Plano de actividades e orçamento de 2023 da euroregião da Galiza aprovado
2023-02-05 às 06h00
Ano de 2022 fica marcado por “taxas de crescimento muito significativas” em sectores como a restauração, o alojamento e o comércio e serviços, superando em alguns casos valores pré-pandemia.
O ano de 2022 foi de recuperação acentuada da economia com taxas de crescimento muito significativas, de forma geral, em todos os sectores de actividade. A título de exemplo, a restauração teve em Dezembro o melhor mês de sempre e no sector do alojamento foram ultrapassadas as receitas obtidas em 2019.
Apesar de 2022 ter ficado marcado pelo despoletar de uma guerra, o aumento do preço dos combustíveis, o aumento das taxas de juro e a escalada da inflação, o certo é que acabou por ser um ano “de recuperação acentuada da economia” nos concelhos da área de intervenção da Associação Empresarial de Braga (Braga, Amares, Vila Verde, Terras de Bouro, Póvoa de Lanhoso e Vieira do Minho).
O director-geral da AEB alerta, porém, que “temos de perceber que nos dois anos anteriores tínhamos tido baixas significativas’ nos indicadores económicos de quase todos os sectores de actividade, pelo que “é natural que a recuperação agora também seja mais vigorosa”. Nota ainda que há sectores que já estão muito perto de superar o cenário pré-pandemia, nomeadamente no sector do alojamento.
Segundo os dados da SIBS relativos a pagamentos electrónicos, o sector do alojamento gerou receitas, no concelho, de Braga, no valor de 21 milhões de euros, mais 58 face a 2021. “No entanto, aqui é de destacar que ainda não foi atingido o número de dormidas de 2019, mas as receitas já superaram as desse ano pré-pandemia”, salienta.
O ano de 2022 fechou com cerca de 620 mil dormidas, um número inferior a 2019, que foi o melhor ano de sempre para Braga. “Portanto 2022 registou menos 2 a 3% de dormidas face a 2019, que aqui é o ano que temos de ter como referência, pois foi um ano histórico para o turismo de Braga”, refere Rui Marques.
O director-geral da AEB destaca que o facto de terem sido ultrapassado a receita de 2019 “é um sinal de as empresas estão a conseguir acrescentar valor aos seus negócios e tirar mais proveitos.
Para Rui Marques, este é “um dos principais desafios que Braga tem para conquistar”. No entender do director-geral da AEB, “há ainda um espaço de crescimento muito significativo para o sector doo turismo” e acredita que “em 2026 Braga conseguirá atingir um milhão de dormidas”. Para Rui Marques, esse é o objectivo para o qual todas as entidades que operam no sector têm de colaborar.
Relativamente ao comércio e serviços, Rui Marques refere que a AEB já perspectivava um bom desempenho da economia e prova disso é a estimativa que avançou em Novembro sobre o desempenho durante o mês de Dezembro. “Na apresentação do programa ‘Braga é Natal’ avançámos que esperávamos atingir os 250 milhões de euros em transacções económicas no concelho de Braga. Esse valor foi largamente superado, tendo sido registadas transacções no valor de 259 milhões de euros durante Dezembro, mais 24% do que no mesmo mês de 2021”, refere Rui Marques, acrescentando que desse valor, 192,2 milhões de euros referem-se a pagamentos electrónicos e 67,3 milhões de euros a pagamentos em numerário.
Olhando para um período mais alongado, para todo o ano de 2022, o concelho de Braga, no sector do comércio e serviços registou um crescimento de cerca de 27%. “É um crescimento muito expressivo no sector do comércio e serviços”, nota Rui Marques.
Dezembro foi o melhor mês de sempre para restauração
O sector da restauração teve em Dezembro o seu melhor mês de sempre, constatação feita feita através dos pagamentos electrónicos que, no concelho de Braga, atingiram os 14,2 milhões de euros, mais 46% do que no mês homólogo de 2021.
Na globalidade do ano, o sector registou receitas, por via de pagamentos electrónicos, de 124,5 milhões de euros. Foram mais 61% do que em 2021.
“No concelho de Braga, a restauração foi o sector que registou o crescimento mais expressivo, mas temos de ter em linha de conta que também foi o sector que teve uma das quebras mais acentuadas com a pandemia. Mesmo assim, em 2022, a restauração atingiu o valor recorde de 124,5 milhões de euros de transacções”, analisa Rui Marques.
O director da AEB destaca que em particular o “mês de Dezembro foi muito impactante”, desde logo porque “foi o mês em que historicamente se registou o maior valor em transacções o sector”. Rui Marques que lembra que em 2021, com um novo pico da pandemia, muitas empresas e grupos acabaram por cancelar jantares de Natal, uma importante fonte de receita para o sector.
O director-geral da AEB refere ainda que nos outros concelhos da área de influência da AEB a restauração também registou em 2022 um crescimento notável, sendo mais significativo em Vila Verde (+70% com 10,6 milhões de euros de receitas), Amares (+54% com 4,9 milhões de euros de receitas), e Póvoa de Lanhoso (+ 68%, com 11,6 milhões de receitas). Terras e Bouro e Vieira do Minho registaram crescimentos, de 32% e 24 %, respectivamente. Rui Marques explica que o crescimento não foi tão expressivo como nos outros municípios, uma vez que estes também foram concelhos que, com a pandemia, acabram por beneficiar da sua interioridade. Aliás, a situação é idêntica no alojamento, em que estes concelhos registam taxas de crescimento, mas menos expressivas do que nos outros pois foram localidade que acabaram por beneficiar da procura dos turistas durante a fase pandémica.
