Vaudeville Rendez-vous ainda com muito para ver até amanhã
2025-06-14 às 06h00
A resistência dos cristãos que viveram a sua fé em segredo durante séculos é reveladda na exposição ‘À sombra da Fé - a diáspora portuguesa e os cristãos escondidos no Japão’.
‘À sombra da Fé - a diáspora portuguesa e os cristãos escondidos no Japão’, assim se intitula a exposição inaugurada ontem no Museu Pio XII. A mostra reúne o espólio de Yoshinori Sahara, japonês falecido recentemente, que viveu décadas na cidade de Braga. Atraído pelo fenómeno do Cristianismo, Yoshinori Sahara investigou e recolheu artefactos sobre a existência dos cristãos escondidos no Japão (kakure kirishitan), artefactos agora expostos no Museu Pio XII, que nos contam a história das perseguições, execuções e proibições do Catolicismo no Japão.
Ao final da tarde de ontem, a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (BLCS) foi palco de um evento cujo intuito foi dar a conhecer à comunidade bracarense, aos educadores e docentes da região o fenómeno dos cristãos escondidos no Japão, decorrente da diáspora portuguesa no século XVI.
A organização esteve a cargo do Centro de Formação de Associação de Escolas Braga/Sul, com o apoio da Universidade do Minho (UMinho), BLCS, Museu Pio XII e Câmara Municipal de Braga.
O evento contou com a presença do embaixador do Japão, Ota Makoto, do Arcebispo Primaz de Braga, D. José Cordeiro, da vice-reitora da UMinho, Joana Aguiar e Silva, e de familiares de Yoshinori Sahara.
Parte do espólio será doado à UMinho e a outras entidades, tendo a vice-reitora deixado ontem um agradecimento pela oferta “que muito nos honra e entusiasma”. Joana Aguiar e Silva classificou o momento ontem vivido como “uma iniciativa louvável”, tendo, particularmente, em conta “o momento conturbado que vivemos em termos de forças internacionais”.
O conhecimento da história foi apontado como essencial para que não façamos “juízos levianos e superficiais”. “Conhecer a história é fundamental para que possamos conhecer os valores que regem as nossas comunidades”, notou Joana Aguiar e Silva, parabenizando o evento por “celebrar a tolerância e o encontro de culturas”.
D. José Cordeiro recordou ontem a recente viagem que fez ao Japão, onde fez a peregrinação dos cristãos escondidos em Nagasaki, “uma experiência marcante e de profundo respeito”, disse. O Arcebispo Primaz de Braga notou que “a presença da Igreja Católica no Japão é uma minoria, não chegando a um milhão de fiéis”. “Na cultura japonesa é difícil a convivência com o Catolicismo, no entanto, existem valores que se aproximam”, considerou.
Por sua vez, o embaixador Ota Makoto recordou a história do Cristianismo no Japão, introduzido por Francisco Xavier em 1549, e proibido em 1614, tendo sido muitos missionários expulsos e igrejas destruídas. A fé dos cristãos manteve-se escondida por mais de 250 anos, tendo o édito de proibição sido revogado em 1873. Ota Makoto sublinhou os laços históricos significativos entre Japão e Portugal e classificou Yoshinori Sahara como “uma ponte entre os dois países”, disse.
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