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José Luís Carneiro (PS): compromisso de proximidade à região e aos cidadãos
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José Luís Carneiro (PS): compromisso de proximidade  à região e aos cidadãos

Entrevistas

2024-02-24 às 06h00

Joana Russo Belo Joana Russo Belo

Entrevistas aos cabeças-de-lista dos partidos com assento parlamentar na antecâmara das eleições de 10 de Março prossegue com o Partido Socialista. José Luís Carneiro volta a ser o número um pelo círculo de Braga e dá a conhecer as prioridades do partido no distrito: as pessoas, a concretização dos 842 milhões do PRR, a saúde, habitação e, acima de tudo, a mobilidade.

Citação

É um discurso claro assente num compromisso assumido de “proximidade à região e aos cidadãos”. O Partido Socialista vai a votos nas próximas eleições de 10 de Março com a fasquia elevada e com o cabeça-de-lista pelo círculo eleitoral de Braga a apontar como prioridades as pessoas, a concretização dos 842 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência, a saúde, habitação e, acima de tudo, a mobilidade. José Luís Carneiro considera que se vive “um momento, especialmente, exigente para a cidadania comprometida com os valores democráticos”, pelo facto de “termos vivido um momento eleitoral nos Açores, uma interrupção de Legislatura e a queda do Governo regional na Madeira”. Numa análise aos últimos dois anos, depois de ter sido também cabeça-de-lista por Braga, nas eleições de 2022, José Luís Carneiro é peremptório: “vivemos tempos muito difíceis”.
“Tínhamos acabado de sair da pandemia, que teve efeitos nocivos nas famílias, empresas e instituições. Basta, por exemplo, consultar os indicadores da saúde pública, os relatórios públicos, para verificar que a pandemia teve efeitos sociais muito graves e cujos contornos estão ainda, em muitos casos, a ser descobertos. E depois, entrámos em funções e rebentou uma guerra na Europa, nomeadamente, uma guerra no leste da Europa com a invasão da Ucrânia por parte da Rússia. Esta guerra teve efeitos nocivos, desde logo no quadro da segurança internacional. Teve efeitos muito graves também no domínio da economia, concretamente com inflação e com as dificuldades que houve, que acen- tuaram o que já vinha do período pandémico em relação às cadeias de distribuição internacionais, com efeitos diversos nas várias fontes do desenvolvimento da nossa economia”, recordou o candidato, lembrando que o Governo de maioria socialista “teve que responder mais uma vez, à protecção das famílias, à protecção das empresas e à protecção das instituições, muito particularmente em relação aos efeitos da guerra”.
“Têm sido anos muito exigentes, aos quais o Governo tem procurado dar resposta, quer com uma política de investimento público, quer com uma política de valorização das funções sociais do Estado, quer com uma política de valorização das condições de competitividade e de diversificação das bases da nossa economia”, frisou.
Analisando o crescimento dos extremos em Portugal, o candidato diz ser “necessário contribuirmos para despolarizarmos o debate político”, já que “a despolarização anula o espaço dos radicalismos quer à extrema-direita quer à extrema-esquerda anarquista”. “O diálogo, a concertação política entre democratas é, absolutamente, essencial para vencermos tempos exigentes que estamos a viver hoje na Europa e no mundo e que vão ser ainda tempos muito mais exigentes em relação à qualidade da vida democrática”.

Proximidade

“Queremos manter um compromisso que estávamos a cumprir, de três em três meses realizarmos sessões de prestação de contas daqueles que são deputados à AR. Estava com funções executivas no Governo, mas, mesmo assim, vim para todas essas sessões. É um dos compromissos que queremos manter e, se possível, alargar ao conjunto dos municípios do distrito. É também desejável que se possa realizar encontros temáticos, transversais ao distrito, que é muito diverso.”