Exportações crescem 20% em Braga e superam os 1600 milhões
O ano de 2022 fica marcado pelo crescimento muito significativo das exportações. Os números de Dezembro ainda não estão fechados, mas os dados até agora conhecidos mostram que as empresas de Braga estão a exportar mais 20% face a 2021.
Até ao final de Novembro, o concelho de Braga contabilizava já 1600 milhões de euros em exportações, um crescimento de 20% face ao período homólogo de 2021.
Rui Marques realça que é um crescimento significativo, sobretudo depois de 2021 não ter corrido exactamente como se perspectivava neste âmbito.
“Os dados conhecidos, que se reportam até ao final de Novembro, representam um bom sinal, isto porque em 2021 o desempenho de Braga ficou um pouco aquém do que aconteceu no resto do país”, lembra o director-geral da Associação Empresarial de Braga (AEB).
“Acreditamos que em 2021 houve alguns sectores não tiveram o desempenho esperado, quer por via de layoff, quer de fileiras como a do sector automóvel que não teve o desempenho que se desenhava devido à escassez de micro chips. Porém, em 2022 recuperámos o crescimento das exportações e estamos agora crescer a bom ritmo”, refere o director-geral, apontando que nos primeiros 11 meses Braga atingiu os 1600 milhões de euros em exportações.
A seguir a Braga, Póvoa de Lanhoso mantém-se como segundo concelho mais exportador na área de abrangência da AEB. O concelho tinha, até Novembro, realizado 104,2 milhões de euros em exportações, um número ligeiramente superiores (mais 3%) ao do período homólogo de 2021.
O destaque vai, porém, para o concelho de Vila Verde, cujo desempenho em termos de exportações tem vindo a crescer de forma sustentada.
Rui Marques aponta que Vila Verde contava até Novembro com 69,9 milhões de euros em exportações, mais 36% do que no mesmo período de 2021.
“Vila Verde está a afirmar-se no âmbito das exportações, embora seja notório que, na nossa área, o concelho de Braga tem obviamente valores de outro campeonato face aos outros concelhos”.
“Percebe-se que Vila Verde está numa dinâmica de crescimento sustentável e a conseguir atrair unidades de sectores diversos, sobretudo são empresas exportadoras que se instalam no concelho”, realçou Rui Marques.
De notar ainda Amares contabilizava até Novembro 23,2 milhões de euros em exportações (mais 5%), Vieira do Minho 4,5 milhões de euros (mais 48%) e terras de Bouro 1,1 milhões de euros (mais 327%).
Relativamente ao futuro, Rui Marques refere que o ano 2023 “é muito imprevisível” em termos do comportamento das exportações, pois dada a instabilidade internacional, sobretudo devido à guerra, os compradores internacionais estão comprar mais em cima da necessidade e encomendas mais pequenas.
Taxas de juro e inflação vão abrandar crescimento económico em 2023
Para 2023 é esperado uma abrandamento do crescimento económico, “embora não tão significativo como aquele que se chegou a perspectivar há seis meses’. Há dois factores essenciais que colaboram para o abrandamento do crescimento económico, concretamente o aumento das taxas de juro “que vai ter impacto significativo nas economias globais, pois vai diminuir o poder de compra. Mas vai afectar também as empresas porque com o custo do crédito mais alto, alguns investimentos também vão ser refreados”, explica Rui Marques.
O director geral da AEB refere ainda que “o tem melhorado e que reforça a expectativa de que o abrandamento não seja tão significativo como se chegou a esperar, tem a ver com o facto de a inflação ter começado a baixar”.
“Acreditamos que o aumento da inflação atingiu o pico em Outubro”, partilha.
Rui Marques também nota que o preço da energia está a descer, já em níveis pré-guerra em alguns casos, o que também contribui para estancar a subida da inflação.
E para que o abrandamento do crescimento económico não seja tão acentuado como se chegou a temer, vai contribuir “a actualização dos salários com algum significado, de forma mais ou menos transversal a todas as empresas”. Rui Marques considera que as actualizações salariais em curso “tentem a compensar o aumento da inflação, o que ajuda suavizar o impacto da diminuição do poder de compra”.
Estrangeiros colmatam falta de mão-de-obra
O ano passado fica ainda marcado por níveis de desemprego historicamente baixos nos concelhos da área de influência da AEB. Aliás, há sectores como os da fileira do turismo ou da construção civil onde escasseia a mão-de-obra, algo que está a ser minimizado com a contratação de imigrantes.
“O desemprego tem estado em níveis historicamente baixos em todos os municípios”, nota Rui Marques, realçando que “estamos com um mercado de emprego muito activo, com mais pessoas a trabalhar e mais empresas a nascer” e que “se houvesse mais mão-de-obra disponível o crescimento seria ainda maior”.
Rui Marques aponta que há sectores como a restauração e a hotelaria, na fileira de turismo, com bastante dificuldade a recrutar. O mesmo ser passa na construção civil em várias áreas da industria, nomeadamente na têxtil. “São áreas onde se começa a notar uma resistência grande dos cidadãos portugueses a trabalhar nestes sectores”, salienta, explicando que “o que tem minimizado esta resistência é a disponibilidade de mão-de-obra estrangeira que está a crescer”. Em 2015, Portugal tinham pouco mais de 15 mil estrangeiros inscritos na Segurança Social. Em 2022 eram 630 mil. “É um crescimento brutal e vai manter-se. Com a flexibilização que houve no último trimestre, já há 144 mil estrangeiros, sobretudo de Marrocos, Índia e Cabo Verde, que demonstraram disponibilidade para vir trabalhar para Portugal”.
24 Março 2023
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