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2024-03-04 às 06h00
João Salazar, presidente da Associação Académica do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, foi o convidado do Programa ‘Da Europa para o Minho’, da Rádio Antena Minho. Presente e futuro dos jovens em análise, assim como o futuro do país.
Para além dos desafios da habitação, saúde mental e transportes, a empregabilidade, acção climática e a mobilidade são temas que preocupam os estudantes. A opinião foi deixada por João Salazar, presidente da Associação Académica do Politécnico do Cávado e do Ave (AAIPCA), no Programa ‘Da Europa para o Minho’, da Rádio Antena Minho, conduzido por Paulo Monteiro e o eurodeputado José Manuel Fernandes, em que se falou dos jovens, do seu futuro e do nosso país, em vésperas de eleições legislativas, marcadas para o próximo domingo, 10 de Março.
“São temas que têm tido um impacto muito forte. E até, neste caso, foram dos temas que nós fomos ouvindo muito, durante a nossa campanha recente, porque estamos recém-empossados, foi em Dezembro que tomámos posse, e também nesse acto de campanha fomos ouvindo, fomos percebendo aquilo que realmente são as reais preocupações dos estudantes. E sabemos que existem muitas outras, desde a empregabilidade, a acção climática, a mobilidade são temas que preocupam mesmo os estudantes”, sublinhou João Salazar, apontando a mobilidade como das principais questões, tendo em conta a presença do IPCA em seis concelhos.
“É também neste ponto que temos que estar atentos, ou seja, percebermos realmente onde é que podemos actuar. Claro que no mundo ideal, seria termos uma concessionária especificamente para isso, mas é impossível, são seis concelhos, só o custo é muito elevado”, referiu, deixando o exemplo pessoal.
“Eu, por exemplo, na altura que entrei, também foi difícil, sendo de Guimarães, o meu transporte era autocarro, mas perdia muito tempo dentro do autocarro e isso, parece que não, afecta muito, chegava ao final do dia desgastado. Afectava a vida, chegava ao final do dia totalmente desgastado e isso afectava em tudo, a parte psicológica, não conseguia fazer muito mais e então depois também tive que morar em Barcelos”, contou.
Quanto à habitação, outra das preocupações, “neste momento, com a nova residência, é uma grande ajuda”, mas, mesmo assim, “é difícil com a quantidade de alunos que o IPCA tem”: “esta nova residência vai ajudar nesse sentido e também agora com a chegada de alunos internacionais. Só que foi feita agora, ou seja, muitos alunos que têm contrato, já não conseguem sair, e muitos contratos já aumentaram as rendas. Há aqui uma dificuldade de conseguirem suportar esse aumento”.
João Salazar revela que o IPCA em parceira com a Associação Académica tem estado atendo a esta questão social, à qual está associada o abandono escolar e até no âmbito da saúde mental, reforçada agora com o recém-inaugurado gabinete de psicologia, “que proporciona aos alunos serviço de psicologia gratuita”.
Olhando ao futuro, o estudante de Engenharia Electrotécnica e de Computadores mostra “confiança” de que Portugal “tem potencial para ser um país para jovens”. “Mas temos que perceber também que Portugal é um país já envelhecido e temos que criar condições também para que, no fundo, consigamos esta retenção jovem, porque somos uma geração bastante qualificada. É importante fixarmos estes jovens, ou seja, criamos condições de eles terem família cá, promovendo a empregabilidade, darmos condições, valorizarmos estes jovens com aquilo que foi o seu percurso, neste caso profissional, ou seja, de se qualificarem para o mercado de trabalho, criamos condições de eles se fixarem cá, seja na habitação, seja na parte da mobilidade. Só vai ser um sinal positivo de que Portugal é um país, realmente, que dá este sinal aos jovens, que queremos os nossos jovens cá”.
Neste capítulo, João Salazar destaca a forte componente prática do IPCA com as empresas da região e o facto de “os cursos de politécnico também serem moldados naquilo que são as necessidades do mercado de trabalho”. “Muitos já saem, também, com esse destino, o impacto que o IPCA tem nas regiões é muito forte naquilo que é o desenvolvimento económico”, frisou.
Questionado por José Manuel Fernandes, se fosse candidato a primeiro-ministro, o que é que defendia para os jovens, João Salazar foi claro: “o que eu defendo é que devemos criar estratégias no apoio à natalidade, ou seja, desde o início, e também apostar na inovação pedagógica e, no fundo, modernizar o ensino. Depois valorizarmos a parte do mercado de trabalho e os salários. No fundo criarmos condições para que nós jovens consigamos nos emancipar, ou seja, termos realmente condições para percebermos que conseguimos estar felizes aqui no nosso país, que conseguimos comprar uma casa e constituir família e ter filhos”.
Para as eleições do próximo dia 10 de Março, o presidente da AAIPCA espera “estabilidade” para “realmente discutir políticas que beneficiem o nosso futuro”.
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