Café Boavista é o vencedor do V Concurso de Natal “A Montra Mágica”
2024-07-21 às 10h14
Paulo Almeida Fernandes, membro do Comité Internacional de Especialistas do Caminho de Santiago, considera que o sítio de Montélios esteve associado à primitiva casa construída naquela localidade espanhola, em honra do apóstolo.
Montélios. Lugar. Hoje fervilha do ponto de vista habitacional. Viu nascer moradias, prédios, mercados, cafés, locais de conversa. É local de passagem, de quem vem da zona perto do cávado em direcção à cidade. É local de passagem para quem se desloca ao Municipal e Braga ou para as suas imediações. É local de presença também. Cresceu. Pertence a Real. Faz parte dessa freguesia e tem algo importante para contar. Mas já lá vamos... Há décadas, as crianças brincavam na rua. Haviam menos carros. Muito menos. As pessoas conheciam-se quase todas. Chamavam os filhos das varandas das casas. Eles andavam em campos. Jogavam à bola em sítios inclinados, faziam fortalezas, caçavam grilos, apanhavam castanhas e faziam magustos. Seguiam as estações do ano, sem olhar para o lado, para trás na história ou sem sequer pensar o que seria o futuro. Apenas brincavam, viviam e sorriam, como se fossem aquelas histórias da Enid Blyton e ‘Os Cinco ou ‘Uma Aventura’, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada. Faltou apenas escrever ‘Uma Aventura em Montélios’. Apenas...
Contudo, e apesar dos aspectos mencionados anteriormente, Montélios tem outro tesouro consigo. Dentro de si: A origem do culto jacobeu em terras bracarenses, sendo que, por curiosidade, esta semana celebra-se o padroeiro dos peregrinos. Num artigo publicado n’O blog dos Amigos do Convento, intitulado ‘O sítio de Montélios e as origens do culto jacobeu na terra bracarense’, Paulo Almeida Fernandes, do Instituto da Arte da NOVA FCSH e membro do Comité Internacional de Especialistas do Caminho de Santiago, defende que o sítio de Montélios – onde S. Frutuoso, no século VII, fundou um importante mosteiro e escolheu ser sepultado – esteve umbilicalmente ligado ao surgimento do culto jacobeu em Braga, ou seja, esteve associado “à primitiva casa construída em Compostela, em honra do apóstolo Santiago”, nas palavras do autor.
No texto, Paulo Almeida Fernandes explica que, em particular nos séculos IX e X, as ambições expansionistas das elites monárquicas e religiosas do Noroeste peninsular – e até a necessidade da afirmação da sua legitimidade –, foi o que em grande medida impeliu e ao longo do tempo alimentou a ligação de Montélios a Santiago de Compostela. Sendo que a persistente procura de “unir a memória de S. Frutuoso ao novo e fulgurante polo devocional” por parte dos representantes reais e eclesiásticos, foi o que também fez do Pio Latrocínio perpetrado pelo bispo compostelano Diego Gelmírez, em 1102, uma paradigmática acção dessa estratégica demanda.
A publicação, n’ O blog, deste tesouro de um dos mais reputados especialistas nacionais e internacionais do Caminho de Santiago, “tem o condão de trazer para a luz e enaltecer facetas do património cultural realense desconhecidas de muitos, rematam os Amigos do Convento, “com especial sabor nesta altura por nos encontrarmos na semana em que se celebra o padroeiro dos peregrinos, e em que a expressão ‘Bom Caminho!’ reveste-se de pleno significado”.
Paulo Almeida Fernandes n'O blog https://www.amigosdoconvento.pt/o-blog destaca mesmo que "no ano 883, o que restava do mosteiro construído por São Frutuoso (no qual se integrava a capela-mausoléu do fundador) estava na posse da igreja de Santiago de Compostela".
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