Filipe Aguiar, cabeça de lista do CHEGA à Câmara Municipal de Braga nas próximas eleições autárquicas, foi o mais recente convidado do ‘Primeiro Plano’, um programa da Rádio Antena Minho, Jornal Correio do Minho e CMinho TV. Numa entrevista conduzida por Rui Alberto Sequeira, o candidato do CHEGA de 54 anos (que concorreu, nas eleições autárquicas de 2021, à Câmara Municipal de Vieira do Minho) garante que a sua candidatura é diferente de todas as outras e que irá apostar em pessoas de Braga, pois são elas que conhecem os problemas do concelho bracarense.
“Esta candidatura prende-se pelo meu amor à cidade de Braga e que nasceu do convite que me foi endereçado pelo presidente do meu partido, André Ventura. É uma candidatura completamente diferente da candidatura que tive a Vieira do Minho em 2021. Esta é uma candidatura de sentimento e de amor à cidade que me viu crescer. É uma candidatura diferente das outras todas que temos até agora e será assente na proximidade com os bracarenses. Não somos carreiristas políticos, somos pessoas comuns e teremos uma candidatura constituída por pessoas de Braga, que sentem os problemas da nossa cidade”, começou por apontar o cabeça de lista do CHEGA.

Que tipo de perfil procura o chega para compôr a lista para esta eleições?

Filipe Aguiar confessou que a lista do CHEGA ainda não está fechada, mas que não tem sido complicado encontrar pessoas interessadas em aderir ao projecto do partido, tendo ainda adiantado o perfil de pessoa que o CHEGA procura.
“A nossa lista ainda não está fechada. Temos feito vários convites a bracarenses. Não tem sido complicado arranjar interressados. Os últimos resultados legislativos mostram que as pessoas querem juntar-se ao projecto do CHEGA em Braga. Queremos ter um leque de pessoas que sinta a cidade e que conheça os seus problemas. Queremos pessoas que tenham contacto directo com a cidade, como é o meu caso que vivo em Braga e percorro, diariamente, as nossas ruas. Queremos pessoas que habitem em bairros sociais e que nos transmitam as dificuldades dessas realidades, pois só com essa mescla é que conseguimos fazer uma política de proximidade assente em soluções práticas e não, como temos visto, em que grande parte das decisões para Braga têm sido tomadas em gabinetes fechados. Cada vez as pessoas estão saturadas dessa política. Nós temos uma política para os bracarenses e queremos incluir o bracarense comum nas nossas ideias”, apontou Filipe Aguiar.
O cabeça de lista do CHEGA adiantou também que a lista da Assembleia Municipal também não está fechada, embora o partido esteja muito perto de anunciar o líder dessa lista.
“Temos dois nomes para liderar a lista da Assembleia Municipal que estão a ser discutidos internamente e que, brevemente, será anunciada a escolha do partido. Porém, reitero que todos os nossos nomes, quer para a Câmara Municipal, quer para a Assembleia Municipal, serão inteiramente bracarenses. Só com pessoas que sentem a cidade com uma intensidade diferente é que poderemos encontrar soluções para os problemas que temos de enfrentar”, frisou Filipe Aguiar.
O candidato à Câmara Municipal de Braga também garantiu que o partido está atento a possíveis aproveitamentos políticos, face ao forte crescimento que o CHEGA tem vindo a apresentar.
“Há pessoas que já partilhavam das nossas ideias e que, agora, querem aderir ao nosso projecto. Mas também temos pessoas que não conhecemos a mostrar interesse. Temos de fazer uma triagem, uma avaliação rigorosa, dessas pessoas que demonstram esse interesse para evitar qualquer tipo de aproveitamento do crescimento do CHEGA”, apontou o candidato à Câmara Municipal de Braga.

“Temos a capacidade para vencer este acto eleitoral”

O cabeça-de-lista do CHEGA à Câmara Municipal de Braga, Filipe Aguiar, garantiu que a sua candidatura acredita ser possível vencer a corrida à presidência da Câmara Municipal bracarense, tendo ainda assegurado que o CHEGA irá aumentar o número de deputados na Assembleia Municipal de Braga (em 2021, o CHEGA elegeu apenas dois deputados).
“Queremos entrar com força na Câmara e na Assembleia Municipal. Estaria a mentir se dissesse que não temos um sentimento ganhador na nossa candidatura. Estamos a trabalhar para ganhar as eleições autárquicas em Braga. Esse é o grande objectivo. Achamos que temos a capacidade e o potencial para vencer este acto eleitoral. Nas últimas eleições autárquicas, conseguimos eleger dois deputados para a Assembleia Municipal e eu não tenho dúvidas de que iremos aumentar o número de deputados”, garantiu Filipe Aguiar.

TEM SIDO COMPLICADO REUNIR CANDIDATOS PARA TODAS AS FREGUESIAS DE BRAGA?

Durante esta entrevista, Filipe Aguiar revelou ainda que o CHEGA pretende apresentar um candidato em todas as freguesias de Braga, procurando assim evitar que o seu eleitorado fique orfão de uma opção com a qual se identifique nas próximas eleições autárquicas.
“É um trabalho árduo apresentar candidatos a todas as freguesias do concelho. É algo que estamos a trabalhar e temos vindo a ter uma receptividade positiva. Porém, ainda temos um longo caminho a percorrer. Pretendemos ter candidatos em todas as freguesias. Ainda não sabemos se isso será possível, mas é um dos nossos grandes objectivos, pois não queremos deixar o nosso eleitorado orfão em nenhuma freguesia do concelho”, garantiu Filipe Aguiar.
O cabeça-de-lista do CHEGA à Câmara Municipal de Braga apontou ainda que o partido já definiu os seus candidatos para várias freguesias do concelho, quer mais periféricas, quer mais centrais. No entanto, Filipe Aguiar adiantou que o partido ainda está negociações com diversas pessoas para fechar as suas listas para todas as freguesias do concelho.
“A dificuldade é a mesma, quer em freguesias mais urbanas, quer em freguesias mais rurais. Temos já candidatos assumidos em freguesias periféricas, como também já temos listas concluídas em freguesias mais centrais. Por isso, a dificuldade tem sido a mesma, independentemente do território. Estamos em negociações em diversas freguesias, quer mais centrais, quer mais periféricas, mas estamos convencidos que iremos apresentar um candidato do CHEGA em todas as freguesias de Braga”, revelou o cabeça-de-lista do CHEGA.

