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2025-04-22 às 06h00
Correio do Minho arranca hoje uma série de entrevistas aos cabeças-de-lista dos partidos com assento parlamentar na antecâmara das eleições de 18 de Maio. Tiago Teixeira, candidato do PAN, é a primeira voz a dar a conhecer os objectivos do partido nas legislativas, com destaque para questões como a habitação, mobilidade e universalidade dos direitos humanos.
Ideias frescas, inovadoras e soluções novas. São estas as razões evocadas por Tiago Teixeira, cabeça-de-lista do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) por Braga, como determinantes para o voto no partido nas próximas eleições legislativas de 18 de Maio. Em entrevista à Rádio Antena Minho, Correio do Minho e CMinho TV, o candidato lembrou que “ninguém estava à espera, nem queria, que estas eleições acontecessem”, mas agarrou o desafio, que considera ser “ainda maior que nas últimas eleições, porque temos visto um regredir dos direitos das pessoas, dos direitos ambientais e dos direitos animais em Portugal, e que precisam de ser salvaguardados”.
“Damos todas as razões para votar no PAN, porque somos um partido progressista e não escondemos, não estamos aqui a dizer que somos de esquerda ou de direita, que somos conservadores ou progressistas, estamos aqui a dizer que somos um partido que vai levar Portugal para a frente com propostas, com políticas concretas, com ideias frescas, renovadas, com soluções novas para os problemas dos cidadãos e que, de facto, vamos conseguir levar Portugal para um caminho melhor nestes que são os 51 anos de democracia em Portugal”, resumiu o cabeça-de-lista, reforçando a ideia de que o último ano foi complicado, fruto de uma regressão dos direitos das populações e dos trabalhadores em especial.
“Temos assistido, de forma reiterada, a graves problemas de retrocesso em direitos que eram até agora adquiridos. Desde logo a universalidade dos direitos humanos, que temos visto de forma sistemática e reiterada a ser posta em causa. O discurso de ódio por parte de certas franjas da população e por parte de certas forças políticas também tem motivado a essa alteração e a essa regressão. O conservadorismo, em certas áreas da sociedade, tem ganhado novamente um espaço que já não era seu”, sublinhou.
Neste ponto de vista, estas eleições surgem também num momento de necessidade de afirmação do PAN: “faz todo o sentido que, neste momento, um partido como o PAN, que se mostra como um partido progressista, com ideias renovadas para a sociedade, que traz soluções diferentes para os problemas de sempre, tenha que ver o seu espaço aumentado e, esperemos que assim seja, com uma maior representatividade a nível parlamentar”.
Para além de quererem que Inês Sousa Real mantenha o lugar como deputada, “gostávamos de ver mais pessoas do PAN no Parlamento, como já tivemos em 2019”. “Eram quatro deputados e mostrámos, nessa altura, e continuamos a mostrar até hoje, que o PAN é um partido que faz a diferença e o PAN é um partido que tem apresentado muito trabalho na Assembleia da República, muito mais do que outros partidos que lá estão”, referiu, assumindo que tem faltado visibilidade ao partido.
“Se calhar também não temos conseguido mostrar tanto às pessoas esse trabalho que temos vindo a fazer na Assembleia da República e nas Assembleias Municipais. Temos conseguido fazer um trabalho extraordinário, mas que muitas formas, também por sermos um partido pequeno, com uma estrutura bastante mais reduzida, não temos conseguido chegar da mesma forma que outros partidos às pessoas e a nossa mensagem, de facto, também não é uma mensagem tão populista, é uma mensagem mais estruturada, uma mensagem mais de futuro, mais de construção. Costumamos dizer que não damos ao ódio um porto seguro. E como não damos, a mensagem não passa tão facilmente”.
Habitação, mobilidade
e saúde são bandeiras do PAN
Uma das bandeiras do PAN para a campanha nestas legislativas é a habitação, com Tiago Teixeira a apontar esta questão como “um dos grandes problemas actualmente na nossa sociedade”.
