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Sandra Cardoso: A única força verdadeira voz da região e que tem enfrentado a direita sem medo
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Sandra Cardoso: A única força verdadeira voz da região e que tem enfrentado a direita sem medo

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Sandra Cardoso: A única força verdadeira voz da região  e que tem enfrentado a direita sem medo

Entrevistas

2025-04-24 às 06h00

Joana Russo Belo Joana Russo Belo

Correio do Minho prossegue a série de entrevistas aos cabeças-de-lista dos partidos com assento parlamentar na antecâmara das eleições de 18 de Maio. Sandra Cardoso, candidata da CDU por Braga, dá a conhecer os objectivos do partido nas legislativas e reforça a necessidade de voltarem a eleger um deputado para dar voz à região no Parlamento.

Citação

A tarefa “não é fácil”, mas a CDU parte para estas eleições com o objectivo claro de voltar a eleger um deputado que possa ser “a verdadeira voz da região” no Parlamento. Em entrevista à Rádio Antena Minho, Correio do Minho e CMinho TV, a cabeça-de-lista Sandra Cardoso lamentou o “jogo político e mediático que leva as pessoas a pensar que o que está em jogo é a eleição de um primeiro-ministro” e lembra que no próximo acto eleitoral de 18 de Maio “estamos a votar para 230 deputados”, cuja distribuição na Assembleia da República “pode ter efeitos preponderantes nas políticas que se vão seguir”.
“O que complica é, definitivamente, andar a falar, principalmente o PS, do voto útil. O voto útil definitivamente à esquerda não é no PS, porque o PS tem mostrado que está sempre pronto a dar a mão à direita. Portanto, a única força política que, verdadeiramente, tem enfrentado a direita sem medo e com a coragem de sempre tem sido a CDU, tem sido o PCP na Assembleia da República. É isso que nós temos que pensar, se queremos continuar com as mesmas políticas. Portanto, eu acho que aqui o voto útil está à esquerda e dentro da esquerda, obviamente, está no nosso partido”, sublinhou Sandra Cardoso, considerando que o facto de ser a única mulher cabeça-de-lista por Braga “é um ponto a favor”, assim como “a real noção” e “o conhecimento dos problemas da nossa região”, por estar na Assembleia Municipal e no concelho de Braga “ao contrário de outros candidatos mais mediáticos”.
Desde 2015, quando foi eleita Carla Cruz, a CDU na voltou a ter mais representantes na Assembleia da República por Braga e Sandra Cardoso diz ser “evidente a falta que faz um deputado desta força política”no Parlamento: “aqui neste distrito temos 19 deputados, são todos PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal. E eles vão lá votar contra o distrito, isto é preciso que se diga, eles vão lá votar contra o distrito”, frisou. E esclareceu.
“Nós só temos quatro deputados na Assembleia da República e nenhum deles foi eleito pelo circuito eleitoral de Braga. Não obstante, foram estes quatro que apresentaram na Assembleia da República uma proposta para construir, por exemplo, uma nova aula cirúrgica no Hospital de Braga, que é tão urgente. Foi aprovada? Não, foi rejeitada, com os votos contra de PS, PSD, Iniciativa Liberal e Chega. Agora digam-me, onde é que estavam estes 19 que foram eleitos aqui pelo distrito? E dou outro exemplo, o Hospital de Barcelos foi também à Assembleia da República numa proposta da CDU e foi votado contra”.
Portanto, esclarece a candidata, “enquanto tivermos pessoas que votam em Lisboa, diferentemente daquilo que prometem e defendem aqui na região, isto tem de ser alvo de análise séria da nossa população. Uma coisa é certa e fica aqui o meu compromisso: se for para Lisboa, obviamente que vou defender e vou votar aquilo que estou a prometer e a defender em Braga”, garantiu Sandra Cardoso, considerando seria “a verdadeira voz da região”.
Para além dos exemplos dos Hospitais de Braga e Barcelos/Esposende, a cabeça-de-lista da CDU enumerou outras situações, nomeadamente “os graves problemas na educação” no distrito, como as condições da Escola Frei Caetano Brandão (Maximinos) e da Escola de Amares.
“Estas questões já foram levadas à Assembleia da República. A Escola de Amares já esteve em discussão mais do que uma vez. Imaginem se eu também pudesse ter lá mais esta voz da região. É um compromisso que assumo se for eleita”, garantiu.