O que difere a candidatura do bracarense Filipe Aguiar das restantes?

Filipe Aguiar não é o único bracarense a concorrer à presidência da Câmara Municipal de Braga para suceder a Ricardo Rio. João Rodrigues (PSD), António Braga (PS) e Ricardo Silva (independente) são outros bracarenses que se encontram na corrida. Contudo, o cabeça-de-lista do CHEGA garante haver grandes diferenças entre estas opções.
“Tenho o meu respeito por todos os outros candidatos assumidos à Câmara Municipal de Braga. A grande diferença que eu vejo na minha candidatura relativamente a outras é o meu conhecimento de outras cidades, que acredito que me traz um capital acrescentado da forma como vejo a cidade”, apontou Filipe Aguiar que ainda frisou que a falta de apoio partidário em movimentos como a candidatura de Ricardo Silva se poderá traduzir numa falta de “força necessária para alavancar o projecto de uma forma mais concreta”, enquanto que o projecto do CHEGA visa atrair “pessoas não ligadas directa ao partido, pessoas da sociedade civil que estão saturadas de promessas e de mãos cheias de nada”.
Filipe Aguiar ainda fez questão de rejeitar a ideia de um “vencedor pré-anunciado”, tendo frisado que as campanhas no terreno vão ser fundamentais para os bracarenses decidirem o seu voto.
“Não duvido que vai haver alterações no xadrez da Câmara Municipal. Há uma consciência generalizada serão umas eleições muito repartidas. Não acho que haja um vencedor pré-anunciado. O resultado das eleições irá depender muito das campanhas no terreno. Isso será fundamental”, destacou Filipe Aguiar.

“Braga não foi preparada para este crescimento populacional”

Uma das problemáticas mais discutidas em Braga tem sido a mobilidade. Nesse capítulo, o projecto do BRT tem vindo a ser apresentado como uma solução. Porém, o candidato do CHEGA à presidência da Câmara Municipal de Braga acredita que esta solução também será, ao mesmo tempo, um problema.
“O BRT foi mal planeado. O BRT vem como uma solução à mobilidade em Braga, mas tem de ter um espaço dedicado a ele. Em muitos locais, não há possibilidade de alargamento para o BRT, ou seja, temos de tirar área de passagem de veículos para criar espaço para o BRT. Acredito que isto será uma solução, mas, ao mesmo tempo, um problema. Temos também de perceber que condições tem a TUB para complementar as valências positivas que o BRT pode trazer, sem descurar as freguesias mais periféricas do concelho”, apontou Filipe Aguiar.

Acredita que o Crescimento populacional dos últimos anos afectou a cidade?

O candidato do CHEGA não tem dúvidas que o exponencial crescimento demográfico dos últimos afectou as condições de vida da cidade e aponta que o actual executivo municipal apelou ao crescimento populacional mas sem preparar a cidade para tal.
“A cidade não tem infraestruturas para responder ao crescimento exponencial que teve. Todos os dias vejo pessoas a queixarem-se da falta de médicos de família, mas depois vejo emigrantes a terem acesso a um médico de família e isso incomoda-me. Só podemos receber bem as pessoas se tivermos condições para tal. Os mais prejudicados acabam sempre por ser os nativos, os bracarenses, que veêm as suas condições de vida serem degradas pela falta de critério e planeamento das infraestruturas que não foram preparadas para acompanhar este crescimento exponencial”, apontou Filipe Aguiar, que ainda frisou ser “tempo de pensar como meter um travão nisto e pensar seriamente neste problema”, pois “Braga não tem capacidade para receber mais pessoas”.

COMO VÊ O PANORAMA HABITACIONAL EM BRAGA?

Uma outra temática que tem suscitado muitas opiniões em Braga é a questão da habitação e as dificuldades que muitos populares encontram na procura de casa (especialmente em situações de arrendamento) a preços acessíveis. Perante este cenário, Filipe Aguiar recordou a recuperação de uma escola para acolhimento de migrantes por parte da Braga Habit, recordou que esse órgão tem “540 famílias à espera de casa”. O candidato do CHEGA à presidência da Câmara Municipal de Braga apontou ainda para as situações de sobrelotação de apartamentos para uma maior rentabilização de lucros, frisando querer “criar equipas de fiscalização para impedir essas situações”.
“Não posso aceitar que a Braga Habit tenha 540 famílias à espera de casa, enquanto vejo projectos de 1,5 milhões de euros para recuperar edifícios para receber migrantes. Com todo o respeito pelos migrantes, temos de nos preocupar, em primeiro lugar, os nativos de Braga. Temos de ter uma maior preocupação com as rendas, promovendo uma maior fiscalização. Não podemos permitir, como sabemos que acontece aqui em Braga, que os senhorios alugem apartamentos a 15/20 pessoas, rentabilizando assim os seus rendimentos, em detrimento de alugarem esse mesmo apartamento a uma família. A fiscalização sobre esta questão nos últimos anos tem sido nula. Temos de criar equipas que possam fiscalizar e impedir essas situações em Braga”, revelou o cabeça-de-lista do CHEGA.