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2023-09-28 às 06h00
Escritor e ilustrador bracarense inicia hoje, a convite do Instituto Camões, um périplo pela América do Norte junto de comunidades portuguesas.
Nos próximos dias, o escritor e ilustrador Pedro Seromenho vai aos Estados Unidos da América e ao Canadá, para uma viagem de duas semanas.
No âmbito do plano de divulgação da Língua Portuguesa da Coordenação do Ensino Português nos EUA (CEPE-EUA), do plano de incentivo à leitura do Camões, IP, e mais uma promoção da leitura em língua portuguesa, a CEPE-EUA, em articulação com a rede diplomática e consular nos EUA, convidou Seromenho para um périplo na Costa Leste de hoje até a 8 de Outubro.
O escritor e ilustrador radicado em Braga vai dinamizar com o apoio do Camões, Instituto da Cooperação e da Língua, IP e da Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento (FLAD) sessões com comunidades educativas de escolas portuguesas (ensino paralelo) e americanas (ensino integrado) onde se ensina a língua portuguesa, bem como bibliotecas, e clubes portugueses de áreas consulares.
“Vou escrever, ilustrar e contar histórias”, adiantou ao Correio do Minho o autor, que, embora sendo licenciado em Economia, vive das artes e narrativas para jovens.
Na primeira semana, o autor estará em Boston, New Bedford, Providence, Newark, Connecticut e Nova Iorque.
Na segunda semana, viaja ao Canadá, mais uma vez a convite do CEPE do Instituto Camões, e para a cidade de Toronto e arredores.
“Levarei e partilharei o meu trabalho e paixão”, acrescenta, agradecendo os convites do coordenador do Ensino Português nos Estados Unidos da América, João Caixinha, e do coordenador do Canadá, José Pedro Ferreira.
“Todos os anos, eles tentam levar um autor até junto das comunidades. Claro que houve um interregno causado pela pandemia e que acabou por dar azo a uma série de sessões online nas quais pude participar. Agora, já não fazem tanto sentido e está na hora de retomarem essa iniciativa presencial. Creio que o último autor que os visitou foi o escritor António Mota, por quem tenho uma grande estima e amizade, revela Seromenho.
“Para mim tudo tem o seu momento. É muito importante ganhar visibilidade fora do meu país, e, quem sabe, abrir outras portas junto dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), prossegue ainda o escritor, que nasceu em África, em Salisbúria, Rodésia, “num país que já não existe”, refere. Com a independência, o país passou a chamar-se Zimbabué e a capital-natal passou a chamar- -se Harare.
“Gostaria de visitar escolas e encantar as crianças de Timor- -Leste, Cabo Verde, Moçambique, Zimbabué, Namíbia, etc. Creio que o mundo se tornou cada vez mais pequeno e o poder da escrita, das artes e da cultura afirmou-se como universal”, acrescenta, explicando que para esta viagem à América leva um projecto no qual está a trabalhar, chamado ‘A volta ao mundo em 80 provérbios ilustrados’.
“Nasceu dos meus diários gráficos e ganhou outra dimensão. Não tenho prazos nem data de publicação, mas apenas o desfrute de desenhar e conhecer o mundo através da arte e da palavra. Cada país terá o seu provérbio e respectiva ilustração. Levá-lo-ei comigo e pedirei aos alunos para me sugerirem provérbios para estes dois países que agora visito”, adianta.
Com os provérbios escritos em português, inglês e na língua materna de cada nação — prossegue, haverá ainda a universalidade dessa língua que é a ilustração. “Por exemplo, o provérbio da Lituânia, ‘Não dês um ovo cozido a um preguiçoso, que ele pedirá que o descasques’, surgirá em português, inglês e lituano”, explica, acrescentando tratar-se de uma obra dividida em quatro volumes, para quatro continentes, sendo que o primeiro volume dedicado à Europa, está quase pronto.
No seu percurso, o autor também leva aos Estados Unidos e ao Canadá, alguns dos seus livros como ‘As Gravatas do meu Pai’, o ’Sete Vidas’ ou ‘O meu Avô Consegue Voar’, “numa viagem de emoções e memórias rumo à internacionalização”.
Sobre isto, Seromenho admite que pode estar a viver um ponto de viragem interessante, considerando que em Portugal “já tenho o meu trabalho autoral relativamente consolidado, sou patrono de algumas bibliotecas e curador de alguns eventos culturais, tenho uma editora infanto-juvenil com treze anos de actividade, uma empresa gestora de eventos e, agora, acredito que está na altura de iniciar novos caminhos e projectos”.
Mesmo em Portugal, além destes, o autor tem a agenda preenchida já para 2024 com outros planos. No que toca a novidades literárias, está em marcha o livro infanto-juvenil ‘Ninguém’, com ilustrações de Soraia Oliveira, que será lançado no próximo dia 25 de Novembro a propósito da temática central da não violência, e ainda a obra ‘As Galochas Vermelhas’ com ilustrações de Rachel Caiano, na comemoração dos 50 anos do 25 de Abril de 1974.
Seromenho prossegue ainda as suas actividades enquanto curador de eventos, com destaque para a sétima edição do Braga em Risco, encontro de ilustradores, que decorre ainda este ano, de 18 a 30 de Novembro.
“Esta experiência de programar, produzir e realizar eventos é importante para mim enquanto autor, porque me permite contactar com artistas de outras artes, como a música, o teatro, a performance ou as marionetas, promovendo o meu pensamento crítico, inclusivo e multidisciplinar”, salienta.
Outro projecto em que está envolvido para 2024 é o centenário de Sebastião da Gama, no dia 10 de Abril de 2024, em que organiza uma coletciva com 23 ilustradores, inspirada nas ‘Janelas’ do poeta de Azeitão, que viveu e ensinou no interior alentejano.
Seromenho planeia ainda para breve o início da escrita para peças de teatro, estreando em Outubro próximo a peça ‘A Torneira de Ideias’ num projecto apoiado pelo Fundo Ambiental e pelas Águas do Norte. A peça sube ao palco em 66 municípios, procurando educar e motivar os alunos no que respeita ao uso da água da torneira.
Questionado sobre se procura que as suas obras façam passar mensagens pedagógicas ou valores éticos, o escritor responde firmemente que “não sou moralista, pelo contrário, o meu propósito é desconstruir e divertir”, embora reconheça que tem alguns livros publicados em que, de um modo “mais ou menos subliminar”, passa mensagens importantes. “Não devemos impor ideais ou morais. Os livros importam, porque nos obrigam a pensar”, remata.
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