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Líderes distritais do PS e PSD querem Governo até ao final da legislatura

Entrevistas

2022-04-04 às 06h00

José Paulo Silva José Paulo Silva

Presidentes das comissões políticas distritais do PS e PSD antevêem nova legislatura de maioria absoluta. Joaquim Barreto e Paulo Cunha de acordo quanto às condições únicas para os socialistas cumprirem mandato até ao fim.

Citação

Os presidentes das comissões políticas distritais de Braga do PS e do PSD concordam que o actual Governo deve cumprir a legislatura até ao fim. Convidados do programa ‘Da Europa para o Minho’ a analisar a composição do novo Governo e os desafios da nova legislatura, o socialista Joaquim Barreto e o social democrata Paulo Cunha comungaram da ideia de que o executivo de António Costa tem todas as condições para realizar um mandato de quatro anos e meio sem percalços.

“Os portugueses expressaram, de forma inequívoca, que querem um Governo de mandato completo, ao entregar ao PS uma maioria absoluta contra todas as expectativas”, observou Paulo Cunha, enquanto Joaquim Barreto salientou que António Costa “usa muito a expressão palavra dada, palavra honrada” e que, na última campanha eleitoral, “deu a palavra aos portugueses que queria ser Primeiro Ministro”. Acrescentou o também deputado que António Costa “personalizou e bipolarizou a campanha entre ele e Rui Rio”, pelo que “tem a responsabilidade de governar Portugal nos próximos quatro anos e meio”.
Reagindo à posição do Presidente da República que, no discurso da tomada de posse do novo Governo, avisou o Primeiro Ministro que o mandato é para cumprir na íntegra, não colocando a possibilidade da sua saída a meio da legislatura para assumir um cargo europeu, o líder da Federação Distrital do PS manifestou a convicção de que António Costa vai levar o mandato até ao fim, admitindo que “o Presidente da República, com os poderes que lhe estão conferidos, tenha afirmado a sua vontade”.

Joaquim Barreto lembrou como “um caso que não ficou bem ao PSD” a renúncia ao cargo de Primeiro Ministro de Durão Barros quando decidiu ir para a Comissão Europeia. “Essa situação não se vai repetir”, garantiu.
O presidente da comissão política distrital do PSD considera que o Presidente da República fez bem em deixar o aviso na tomada de posse do Governo, “porque António Costa personalizou a candidatura, aliás, bipolarizou-a” entre si próprio e Rui Rio.?Para além disso, Paulo Cunha entende que “não podemos começar uma legislatura, que se antecipa de quatro anos e meio, com o cenário de que, a qualquer momento, isto pode cair, porque o Primeiro Ministro resolve ir para o Conselho Europeu ou está cansado disto”.

Neste quadro político, o líder distrital do PSD atribui ao Presidente da República “um papel ainda mais relevante a desempenhar no equilíbrio das instituições democráticas”, criando “condições para que este Governo de maioria absoluta não seja um Governo absoluto, intransigente, que não dialoga”.

Na análise aos nomes e à estrutura do novo Governo, Joaquim Barreto vê “renovação, até profunda em algumas áreas, onde se procurou reduzir pastas, dando mais coesão”. O dirigente socialista aplaude a inclusão da área das Autarquias Locais no Ministério da Coesão Territorial, bem como a tutela dos Assuntos Europeus no Primeiro Ministro, “dando-lhe mais importância política”. O presidente da comissão política do PSD é mais cauteloso na avaliação, alegando que “a orgânica governamental é sempre motivo de muito debate”, mas que importante é “como o Governo funciona”, pelo que, “dias depois da posse do Governo, ninguém se atreverá a dizer qual será o desempenho dos governantes”.

Todas as condições para fazer as reformas e tratar da coesão

“O PS tem todas as condições para fazer as reformas, tratar da convergência e da coesão e para, no distrito de Braga, investir mais do que se tem investido”, afirmou o eurodeputado do PSD, José Manuel Fernandes, no programa ‘Da Europa para o Minho’, destinado a perspectivar o novo ciclo governativo de maioria absoluta.
O eurodeputado justificou a necessidade de reformas estruturais com o facto de Portugal, nos últimos anos, ter “sido ultrapassado por uma série de países em termos de produto interno bruto (PIB)”, sublinhando que “temos perdido competitividade e coesão, temos crescido menos”.

Para o presidente da comissão política distrital do PS, Joaquim Barreto, “há certas reformas que não podem ser mais adiadas”, como as da regionalização, da administração pública e do sistema eleitoral, devendo o novo Governo ter “preocupação com o interior”.
Joaquim Barreto, ex-presidente da Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, alerta para a necessidade de “inversão” do processo de desertificação humana do interior. “Estamos com um abandono acentuado. Quer com o PSD, quer com o PS perdia-se população e fechava-se um serviço. O próprio Estado, com o encerramento de serviços, foi estimular e acentuar o abandono do interior”, constatou.
Para Paulo Cunha, líder da distrital do PSD, que cumpriu dois mandatos como presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, “a questão da desertificação do interior não se resolve com serviços públicos, porque a maior parte deles são digitais”.

Entende que “a digitalização ajudou a centralizar poderes”, pelo que a afirmação do interior “faz-se com a economia, com o criar condições para que haja empregos”.
Ou seja, “o futuro do interior não é ter as Finanças, os CTT, a Segurança Social abertos, é ter emprego, é ter teatro, é ter cinema, é ter qualidade de vida”. “Quando falo da reforma da administração pública, temos de a actualizar em função dos meios digitais existentes e há serviços que têm de ser vistos um a um”, contrapôs Joaquim Barreto, reconhecendo que é necessário “estimular o investimento para criar riqueza e valorizar os produtos endógenos do interior”.

Ainda sobre esta matéria, os dois líderes partidários concordaram que deve haver um olhar diferenciado para a realidade nacional, afirmando Paulo Cunha que não se resolve o problema da coesão territorial “com medidas nacionais, mas com medidas localizadas”, exemplificando que “descentralizar a Educação não é a mesma coisa para Lisboa e para Cabeceiras de Basto”.
Joaquim Barreto aceitou que “não podemos ter políticas iguais para territórios que são diferentes”, mas observou que há serviços que têm de manter-se nos vários territórios, nomeadamente em áreas essenciais como a Justiça, a Educação ou a Saúde. Para o dirigente partidário e deputado socialista, medida importante também na nova legislatura é a reabertura do processo de regionalização com a perspectiva de referendo no ano de 2024.

Paulo Cunha. “Não há uma fragmentação da oposição em Portugal”

O presidente da comissão política distrital de Braga do PSD não vê no crescimento dos partidos Chega e Iniciativa Liberal nas últimas eleições legislativas “uma fragmentação da oposição em Portugal”.
No programa ‘Da Europa para o Minho’, respondendo à questão sobre quem vai liderar a oposição ao Governo, Paulo Cunha relevou que “nestas eleições os portugueses quiseram o PS a governar e o PSD a liderar a oposição”.
Alegou que o facto de ter acontecido o que aconteceu ao CDS, que perdeu a sua representação parlamentar, e de haver dois partidos como o Chega e a Iniciativa Liberal que cresceram substancialmente “não quer dizer que o PSD perdeu o protagonismo ao olhos dos portugueses”.
O dirigente social democrata afirma que os eleitores “entenderam que a proposta de Rui Rio não era merecedora dessa credibilidade, mas é inequívoco que os portugueses continuam a confiar no PSD para liderar uma oposição que queremos mais activa, férrea e presente num contexto de uma maioria absoluta”.

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