‘A Importância da Árvore no Contexto Urbano’ foi o tema do seminário que juntou, ontem de manhã, algumas dezenas de especialistas em ambiente na Universidade do Minho (UMINHO), em Gualtar.
O evento surgiu do estágio em Educação Ambiental. “É muito urgente falar-se deste tema que interessa a toda a gente. Estima--se que 70 por cento das pessoas futuramente viverão nas cidades e temos que oferecer o melhor que as cidades podem dar com as árvores”, destacou Ângela Pereira, organizadora do seminário e estudante do Mestrado de Educação de Adultos e Intervenção Comunitária, da Escola de Educação da Universidade do Minho.
Miguel Bandeira, pró-reitor da Universidade do Minho para o Desenvolvimento Sustentável e o Planeamento dos Campi, destacou as várias vantagens de ter espaços arborizados no contexto urbano. “A árvore é, desde logo, um elemento amenizador da temperatura, indutor da biodiversidade e um elemento decorativo”. O pró-reitor lembrou que as árvores são também seres biológicos que exigem algum cuidado especial. “A árvore num contexto urbano tem todo um conjunto de doenças e tratamentos específicos. Portanto, o domínio das podas das árvores merece ser analisado e reconhecido, porque tem as suas técnicas e as suas épocas. O estado fitossanitário das árvores tem de ser acompanhado porque as árvores também compreendem riscos para as pessoas e bens”, considerou Miguel Bandeira.
O docente universitário apelou também à participação activa da sociedade civil na defesa das árvores em contexto urbano. “Não há transformação social sem o protagonismo da sociedade civil.
A atenção que a sociedade civil tem tido face ao tema da árvore, é um sinal desse desenvolvimento, que precisa de uma intervenção sustentada com base no conhecimento”, apontou Miguel Bandeira.
O arquitecto paisagista Manuel Sousa explicou que as árvores são “essenciais para tornar as cidades mais sustentáveis. Deviam ser consideradas uma estrutura de saúde pública porque melhora a qualidade do ar e contribui para o bem-estar psicológico. Investir na arborizaçao das cidades é uma medida inteligente para enfrentar os desafios contemporâneos”.
Natália Costa, da Quinta Pedagógica da Câmara Municipal de Braga, deu a conhecer as várias vertentes e acções desenvolvidas naquele espaço, sempre a pensar numa perspectiva pedagógica.
“Se quisermos cidadãos mais conscientes, mais preocupados, cabe-nos o papel de os ensinar e levar a ter experiências positivas com a natureza e a Quinta Pedagógica é o epicentro da educação ambiental do município. As crianças aprendem fazendo”, disse Natália Costa. A engenheira agrária da Quinta Pedagógica revelou que o espaço tem vindo a ser muito procurado por visitantes. No ano passado foram registados mais de 50 mil visitantes.
Durante os seminários falou-se ainda de ‘Espécies Arbóreas Protegidas e Árvores Classificadas’, da ‘Árvore e o Risco do Diagnóstico à Sua Mitigação’ e do ‘Planeamento e Projecto do Arvoredo Urbano’.
Marcaram presença especialistas das universidades de Trás-os-- Montes e Alto Douro e do Porto, além do presidente da Câmara Municipal de Boticas.