Guerreiras apostam tudo na Taça
2025-03-08 às 06h00
Ricardo Silva, presidente da Junta de Freguesia de S.Victor, confirmou recentemente a candidatura independente à presidência da Câmara Municipal de Braga. Convidado do programa ‘Primeiro Plano’ da rádio Antena Minho e CMinho TV, assume que, mesmo fora dos partidos, o seu objectivo não se fica por ser eleito vereador.
Arqueólogo de profissão, 43 anos de idade, Ricardo Silva está a cumprir o terceiro mandato consecutivo como presidente da Junta de Freguesia de S.Victor. Após uma primeira eleição, em 2013, com a coligação ‘Juntos por Braga’, Ricardo Silva ganhou as duas seguintes eleições autárquicas na mais populosa freguesia do distrito de Braga à frente de listas independentes. No passado 26 de Janeiro, anunciou a candidatura à presidência da Câmara Municipal de Braga, nas eleições autárquicas deste ano, à frente do movimento independente ‘Amar e Servir Braga’.
Questionado em entrevista emitida ontem pela rádio Antena Minho e CMinho TV sobre se o seu objectivo é ser eleito presidente ou chega-lhe ser vereador, respondeu que o seu propósito é mesmo a liderança da Câmara com “uma equipa sólida, consistente e suficientemente trabalhadora para conseguir o desenvolvimento da cidade e do concelho de Braga”.
Ricardo Silva, cuja candidatura à Câmara Municipal de Braga já era equacionada há vários meses, confessou, na entrevista conduzida pelos jornalistas Paulo Monteiro e Rui Alberto Sequeira, que o que o motivou foi dar o seu contributo a uma política feita por cidadãos sem filiação partidária em prol de uma “cidadania activa no nosso concelho”.
O candidato revelou que teve “conversações com vários partidos”, mas nega que tenham havido “negociações” para uma eventual inclusão do seu nome em listas partidárias.
“Quem está na política tem de perceber vários cenários e, a dada altura, os programas de vários partidos e movimentos independentes. Tentámos perceber se a nossa candidatura é uma melhoria ou um obstáculo. O que estava em questão não era a participação, mas os conteúdos programáticos. Se estes seriam tocantes ou conflituantes. A partir do momento em que percebemos que o nosso programa parece ser mais coerente e ter esta participação cidadã, entendemos que devíamos seguir este movimento independente”, afirmou o actual presidente da Junta de Freguesia de S.Victor.
Em fase de recolha das cinco mil assinaturas necessárias para formalizar a sua lista à Câmara Municipal e restantes ór-gãos autárquicos do concelho de Braga, Ricardo Silva releva que “as candidaturas de matriz independente não concorrem com as mesmas condições dos partidos”, mas garante que “o que temos vindo a sentir é que este movimento tem sido bastante bem aceite”, confiante que irá atingir aquela meta “e até ultrapassá-la”.
Instado a revelar apoios de figuras do concelho à sua candidatura, Ricardo Silva não abre o jogo, afirmando que o apoio que mais o move “é o de uma franja significativa da população”. Alega: “Nesta fase não quero estar a avançar nomes. A equipa não está fechada, não só em relação à Câmara Municipal, mas também em relação à Assembleia Municipal e às Assembleias de Freguesia. Estamos confiantes que vamos apresentar uma equipa que vale mais pelo seu conjunto do que pelo seu cabeça-de-lista”.
Câmara Municipal tem de “ir a jogo”
para regular o preço da habitação
Ricardo Silva, enquanto autarca de freguesia e candidato à presidência da Câmara Municipal de Braga, identifica o custo da habitação como um dos grandes problemas com que se debate a população do concelho, defendendo que uma moderação dos preços de compra ou arrendamento não se atinge “só com aumento de construção”, mas também “com construção estrategicamente planeada e com uma participação da parte pública”.
Adiantou o candidato autárquico, no programa ‘Primeiro Plano’ da rádio Antena Minho e CMinho TV, que “só se consegue aceder a melhor habitação com preços acessíveis a uma grande franja da população”, sendo que “a parte pública vai ter que ser chamada a uma maior responsabilidade para conseguir uma melhor regularidade dos preços”.
Advoga Ricardo Silva que “o Município de Braga tem de ir a jogo com capacidade construtiva. Não a construir bairros sociais, mas quarteirões habitacionais a custos controlados para famílias de rendimentos médios”.
Ricardo Silva abordou o actual processo de revisão do Plano Director Municipal (PDM) de Braga no que diz repeito à expansão das zonas verdes.
“Nas eleições autárquicas de 2013, lembro-me de uma exposição na Avenida Central, na qual o executivo PS apresentava quatro espaços verdes. O único que está concretizado é o de S. João da Ponte, que não tem uma ligação directa ao Monte Picoto. O projecto do PS era fazer uma grande fusão entre o Picoto e S. João da Ponte”, recordou o candidato independente, constatando que hoje, passados quase 12 anos de gestão camarária PSD/CDS, “estamos à espera do Parque das Sete Fontes e o Parque Norte passou a ser uma área desportiva”.
