Cinquenta e um arcos de romaria podem ser apreciados até Agosto na Avenida da Liberdade, em pleno centro da cidade de Barcelos.
Este é mais um contributo das freguesias e das associações concelhias, que não quiseram perder a oportunidade de se associarem à Festa das Cruzes, nesta edição que arrancou no dia 24 de Abril e termina a 3 de Maio, dia de feriado municipal.

De acordo com Elisa Braga, da Empresa Municipal de Educação e Cultura (EMEC) “todas as 89 freguesias foram convidadas a participar”, mas apenas 51 aceitaram o convite. “Temos sempre uma boa adesão”, salientou a responsável, lembrando que o município atribui um valor simbólico a cada participante para a criação do arco de romaria.
De diferentes tamanhos, cores, materiais e feitios, os 51 arcos de romaria podem ser visitados no centro da cidade, dando oportunidade aos emigrantes de apreciar as obras feitas.

“Sem tapetes não há festa”

Os emblemáticos tapetes de pétalas da Festa das Cruzes podem ser visitados sexta-feira, a partir das 9.30 horas, no Templo do Senhor do Bom Jesus da Cruz, em pleno centro da cidade de Barcelos.
José Gomes começou a desenhar os tapetes em Março, tendo em Abril iniciado a visita pelas quintas, “à procura de flores”.

José Gomes, que há 27 Primaveras se dedica à arte de conjugar as pétalas para criar belos quadros de flores, inspirou-se, este ano, no “Sofrimento de Nossa Senhora e na Elevação de Cristo, que tem como símbolo a pomba da paz”.
“São muitos anos de traquejo e durante o ano é que vão surgindo as ideias. Vou por esses campos fora, vejo mosaicos e faço um esboço para os meus desenhos”, disse ao ‘Correio do Minho’ o responsável pela iniciativa.

Camélias brancas e cor-de-rosa, chorão dos campos, ‘vampiros’ e nubeleiras são algumas das pétalas de flores que podem ser apreciadas, à direita e à esquerda do altar do Templo do Bom Jesus da Cruz, até à próxima quarta-feira.
Sete homens e oito mulheres trabalham afincadamente na concepção dos tapetes, um trabalho que “só se consegue com ajuda de mais cinco pessoas que andam pelos campos a apanhar flores”, referiu José Gomes.

As mulheres têm um trabalho minucioso com a selecção das pétalas “porque não pode haver nenhuma podre para não estragar as outras”, acrescentou, garantindo que “sem tapetes não há Festa das Cruzes”.
Ano após ano, o sucesso da iniciativa fica a dever-se ao empenho e dedicação de José Gomes e dos seus colaboradores, “que são pessoas extraordinárias e que fazem um trabalho voluntário”, destacou o responsável, afirmando que “é um trabalho cansativo mas que me dá muito prazer”.

No final da Festa das Cruzes, que vive o seu momento alto segunda-feira, com a saída à rua da grandiosa procissão da Invenção da Santa Cruz, é a vez dos utentes das IPSS visitarem os tapetes de pétalas. “Os idosos querem ver de perto o trabalho e só quando passa a confusão do trânsito é que existe essa possibilidade”, destacou.
As expectativas para este ano são menos animadoras “devido à crise”
Ao longo dos cinco dias de exposição são esperadas “milhares e milhares de pessoas”, perspectivou José Gomes.