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Obra “Irmãs de Prometeu: a Química no Feminino” reconhecida internacionalmente
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Obra “Irmãs de Prometeu: a Química no Feminino” reconhecida internacionalmente

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Obra “Irmãs de Prometeu: a Química no Feminino” reconhecida internacionalmente

Ensino

2024-07-27 às 15h00

Redacção Redacção

Livro de docente de Química da Escola de Ciências da UMinho acaba de ser publicado pela Springer

Citação

A obra “Irmãs de Prometeu: a Química no Feminino”, de João Paulo André, foi agora publicada em inglês, pela editora Springer, em papel e formato eletrónico. Originalmente lançado em 2022 pela Gradiva, o livro do docente do Departamento de Química da Escola de Ciências da UMinho (ECUM), tem sido reconhecido no campo da divulgação da História da Ciência. A publicação em inglês marca um passo importante na valorização das contribuições femininas para a Química. “É um livro abrangente, onde não surgem apenas as contribuições das cientistas de uma forma desgarrada”, avança o autor, que contextualizou cada uma das figuras na “sociedade do seu tempo, abordando as respetivas barreiras e oportunidades”.

O livro, que a revista LER considerou um dos 100 Livros do Ano em 2022, centra-se na trajetória e conquistas de mulheres cientistas que “deixaram a sua marca” no campo da Química. “Irmãs de Prometeu” oferece ao leitor uma narrativa detalhada e cativante, com rigor histórico e científico, sobre figuras notáveis a quem se ficaram a dever descobertas e inovações que marcaram a ciência, desde tempos remotos à atualidade. “Meti-me por caminhos de que, por vezes, pouco conhecia, nomeadamente a emancipação feminina e a história do ensino. Mas eram importantes, para contextualizar todas essas contribuições”, resume.

A obra, em dois volumes e com vários excertos de correspondência e de obras da literatura mundial, começa com as primeiras mulheres que se dedicaram a processos físico-químicos simples, como a manipulação e conservação de alimentos ou a preparação de perfumes. A “viagem literária”, que chega até aos nossos dias, passa inevitavelmente pelo pensamento greco-romano da Antiguidade, a alquimia de Alexandria, os conhecimentos sobre plantas medicinais das monjas medievais, os livros de receitas de medicina caseira e cosmética do Renascimento, e pelas primeiras mulheres da Modernidade que se dedicaram à Química.



Papel das mulheres na ciência tem vindo a ser valorizado

Com a sua emancipação, as mulheres adquiriram progressivamente um maior acesso ao ensino e ao trabalho em áreas científicas. Na atualidade, apesar de estarem em maioria em muitas licenciaturas, deparam-se ainda com diversas barreiras, nomeadamente na promoção a cargos de chefia. No entanto, têm sido várias as que têm conseguido ver as suas investigações premiadas. “Em poucos anos, já tivemos mais mulheres a receber o Prémio Nobel do que no total de um século inteiro. Há alguma coisa que mudou”, diz João Paulo André. Na área da Química já foram contempladas quinze mulheres com este prémio. A primeira foi Marie Curie (1911), seguiu-se Irène Joliot-Curie (1935), Dorothy Crowfoot Hodgkin (1964), Ada Yonath (2009), Frances Arnold (2018), Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna (2020) e Carolyn R. Bertozzi (2022).

João Paulo André doutorou-se na Universidade de Basileia (Suíça) e é professor de Química na UMinho. Em 2018 publicou o livro “Poções e Paixões – Química e Ópera”, que a Biblioteca Nacional produziu em braille e em áudio, e que integra o Plano Nacional de Leitura. Já está a preparar outra obra, com o físico Carlos Fiolhais, sobre as relações entre a Música e a Ciência. “Agora o espectro é alargado e são focados outros domínios científicos, como a Física, a Química, a Biologia e a Geologia. É uma obra sobre ciência e música em geral, que tanto pode ser pop como sinfónica”, revela o autor, que espera que o livro possa ser publicado ainda este ano.

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