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2023-01-30 às 06h00
Isabel Wiseler-Lima, eurodeputada do Parlamento Europeu lusodescendente, foi a convidada do Programa ‘Da Europa para o Minho’, da Rádio Antena Minho. Guerra na Ucrânia e defesa dos valores europeus foram alguns dos temas em debate.
“Desinformação”. É este um dos grandes problemas que a União Europeia enfrente na actualidade. “Uma catástrofe”. “Há uma propaganda feita a nível internacional e mundial, que coloca em causa a democracia”. A opinião foi deixada por Isabel Wiseler-Lima, eurodeputada do Partido Popular Europeu Democratas Cristãos, no Programa ‘Da Europa para o Minho’, da Rádio Antena Minho, conduzido por Paulo Monteiro e o eurodeputado José Manuel Fernandes. Num programa em que foi analisada a guerra na Ucrânia e a possibilidade da UE impor sanções adicionais conta o regime do Irão devido à utilização generalizada da força contra os manifestantes, a lusodescendente diz ser necessário, cada vez mais, a defesa dos valores europeus de democracia, liberdade, estado de direito e dignidade humana, por forma a combater os extremismos que os colocam em causa.
“É o grande desafio que temos neste momento. Fiz o relatório sobre o estado da democracia e dos direitos humanos no mundo, o grande relatório da Sub-Comissão dos Direitos Humanos, e o que vemos, infelizmente, é que, cada vez mais, a democracia perde terreno no mundo. No mundo, mas mais concretamente mesmo na nossa UE temos as dificuldades que temos na Hungria ou na Polónia. São pontos em que estamos constantemente a insistir para que sejam tomadas medidas concretas para que, no seio da nossa UE, se consiga defender o estado de direito, porque, se não conseguirmos fazer isso, perdemos uma grande credibilidade”, referiu, considerando que as medidas tomadas, nos últimos dois anos, “são medidas que vão em direcção da defesa do estado de direito, sobretudo em relação à Hungria”.
Nesta análise, a eurodeputada é clara: “o grande problema que vejo, um dos grandes graves problemas e que temos, verdadeiramente, de resolver, é o da desinformação. Há uma propaganda feita a nível internacional e mundial, que coloca em causa a democracia. A desinformação é uma catástrofe. Antigamente a democracia era a meta a atingir, hoje em dia com os países autoritários estamos numa situação de descrédito da democracia e é algo que temos de lutar”.
Isabel Wiseler-Lima lembra que temos hoje “70 por cento da população que vive sob regimes autoritários”, classificando a situação como grave, mas “o que mais me preocupa é a tendência, porque temos agora mais dois países a irem em direcção ao autoritarismo em vez de ir em direcção da democracia”.
“Temos tendência a não fazer barragem a discursos que são, verdadeiramente, tóxicos, mas é algo que temos de resolver. Em nome da liberdade não podemos dar autorização que a liberdade seja anilada”, frisou.
Questionada pelo eurodeputado José Manuel Fernandes, sobre as redes sociais onde mensagens mais extremistas, negativas e falsas se propagam, a colega do Parlamento Europeu foi peremptória: “é a esse nível que temos que trabalhar, entre dar a liberdade toda necessária para que sejamos democracias, mas, ao mesmo tempo, encontrar os limites a essa liberdade para que não seja algo que nos vai destruir. É preciso que haja uma nova medida entre a liberdade e a protecção da liberdade”.
Lusodescendente com raízes minhotas
A eurodeputada luxemburguesa Isabel Wiseler-Lima, eleita pelo Partido Popular Europeu Democratas Cristãos, é membro da Comissão dos Assuntos Externos da Comissão dos Direitos Humanos e lusodescendente com raízes minhotas. “O meu pai nasceu em Moreira de Geraz do Lima, metade sou minhota, já que os meus avós nasceram em aldeias vizinhas”, contou.
“Os pontos principais do meu trabalho são os negócios estrangeiros, direitos humanos, direitos fundamentais, o estado de direito, também a defesa de uma informação fiável. A desinformação que temos é uma catástrofe para nós, por isso, a defesa de um jornalismo independente e claramente a Ucrânia, está no foco do meu trabalho há um ano”, explicou.
Falando do Minho - até pelo nome do programa - a eurodeputada diz ser fundamental criar “condições para que os jovens fiquem nas regiões que não são as capitais dos países europeus” e, “a esse nível, há um verdadeiro trabalho a fazer”. Neste sentido, os PRR (Planos de Recuperação e Resiliência) poderão permitir “colaborar verdadeiramente com as regiões”, mas “temos que garantir que o dinheiro tem de ser usado de maneira honesta e que os dois pilares assentam na transição ecológica e transição digital”.
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