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Paulo Cunha: “Processo decorre sem qualquer divisão interna”

Entrevistas

2025-01-18 às 06h00

Libânia Pereira Libânia Pereira

O líder da Distrital de Braga do PSD garante que o processo autárquico está a decorrer em absoluta normalidade, sem qualquer divisão interna. Paulo Cunha assumiu, no ‘Primeiro Plano’, abertura a coligações, excluindo o Chega.

Citação

A sensivelmente nove meses das eleições autárquicas 2025, Paulo Cunha, líder da Distrital de Braga do Partido Social Democrata (PSD) e deputado ao Parlamento Europeu, foi o convidado do programa ‘Primeiro Plano’, da rádio Antena Minho. Numa entrevista conduzida por Paulo Monteiro e Rui Alberto Sequeira, o líder da Distrital social-democrata garantiu que o processo está a decorrer dentro da normalidade, negando qualquer divergência ou divisão interna. Paulo Cunha assegurou que a prioridade passa por apresentar “boas propostas”, e apontou uma “estratégia de abertura a coligações, preferencialmente com o CDS”. A parceria com a IL é uma possibilidade, quanto ao Chega existe uma “linha vermelha”.

Até ao momento o PSD tem confirmados quatro candidatos às câmaras do distrito de Braga (Braga, Guimarães, Póvoa de Lanhoso e Cabeceiras de Basto).
De acordo com Paulo Cunha, o processo de abordagem autárquica já arrancou em Outubro de 2021. “Isto por duas razões. Primeiro, porque sabíamos que havia presidentes de câmara que não se podiam recandidatar em 2025 por limite de mandatos (os casos de Braga, Esposende, Vieira do Minho e Amares). Por outro lado, existem cinco câmaras municipais, onde nós não ganhámos em 2021, e que temos a ambição de ter propostas capazes de ganhar as eleições em 2025. Ora, estas duas circunstâncias fizeram-nos começar, não em Outubro de 2024, mas em Outubro de 2021, com o processo de abordagem autárquica”, disse.
Um processo que, segundo o líder da Distrital, tem decorrido em “absoluta normalidade”. “Não há nenhuma situação, em nenhuma estrutura local, onde se possa antecipar qualquer tipo de divergência, qualquer tipo de divisão interna”, notou.

Actualmente, estão quatro candidaturas formalizadas, e há outras em vias de ser formalizadas. “A nossa grande preocupação é construir boas propostas para que as nossas candidaturas sejam capazes de resolver os problemas das pessoas, e assim ganhar as eleições”, sublinhou.
Além das já oficializadas, surgem cinco autarquias, nomeadamente, Barcelos, Famalicão, Vila Verde, Terras de Bouro e Celorico de Basto, onde os presidentes se podem recandidatar, e Paulo Cunha adianta que será garantido “total apoio da Distrital”. “Já recebi indicação dessas cinco Concelhias relativamente a recondução dos presidentes de câmara. Por parte da Distrital haverá apoio total”, frisou.

Adiantado neste processo de apresentação de candidatos encontra-se o PS que já formalizou os candidatos no distrito, mas Paulo Cunha nega que haja qualquer atraso no processo social-democrata. “O que considero mais importante numa candidatura é a sua preparação, não é a sua formalização. O que há é uma antecipação da formalização das candidaturas socialistas, e não um atraso da nossa parte”.
Em termos de estratégia distrital social- -democrata, Paulo Cunha assume que existe uma “abertura às coligações, de preferência com o nosso parceiro, não só parceiro do Governo actualmente, mas parceiro de vários governos no passado recente, e parceiro nas regiões e nas autarquias, que é o CDS”.

O líder da Distrital não esconde, contudo, “abertura a outros partidos”, nomeadamente à Iniciativa Liberal (IL). “São situações que se podem enquadrar. Há várias estruturas concelhias que têm avançado com esse cenário. Sei que há conversações no terreno. É preciso perceber se nós conseguimos acomodar os nossos eixos programáticos com as pretensões políticas e ideológicas que a IL possa querer trazer para a dimensão autárquica”, disse. “Braga é um caso aberto, não está mais próximo, nem está mais distante dessa coligação”, acrescentou.
Quanto a coligações com o Chega “há uma linha vermelha”. “Não haverá no distrito de Braga, e estou certo de que não haverá no país, coligações autárquicas que envolvam o Partido Chega”, afirmou.

Sociais-democratas querem pintar Quadrilátero Urbano de cor de laranja

Relativamente ao caso concreto do Município de Braga, o líder da Distrital do PSD reconhece valor a Ricardo Rio, afirmando mesmo que o actual presidente “ficará de forma permanente na memória dos bracarenses”, pelas “mudanças eficazes” que implementou, transformando Braga de forma “absolutamente inigualável”. Perante o mérito de Ricardo Rio, Paulo Cunha assume que a sua sucessão será naturalmente um “processo complexo”.
João Rodrigues, actual vereador municipal, surge como o candidato do PSD à câmara de Braga, alguém que Paulo Cunha considera “hiper preparado para ser o próximo presidente de Braga”.