Salários, habitação e saúde entre as prioridades da CDU

Uma das bandeiras da CDU para a campanha nestas legislativas é o salário mínimo nacional. Para combater o problema dos baixos salários, o partido propõe “um choque salarial”, com Sandra Cardoso a explicar que o aumento é já para ser posto em prática este ano.
“A nossa proposta continua a ser mil euros, não é em 2029, porque as pessoas não têm hoje maneira de fazer face ao custo de vida, de pôr comida na mesa, de pagar as contas todas ao fim do mês e ter uma habitação condigna. Estamos a falar de viver com as condições mínimas. Com 800 euros é impossível”, sublinhou a cabeça-de-lista, revelando que esta subida é já “para Julho de 2025”.
“E esta proposta já foi duas vezes à Assembleia da República. Portanto, já foi o ano passado, em Outubro, para em Janeiro de 2025 entrar com mil euros, e em Novembro foi proposta novamente na Assembleia da República e chumbada pelo PS, pelo PSD, pela Iniciativa Liberal e pelo Chega. Noto que estes partidos não têm uma ligação real à vida da maioria dos portugueses, não têm. É impossível terem”, referiu, lembrando que, neste momento, também o salário médio “fica muito abaixo da zona euro”.
“Se queremos estar na Europa, vamos estar na Europa, então. Mas vamos equiparar salários também. Entre outras prioridades, acho que os salários é fundamental e aqui no distrito é algo que assola”, frisou.
A juntar aos salários baixos, a habitação é uma das bandeiras da CDU, com Sandra Cardoso a defender mais habitação pública em Portugal.
“A habitação é uma daquelas áreas em que é, de facto, o liberalismo a funcionar, porque temos apenas 2% de habitação pública em Portugal. Portanto, a maioria está à mercê dos mercados e, portanto, da especulação e estamos a ver o que é que dá. O que é que dá quando as coisas não são controladas e é a lei da selva. Hoje, comprar uma casa é um sonho”, lamentou, dando conta de que o partido apresenta um “Programa Nacional de Habitação, para construir e manter aquela que já existe, mas construir mais, porque é necessária”. Por outro lado, é necessário “revogar a lei dos despejos”, assim como “um tecto das rendas é fundamental” e “pôr os lucros da banca a sustentar as taxas de juros que são altíssimas”.
“Há estudantes que estão a deixar de estudar”, alertou a candidata.
A saúde é outra das bandeiras do partido para estas eleições e, neste campo, Sandra Cardoso critica a possibilidade do Hospital de Braga passar, novamente, para uma Parceria Público-Privada (PPP), que diz ser “um retrocesso”.
“Não precisamos de uma PPP para aprovar uma nova ala cirúrgica no Hospital de Braga. Precisamos de vontade política e dos deputados que lá estão gerirem bem o nosso dinheiro e canalizarem-no para aquilo que, efectivamente, vai beneficiar as populações. Nós não somos contra a iniciativa privada. Isto tem que ficar claro também. Mesmo no âmbito da saúde, claro que isto tem que ser regulado e fiscalizado e a nossa Constituição da República defende isto mesmo. Que deve haver espaço para a iniciativa privada. Agora, ela não pode sobrepor-se, nem sobrevalorizar-se, relativamente à iniciativa pública. Porque o SNS é de todos. O SNS não pergunta qual é a sua conta bancária, qual é o seguro de saúde, qual é a doença, se vai gastar muito ou pouco e, portanto, poderá ou não ser tratado ali. O Serviço Nacional de Saúde é para todos. E isto é também um dos direitos que está consagrado na nossa Constituição e tem de ser, efectivamente, levado a sério”, realçou.
Para a cabeça-de-lista, o SNS “precisa de medidas urgentes, de políticas e de opções políticas que, de facto, possam melhorá-lo e com isso melhorar as condições de saúde da nossa população”.
Para além das questões gerais, a CDU propõe “fixar mais profissionais valorizando a carreira, valorizando os salários, principalmente a quem assina um contrato de exclusividade com o Serviço Nacional de Saúde”, atractividade que a candidata diz “tem que existir”, assim como “com os professores”, cuja “carreira tem que ser valorizada”.
A candidata refere ainda que a política de imigração “tem que levar uma volta” e que “sem imigrantes, neste momento, o nosso país não sobrevive”.

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