‘Em Fafe, resistimos!’, assim se intitula a exposição inaugurada ontem no Arquivo Municipal de Fafe. A mostra assinala mais um aniversário da Revolução dos Cravos, levando-nos numa viagem pela resistência ao fascismo no concelho. Dando destaque a personalidades e a locais emblemáticos da resistência fafense, esta exposição traduz-se “numa homenagem e reconhecimento de todos aqueles que lutaram e sofreram pela liberdade”, notou Antero Barbosa, presidente da Câmara Municipal de Fafe.
A exposição convida a um mergulho na memória e na história local, homenageando a liberdade e a resistência contra o regime fascista, com foco nos acontecimentos e personagens emblemáticos de Fafe.
No momento inaugural, Antero Barbosa sublinhou que “Fafe deve ter orgulho do seu passado, e devemos agradecer a todos os que trazem para a luz aspectos desconhecidos da nossa história”. Com esta exposição “prestamos uma homenagem e reconhecemos todos aqueles que sofreram pela liberdade, sendo que muitos deles permaneceram até hoje no anonimato”.
O autarca de Fafe considerou ainda que “nada temos a esconder, antes pelo contrário. Devemos, sem qualquer censura, ser o mais transparentes e rigorosos possível na reconstituição destes momentos”.
Presente no dia de ontem esteve também a vereadora da Cultura, Paula Nogueira, para quem esta exposição vem “fazer justiça a muitos anónimos, que hoje deixam de o ser”. “Hoje vemos a sua história, lemos as suas cartas, vemos as suas fotografias, ouvimos os seus testemunhos. A todos deixo uma mensagem muito simples de profunda gratidão”, disse.
Paula Nogueira realçou ainda que o “fascismo deixou marcas, cicatrizes que se abrem ao recordar determinados momentos. ‘Em Fafe, resistimos!’ leva-nos a reflectir sobre este desejo de sermos livres. Nós somos herdeiros da luta pela democracia”.
Por sua vez, Artur Coimbra, comissário para as comemorações oficiais em Fafe dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, revelou que a exposição retrata a resistência ao fascismo através de testemunhos reais de resistentes, de documentos inéditos, de locais emblemáticos da resistência fafense, e de um núcleo sobre a Guerra Colonial.
A exposição conta ainda com uma sala dedicada aos 230 presos políticos de Fafe, sendo ainda possível visitar a réplica de uma cela onde os mesmos foram detidos.