“João Rodrigues está muito bem preparado para assumir a liderança do município, não só pelo percurso que fez como vereador da câmara municipal, mas também pelos pelouros que assumiu, pelas áreas da governação como a área do Planeamento, do Urbanismo, a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), que ele está a incitar, e que trará resposta a muitas ansiedades de Braga. Tudo isto faz dele uma pessoa com visão, com estratégia, com capacidade para implementar ideias. Conseguir rever o PDM numa cidade como Braga é um processo complexo, a que se somam condições pessoais e políticas. O percurso político que ele tem, faz dele uma pessoa hiper preparada para ser o próximo presidente da câmara de Braga. Estou seguro que os bracarenses dar-lhe-ão essa oportunidade. Agora, o arranque é sempre mais complexo, é sempre um arranque com algumas dúvidas de algumas pessoas que possam não o conhecer tão bem”, afirmou Paulo Cunha.

Quanto à unanimidade dentro do partido relativamente à escolha de João Rodrigues, Paulo Cunha argumenta que “isto é democracia”. “Dentro do partido, há umas pessoas que apoiam um candidato, outras pessoas que apoiam outro candidato. Isto é não um problema, isto é democracia”. “Sinto-me bastante satisfeito nesta fase do processo, pela forma digna, com debate, com profundidade, com que o tema das autárquicas tem sido tratado em cada uma das Concelhias”, acrescentou.

“Guimarães tem perdido protagonismo. Está em queda, e precisa de um caminho distinto”

Olhando para o Quadrilátero Urbano (rede composta por Barcelos, Braga, Guimarães, e Famalicão), a intenção da Distrital é assumidamente pintar de cor de laranja estes quatro municípios. Guimarães é actualmente o único município do Quadrilátero sob gestão socialista. À questão: “Guimarães é difícil?”, Paulo Cunha responde: “Guimarães é um território que se pode conquistar como se conquistou Famalicão e como se reconquistou Barcelos e como se conquistou Braga”.
O líder da Distrital lembrou o caminho percorrido em Braga, salientando a primeira vitória de Ricardo Rio após mais de três décadas de governação do PS. “Não é mais difícil ganhar Guimarães do que foi ganhar Braga, ou Famalicão. Há uma mudança de ciclo, e a mudança de ciclo nós sabemos que é um contexto de oportunidade”.
Ricardo Araújo é o candidato aprovado por unanimidade para Guimarães. “Um excelente candidato que está a fazer um trabalho muito proveitoso”, defende.

Paulo Cunha sublinha que existe “uma clara preocupação em relançar Guimarães, território que tem perdido protagonismo no contexto do quadrilátero”. “Se olharmos para os números da população, Guimarães está em perda. Há outros territórios que estão a ganhar relativamente a Guimarães. Já não falo de Braga, mas posso falar de Famalicão, por exemplo. Se olharmos para os últimos 20 anos, a trajectória de Guimarães é de descida, a trajectória de Famalicão é de aumento do ponto de vista económico, ao nível da capacidade produtiva”, alerta.

Barcelos e Famalicão com dois recandidatos

No caso de Barcelos, Mário Constantino deverá recandidatar-se, e Paulo Cunha garante que a coligação em território barcelense “está segura”. “Barcelos tem uma coligação diferente porque, além de dois partidos políticos, está associada um movimento independente. Este mandato deu sinais de estabilidade”, disse.
“Mário Constantino conseguiu incutir um sentido de responsabilidade dentro da equipa, o que permitiu que questões pontuais não afectassem aquilo que é a capacidade de decisão, de coabitação e de convergência entre os três grupos”, acrescentou.
Já em Famalicão, Mário Passos perdeu a Concelhia para Sofia Fernandes, que é também vereadora municipal, mas Paulo Cunha assegura que não haverá surpresas: “A Comissão Política Concelhia de Famalicão, e a sua presidente Sofia Fernandes, já deu nota do apoio a Mário Passos para a sua recandidatura. A derrota nas eleições para a Concelhia não teve nenhuma repercussão na Câmara Municipal de Famalicão”, sublinha o líder da Distrital social-democrata.

