Movimento, suor, corporalidade, um score musical “muito desafiante”, que inclui Bach e Beethoven, que vai tocar na revolução e na insubmissão “do ser humano”, numa revolução que não acaba”, é desta forma que Hugo Calhim Cristóvão e Joana von Mayer Trindade descrevem ao jornal Correio do Minho as expectativas em torno de Suores de Mel e a Morte Não Terá Domínio, espectáculo que sobe hoje ao palco do Theatro Circo, no regresso de ambos à sala de espectáculos bracarense.
A mais recente criação de dança dos dois autores é “inspirada no 25 de Abril e nas obras de autores como Eduardo Lourenço, Fernando Pessoa ou Natália Correia”. A peça trata a dança como uma expressão de resistência e transformação, combinando referências mitológicas, filosóficas e poéticas.
Inicialmente, a dança reflete a embriaguez dionisíaca, comparada ao mel das abelhas, simbolizando a liberdade e a rebeldia humana, manifestando-se numa dança urgente e multiforme que desafia identidades fixas e papéis sociais restritos, evocando uma revolta silenciosa das árvores e da floresta.
Joana von Mayer Trindade é coreógrafa, bailarina e professora. É mestre em SODA - Solo, Dance, Authorship pela Universidade das Artes de Berlim e licenciada em Psicologia pela Universidade do Porto. Hugo Calhim Cristóvão é encenador, coreógrafo e investigador. É doutorado em filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e mestre em filosofia contemporânea pela mesma universidade. É licenciado em filosofia e em Teatro - Ramos de Interpretação e Direção de Atores, pelo ESMAE-IPP.