“É um problema que afecta todo o território nacional e afecta todas as gerações. E é um facto: temos que começar a desacelerar o mercado e a começar a abrandar os preços da habitação, porque, de certa forma, já ultrapassámos até esse nível em que as pessoas conseguem, de uma forma adequada aos seus rendimentos, arranjar casa. E isso de facto não pode acontecer numa sociedade evoluída. Pessoas com um emprego a tempo inteiro não podem ser postas fora de casa, porque não têm dinheiro para pagar uma renda aceitável”, referiu, dando conta das ideias do partido nesta área.
“Uma delas é a questão da renda acessível. Tem que ser de certa forma alargada e a construção de zonas de renda acessível ou de habitações com partes de renda acessível tem que ser uma realidade em Portugal e no nosso distrito. Em Braga, apenas 0,7% da habitação disponível é pública. Somos a capital de distrito com o número mais baixo de habitação pública disponível de todo Portugal. E, portanto, logo nisso não temos capacidade de forma nenhuma de arrefecermos por nós próprios, a nível público, o mercado”, alertou o candidato, apontando ainda “várias propostas”, como o “aumento do valor de dedução das despesas em rendas em sede de IRS e o aumento do complemento do alojamento para estudantes deslocados”.
Para Tiago Teixeira, é urgente uma “solução concertada com todas as forças políticas”, já que “o parque habitacional a nível do público que está devoluto tem que ser posto ao serviço da população o mais urgentemente possível e são essas soluções, quer soluções a curto prazo como o apoio ao arrendamento, quer a longo prazo com a construção de nova habitação, nomeadamente habitação em altura, que irá permitir esse arrefecimento do mercado de habitação”.
Outro dos temas em análise foi a mobilidade, que o candidato do PAN considera ser “um problema no nosso distrito e na cidade de Braga”. Tiago Teixeira diz que Braga está a “sofrer cada vez mais destes impasses e deste empurrar com a barriga” e confessa que duvida “há algum tempo” do projecto do BRT [Bus Rapid Transit], “porque o projecto tem sido sucessivamente adiado” e “parece que ninguém se entende”. Em termos de preocupações para o distrito, o cabeça-de-lista defende que “o projecto do TGV nunca fosse desviado de Braga, ainda é uma hipótese que isso venha a acontecer” e “que em todos os projectos de mobilidade, como mobilidade ciclável, BRT e TGV exista uma intermobilidade entre os projectos, ou seja, não são projectos desagregados entre si”.
Tiago Teixeira defendeu ainda a necessidade de se retomar a linha de comboio entre Guimarães e Fafe e ligar por ferrovia Guimarães e Braga, assim como a criação de shuttles entre os pólos das universidades, caso da UMinho e do IPCA. Em termos de mobilidade, o “PAN tem algumas medidas nessa área e, no último ano, conseguimos reduzir o IVA das cadeirinhas para as bicicletas de 23 para 6%”, lembrou.
O cabeça-de-lista classificou ainda a transição energética como “sustentável e lucrável a longo prazo” - “estima-se que por cada euro investido a nível da economia verde, a empresa ou a pessoa a nível individual recebe três vezes esse valor” - e defendeu a necessidade de “aplicar cada vez mais a política do poluidor pagador”. “Só isto é que nos vai conseguir garantir que tenhamos um futuro quer para nós, quer para os nossos filhos”.
Em termos fiscais, recordou que o PAN sempre se bateu “a nível da revisão dos escalões do IRS, quer para os níveis mais baixos do IRS, quer para beneficiar quem trabalha” e “temos novamente a proposta do IVA 0 para alimentação”.
Quanto à saúde, o PAN “acha que um dos grandes problemas da saúde em Portugal tem a ver com a forma como o Sistema Nacional de Saúde está desenhado”, sendo que “o SNS continua, extremamente, subdimensionado para as necessidades que tem actualmente”.
O PAN defende ainda o aumento do salário mínimo para “crescer no mínimo ao nível da inflação” e a redução dos contratos de 40 para 35 horas semanais.
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