Ricardo Silva vê “com empenho a ideia de se fazer um parque verde na zona de Real, Dume e Palmeira, que não deixa de ser um corredor”, advogando que o concelho de Braga precisa de “zonas verdes amplas e de mais áreas verdes, não só de mais uma”.
A propósito, o candidato à Câmara Municipal de Braga observa que “o parque verde das Sete Fontes ainda está longe de ser concretizado”, defendendo que “não se pode convidar as pessoas a usufruir do espaço sem lhes dar condições de segurança”.
“No primeiro mandato, abracei o projecto com toda a consciência. Vi o trabalho do primeiro mandato como muito bem feito, com uma equipa bastante sólida e consciente, com a vontade de fazer um tempo novo”, afirmou Ricardo Silva no programa ‘Primeiro Plano’, onde traçou um pequeno balanço do ciclo de governação do actual presidente da Câmara Municipal de Braga, Ricardo Rio.
Sobre o segundo mandato do edil social democrata, comentou que este “deu demasiada confiança ao exercício do executivo, parece que perdeu algum chão e foi fazendo coisas sem ouvir os presidentes de Junta de Freguesia e grande parte da população. Saíam uns coelhos da cartola como a ideia de referendar a venda do Estádio Mu-nicipal”.
Na avaliação do terceiro mandato em curso, Ricardo Silva faz um “paradoxo” relativamente ao desempenho dos primeiros quatro anos de gestão Ricardo Rio. Ou seja, “as coisas bem conseguidas são em número inferior às não conseguidas”.
Ricardo Silva já assumiu o propósito de apresentar listas em todas as juntas e uniões de freguesia do concelho de Braga, reconhecendo que o facto de ser menos conhecido nas freguesias periféricas, do concelho do que no meio urbano, “mais do que um obstáculo, é um desafio”.
Admite que “há caminhos que têm de ser feitos’, pelo que a sua “propositura de candidatura é ir ao encontro da população, aos reais problemas”.
Sentimento agridoce por Braga
não ser Capital Europeia da Cultura
“É um orgulho termos Braga Capital Portuguesa da Cultura em 2025, mas também não deixa de ser um sentimento agridoce não termos a possibilidade de sermos Capital Europeia da Cultura em 2027”, declarou o candidato à Câmara Municipal, Ricardo Silva, na análise ao desempenho do actual executivo, que viu vencida, na fase final, a candidatura aquele título europeu.
“Somos um concelho com um potencial vastíssimo, que pode dar cartas na estratégia cultural, o que não é propriamente fazer iniciativas avulsas de massas”, defende Ricardo Silva.
“Temos muitas iniciativas de massas, mas não houve uma que ficasse totalmente vazia: há procura para elas. O que eu acho é que podemos equilibrar o tipo de oferta”, alega o ainda presidente da Junta de Freguesia de Silva, segundo o qual o evento ‘Noite Branca’, por exemplo, “parece que é um produto comprado, quando acho que podemos alavancar o trabalho dos agentes culturais que temos dentro de portas, sem os paroquializar”.
No que à Cultura diz respeito, Ricardo Silva observa que os dois primeiros mandatos da coligação ‘Juntos por Braga’ “foram de construção de públicos assente nas instituições locais, o que infelizmente se perdeu”.
O facto de o presidente da Câmara Municipal ter chamado a si, no actual mandato, o pelouro da Cultura terá tornado “mais confortável” para Ricardo Rio “fazer a compra de determinados produtos que não assentam numa estratégia cultural, mas numa cultura de massas”.
“Quero trabalhar de perto com todos os presidentes de Junta de Freguesia e potenciar a sua capacidade de trabalho para melhorar a qualidade de vida das populações”, assume Ricardo Silva enquanto candidato à presidência da Câmara Municipal de Braga.
Sem ter ainda despido o fato de presidente de Junta de Freguesia, Ricardo Silva critica o actual executivo municipal por não ter delegado a execução de obras nas autarquias do centro urbano tal como fez com as juntas e uniões de freguesia periurbanas e rurais, limitando aquelas ao papel de meros emissores de atestados e fazedores de acções sociais.
“Quando somos confrontados com as queixas das pessoas, muitas vezes ficamos de mãos atadas, porque não temos capacidade de execução, de ter uma acção directa sobre determinados problemas”, lamenta Ricardo Silva.
Analisando a acção dos autarcas das freguesias urbanas, o autarca aponta desafios como os da multiculturalidade, da inclusão e da integração.
“Percebemos que temos um raio de afectação no acesso à habitação, nas questões da mobilidade, no fazer a coesão social nos bairros sociais e nos grandes quarteirões”, acrescenta.
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