cá, de terceiro para sexto mercado emissor de turistas do Porto e Norte de Portugal, ao passo que os Estados Unidos da América, mercê do reforço de ligações com o aeroporto Sá Carneiro, subiu do sexto para o terceiro lugar dessa tabela.

“Com quatro ou cinco milhões de euros, desafiávamos outras companhias a operar para a América do Sul e o Extremo Oriente”, afirmou Inácio Ribeiro no programa conduzida pelo jornalista Paulo Monteiro, com a participação habitual do eurodeputado José Manuel Fernandes.
“Os mercados dos Estados Unidos da América e do Canadá têm tido um crescimento fantástico nos últimos dez anos e as exportações de vinho têm crescido na mesma proporção dos visitantes’, observou o vice-presidente da Entidade Regional de Turismo.
Numa conjuntura de crescimento, o Turismo do Porto e Norte de Portugal sofre, segundo o vice-presidente da Entidade Regional, de um outro constrangimento: a distribuição mais equitativa das visitas e dos respectivos rendimentos pelo território.

Inácio Ribeiro adianta, no entanto, que essa “distribuição tem vindo a melhorar no Minho”, não tanto em Trás-os-Montes.
“O nosso esforço vai no sentido de promover os subdestinos”, referiu o vice-presidente do Turismo Porto e Norte, para contrariar estatísticas recentes que davam conta de 70% dos proveitos turísticos da região retidos “em torno do Porto”, 20 a 22% no Minho, 6% no Douro e 2% em Trás-os-Montes.
Na entrevista a ‘Da Europa para o Minho’, Inácio Ribeiro perspectivou que “o Turismo Religioso vai continuar a crescer em Braga e S. Bento da Porta Aberta”.

Este responsável sustentou que o Turismo na região Norte é cada vez menos pontual e sazonal, sendo estratégia da Entidade Regional fazer desta indústria uma actividade permanente e duradoura.
“O?nosso sucesso está assente na promoção permanente do território”, defendeu, lembrando que, durante o período da pandemia, “fomos muito audazes, premiados e reconhecidos”.
Presente na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), que decorreu até ontem, o vice-presidente do Turismo Porto e Norte, fez um balanço “extremamente positivo” da representação da Entidade Regional, que promoveu mais de 500 acções de promoção do território.
“Ultrapassámos as nossas expectativas em termos de desempenho na BTL. A vontade de relançar é muito grande, depois de dois anos de dificuldades”, adiantou.

Região tem ainda um potencial enorme de crescimento de visitantes

O vice-presidente da Entidade Regional de Turismo Porto e Norte de Portugal confia que a região alcançará, nos próximos anos, os sete milhões de visitantes, mantendo o actual ciclo de crescimento da actividade turística. “Temos um potencial muito grande de crescimento de visitantes”, afirmou Inácio Ribeiro no programa ‘Da Europa para o Minho’.
O responsável do Turismo do Porto e Norte admitiu que a actual trajectória de crescimento do sector manter-se-à apesar da actual conjuntura inflaccionista e de persistência da guerra na Ucrânia.
Reconhecendo que a guerra é um factor “destabilizador”, Inácio Ribeiro destaca que Portugal está no outro extremo da Europa, oferecendo “aquilo que o turista quer: segurança”.
O vice presidente do Porto e Norte de Portugal lembra que “o Turismo é a indústria da paz”.

Quanto à inflação, Inácio Ribeiro entende que também “não será por aí que os operadores turísticos sentirão dificuldades”, só se apercebendo de eventuais constrangimentos “quando fecharem as contas”.
Em suma, o dirigente da Entidade Regional de Turismo acredita que “o crescimento continuará a ser de excelente nível”, depois de o território “ter crescido em todos os indicadores em 2022”.
O Turismo no Porto e Norte de Portugal representa actualmente seis milhões de turistas por ano, contra os dois milhões contabilizados uma década atrás.
Esse conjunto de visitantes são responsáveis por cerca de 11,5 milhões de dormidas.

“Os resultados de 2022 são implacáveis. Os operadores turísticos estão convencidos que o Norte é um território ‘premium’ para promover”, disse.
“O?Turismo é um sector que, nos últimos dez anos, tem segurado as contas e a sustentabilidade do país”, advoga Inácio Ribeiro, relevando o contributo de 16,8 mil milhões de euros para o PIB, de forma directa e indirecta. “Se tirássemos esses 16,8 mil milhões de euros da economia, teríamos grandes dificuldades de emprego e de rendimentos”, notou.

Alojamento local não pode ser regulado de forma cega

O programa governamental ‘Mais Habitação’, nomeadamente às restrições que impõe à ao alojamento local, foi uma das matérias abordadas na entrevista do vice-presidente da Entidade Regional de Turismo Porto e Norte de Portugal, com Inácio Ribeiro a considerar que, na regulação desta actividade, não podemos ser “muito cegos”.
Este dirigente da entidade de promoção do Turismo nortenho refere que as câmaras municipais, através de instrumentos de gestão do território, já têm “mecanismos para imporem alguma ordem no alojamento local, se entenderem ser o melhor para o seu concelho”.

Inácio Ribeiro afirmou que “mais democrático é o território quanto mais atomístico e disperso for o local, porque mais rendimentos ficam no território, distribuídos por diferentes pequenos operadores”.
No que respeita às perspectivas de investimento no sector turística, o vice-presidente da Entidade Regional anota que “os operadores de grande dimensão investem com conhecimento de longo prazo”, o que é visto como “promissor”.

Inácio Ribeiro antevê para os próximos meses a abertura de avisos de programas comunitários para apoio ao investimento, sendo que “ Minho, Douro e Trás-os-Montes têm excelentes projectos a começar ou em análise”.
A própria Entidade Regional de Turismo Porto e Norte de Portugal vai “colocar no mercado” as Caldas de Moledo, na Régua, sustentando o vice-presidente a relevância do sector aquista nas região Norte, onde estão localizadas quase metade das fontes de águas termais do nosso país.

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