“Um excelente aproveitamento dos quadros do PSD”

ontinuando pelo território distrital, encontramos concelhos como Vieira do Minho, Amares e Esposende, onde os actuais presidentes não se podem recan- didatar por limite de mandatos. António Cardoso e Benjamim Pereira deixam as autarquias para assumir outros cargos de relevo, “um excelente aproveitamento dos excelentes quadros do PSD”, diz Paulo Cunha.
No caso de Esposende, a verdade é que Benjamim Pereira já deixou a câmara em Setembro de 2024 para assumir a presidência do Instituto de Reabilitação Urbana, estando neste momento a autarquia nas mãos de Guilherme Emílio, que já foi a escolha da Concelhia para as autárquicas de 2025 e deverá ser a da Distrital.
Já em Vieira do Minho, António Cardoso deverá assumir a liderança do conselho de administração da empresa Águas do Norte, sendo substituído por Elsa Ribeiro. “Esse é um processo que não fez caminho, até porque o António Cardoso é presidente de câmara de pleno direito. Apesar da circunstância de ele se poder ausentar ser real, neste momento ele está única e exclusivamente focado na câmara municipal. Portanto, o cenário da Elsa assumir a presidência da câmara pressupõe que o António Cardoso saia mais cedo. Não está garantido que saia. Nós queremos que ele saia porque queremos que ele abrace outros projectos muito relevantes para a região”, esclarece. Ainda assim, Paulo Cunha sublinha que a escolha do sucessor “dependerá muito da circunstância: sair agora ou sair mais tarde”.
Em Amares, Manuel Moreira atinge o limite de mandatos, e o PSD de Amares escolheu Emanuel Magalhães para encabeçar a candidatura às próximas autárqui- cas. Recorde-se que há quatro anos Emanuel Magalhães foi candidato independente apoiado pelo PS. “Conheço-o muito bem. O que acho anómalo é ter sido apoiado pelo PS. O seu pensamento é muito próximo do PSD”, diz Paulo Cunha. “Emanuel Magalhães é uma pessoa que tem predicados, tem experiência autárquica, conhece muito bem o concelho de Amares”, acrescentou.

Cabeceiras de Basto e Póvoa de Lanhoso são territórios a conquistar

Cabeceiras de Basto e Póvoa de Lanhoso surgem como dois concelhos onde haverá expectativas do PSD conquistar as câmaras, virando a actual governação socialista. Relativamente à Póvoa de Lanhoso, o PSD perdeu há quatro anos para o PS, após 16 anos de liderança social-democrata. “Queremos voltar a conquistá-la. Acreditamos que estamos perto porque perdemos há pouco tempo”. Desta vez, a candidatura será feita em coligação com o CDS. “É um bom sinal, é um bom pronuncio do que vamos fazer na Póvoa de Lanhoso. A Fátima Alves é uma candidata muito preparada, muito motivada, muito qualificada, e que vai fazer uma campanha muito boa seguramente”, defendeu.

No caso de Cabeceiras de Bastos, olhando para as últimas eleições, “a câmara municipal foi eleita sem maioria. Tudo indica que uma estrutura independente, que então também foi candidata, esteja diluída com o tempo. O nosso candidato tem feito um percurso, ao longo destes mais de três anos enquanto líder da oposição, de afirmação contínua, de demonstração de que se ele já fosse o presidente de câmara, Cabeceiras estaria bem melhor”, frisou o líder da Distrital.
Ainda no âmbito de terrenos socialistas surge o município de Vizela, onde até ao momento não é conhecido o candidato social-democrata. Paulo Cunha adianta que “está em curso um processo muito avançado e muito em breve será apresentado o candidato. O último não será Vizela”, garante.

Continuidade em Vila Verde e Terras de Bouro

Com um forte apoio do PSD surgem Vila Verde e Terras de Bouro, onde Júlia Fernandes e Manuel Tibo, respectivamente, deverão voltar a ser candidatos. Paulo Cunha adianta que nestes municípios “não deverá haver surpresas de maior”.

Estabilidade para Celorico de Basto

Em Celorico de Basto, Peixoto Lima não venceu as últimas eleições com maioria absoluta, “mas também é verdade que criou condições de estabilidade ao executivo municipal”. “Consegue aprovar as medidas que considera serem as melhores para Celorico, não há notícia de conflitos, nem de dificuldades para que essa aprovação aconteça. Uma solução muito inteligente”, nota Paulo Cunha.

Uma coligação abrangente, ‘agressiva e provocatória’ para conquistar Fafe

Rui Novais da Silva será o candidato do PSD para Fafe numa coligação abrangente com independentes e com alguns ex-socialistas a apoiarem esta lista, nomeadamente o ex-presidente da câmara José Ribeiro.
Relativamente a esta estratégia, Paulo Cunha assume que “há dimensões da vida local que o presidente da Distrital não tem a mesma base de informação. No caso de Fafe, o candidato aprovado é Rui Novais da Silva, que será submetido à Comissão Política Distrital. A estratégia autárquica é uma estratégia local. O presidente da Distrital não se opõe a essa estratégia, mas não tem os ingredientes todos para ter uma pronúncia substantiva. É uma escolha que pode se considerar agressiva. Muitos consideram provocatória. Em democracia estas geometrias variáveis são possíveis e muitas vezes bem sucedidas”.

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