Plano estratégico de mobilidade no quadrilátero é essencial

A ferrovia é para José Luís Carneiro uma das prioridades para o distrito. “A electrificação da linha do Minho foi já uma concretização do Governo PS, a maior regularidade em termos de horários é uma necessidade identificada, a valorização do investimento do TGV Lisboa-Porto-Braga-Vigo e a ligação Braga-Guimarães devem ser uma das nossas prioridades. Um plano estratégico integrado de mobilidade no quadrilátero, financiado por recursos públicos e com comparticipação de recursos nacionais e dos municípios, é essencial”, admitiu o candidato socialista, que defende alargar a relação do quadrilátero aos municípios mais periféricos do distrito.
“Há uma grande necessidade de criar canal de transporte público, rodoviário, com maior frequência, entre os municípios do interior e os mais afastados. Um exemplo, a ligação entre Vila Verde e Braga, que hoje pode demorar 45 minutos a uma hora. É relevante a possibilidade dos TUB alargarem a resposta ao conjunto de municípios cujas populações têm uma relação profunda com Braga. É preciso trabalhar nessa alteração da legislação, era algo que todos nós candidatos deveríamos trabalhar em articulação com as duas CIM, porque essa resposta integrada de transportes cria coesão e é um factor essencial de desenvolvimento económico”, frisou.

Habitação

“Há várias respostas que são integradas, a contratualização feita com todos os municípios de Braga, que são 14, com o Governo nas suas estratégias locais de habitação com financiamento nacional e essa é uma prioridade, reforçar a oferta pública de habitação, que passa pela capacidade de concretização dos municípios. Depois, o alojamento para as populações universitárias, foram inauguradas 310 novas camas no IPCA, mas há 1.134 adaptações, no âmbito do reforço da capacidade de habitação, e as medidas de apoio ao arrendamento, que são alargadas e ampliadas, no programa do Partido Socialista.”

Prioridade sempre foi valorização do SNS

No leque de prioridades, o candidato bracarense aponta em primeiro lugar “garantir um acompanhamento próximo da contratualização com as instituições do distrito no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência”. “Temos contratualizados com o distrito de Braga 842 milhões de euros do PRR, são dez mil candidaturas aprovadas e que abrangem áreas como a inovação empresarial, em que estão previstos aplicar 200 milhões de euros. Com a reavaliação do PRR a aprovação do BRT para Braga, com mais 100 milhões, para melhorar condições de transportes e mobilidade, assim como projectos de bioeconomia como têxtil, vestuário, calçado e resina natural, até aos alojamentos para estudantes da UMinho e IPCA, que representam 47 milhões de euros de investimento”, explicou José Luís Carneiro, destacando ainda as novas respostas sociais de creches, Jardim de Infância e equipamentos residências para pessoas idosas (30 milhões) e os investimentos para habitação, com nove milhões do PRR, aos quais se juntam as Estratégicas Locais de Habitação que estão negociadas com o ministério da Habitação e os 14 municípios do distrito. Olhando à saúde, “o programa do PS é muito claro: para nós a prioridade sempre foi a valorização do SNS”.

Saúde

“No caso do distrito, entre 2015 e 2023, houve um crescimento muito significativo de médicos de família colocados, está em curso uma alteração do modelo de organização do SNS, reforçámos imenso os recursos em termos do país, ultrapassou os 50% comparativamente a 2025, e temos em curso a implementação de Unidades Locais de Saúde, permitindo valorizar e reforçar os cuidados de proximidade, garantindo que a resposta nos centros de saúde é melhorada.”

Política que valoriza os salários

“Hoje vemos muitas classes profissionais reivindicarem melhores remunerações, desde professores, médicos, enfermeiros, polícias, guardas, militares, polícia marítima, genericamente os portugueses, e por força dos efeitos da inflação e aumentos dos custos de vida pelo aumento das rendas e alimentação, começaram a sentir dificuldade em relação ao custo de vida. O Governo avançou com uma política que valoriza os salários, valorização de rendimentos indirectos e uma política fiscal amiga desses rendimentos. Os salários médios aumentaram mais de 30% e o salário mínimo aumentou mais de 50%, entre 2015 e 2023, e os médios mais de 30%. Os dados da OCDE apresentados, recentemente, dão conta de dois indicadores acima da média europeia: indicadores de crescimento da economia, crescemos mais do que a média dos países da OCDE e fomos dos países em que os salários mais cresceram e em que os índices de poder de compra mais cresceu em relação aos países da UE.”

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