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Comunicação social foi ‘arma’ para a restauração do concelho de Vizela
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Comunicação social foi ‘arma’ para a restauração do concelho de Vizela

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Comunicação social foi ‘arma’ para a restauração do concelho de Vizela

Vale do Ave

2022-03-20 às 06h00

José Carlos Fernandes José Carlos Fernandes

Vizelenses voltaram a celebrar o 19 de Março, Dia do Município. Papel da comunicação social no sucesso do processo de restauração do concelho, concretizado há 24 anos, está registo num monumento à liberdade de expressão.

Citação

Vizela voltou este ano a festejar na rua a criação do concelho. Vinte e quatro anos depois da restauração de uma autonomia que teve entre 1361 e 1408, o Município decidiu homenagear os jornalistas que acompanharam a luta que culminou com a aprovação da lei de criação do concelho.
Ontem de manhã, foi inaugurado o Monumento de Homenagem aos Jornalistas e à Liberdade de Expressão, no qual o Município reconhece a comunicação social como “uma das armas mais relevantes com que o povo de Vizela contou para tornar intelegível ao país a sua luta autonómica”.

O monumento regista páginas de jornais que relataram as acções para a restauração do concelho vizelense, aprovada a 19 de Março de 1998, homenageando “a comunicação social nacional e local, que evidenciou uma história longa e rica em acontecimentos de profundo sentido”, alguns deles relatados de viva voz, ontem, pelos jornalistas Carlos Magno e Afonso Camões. Este recordou o espancamento de que foi vítima, na década de 80 do século passado, pelas forças da GNR chamadas para dispersar com violência uma das acções de protesto da população vizelense.

Carlos Magno, um dos subscritores do texto ‘Recado de Vizela’, apresentado no 1.º Congresso dos Jornalistas Portugueses, em 1983, confessou ontem que se sente “cidadão de Vizela como todos os jornalistas que aqui estiveram para relatar ao país” a acção do Movimento de Restauração do Concelho de Vizela ou do Grupo A Pesada.
O jornalista referiu que só conhece um monumento semelhante ao que ontem foi inaugurado em Vizela. Está em Timor Leste e também para destacar a importância que teve a comunicação social no sucesso do processo de independência deste país.
Segundo o presidente da Câmara Municipal de Vizela, os jornalistas constituiram “uma das armas mais relevantes com que o povo de Vizela contou”?para conquistar a sua autonomia administrativa.

No painel junto ao Monumento de Homenagem aos Jornalistas e à Liberdade de Expressão, a primeira página do Correio do Minho de 20 de Março de 1998 regista em título destacado ‘Entusiasmo em Vizela e silêncio em Guimarães’, dando conta dos sentimentos contraditórias que a aprovação do concelho de Vizela, no dia anterior, na Assembleia da República, provocou nas duas cidades.
O concelho de Vizela foi constituído pelo desmembramento de cinco freguesias do concelho de Guimarães, uma de Lousada e outra de Felgueiras.
Em Julho próximo, Vizela assinala os 650 anos da Aliança Luso-Britânica, que se iniciou com o Tratado de Tagilde, celebrado nesta freguesia do concelho em 1372. Junto à igreja de S. Salvador de Tagilde foi implantado, a 10 de Julho de 1953, um padrão com os símbolos dos reinos de Portugal e Inglaterra.

Município de Vizela apontado como exemplo de “fazer obra”

Nos últimos quatro anos, o Município de Vizela investiu cerca de 16 milhões de euros em 35 obras na sede do concelho e nas freguesias, beneficiando de comparticipações de fundos da União Europeia no valor de 10 milhões de euros.
Os números foram destacados ontem pelo presidente da Câmara Municipal de Vizela, Victor Hugo Salgado, na sessão comemorativo do 24.º aniversário de restauração do Município.
“O que parecia impossível é agora uma realidade”, afirmou o edil vizelense, destacando o investimento de regeneração urbana na Praça da República e no Jardim Manuel Faria como prova de que Vizela “está a trilhar caminhos de um desenvolvimento inegável”.

A capacidade de captação de financiamento comunitário foi relevada ontem pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, agraciada com a medalha de mérito do Município de Vizela, distinção justificada pelo papel da governante no acompanhamento dos projectos munici- pais.
“É rara a autarquia que fez em quatro anos o que Vizela Fez”, declarou a ministra, considerando que esta autarquia “trabalha as oportunidades que tem e raramente as desperdiça”.

Ainda segundo a ministra da Coesão Territorial, “Vizela é exemplo de coesão, resiliência a fazer obra com impacto positivo na qualidade de vida das populações”, tendo sabido “aproveitar a solidariedade europeia”.
Ana Abrunhosa adiantou que “Vizela não estava à espera de fundos comunitários para fazer obras”, pelo que assumiu o compromisso de encontrar soluções para empreitadas que ainda não beneficiaram de comparticipação.
Reconhecida como “amiga do concelho de Vizela” pelo presidente da Câmara Municipal, Ana Abrunhosa aproveitou ainda a ocasião para defender que é necessário “descentralizar cada vez mais o nosso país com os meios adequados” num momento político que não permite desculpas “para fazer o certo”.

No regresso das comemorações do aniversário da criação do concelho de Vizela, suspensas nos últimos dois anos devido à pandemia de covid 19, o presidente da Câmara Municipal apontou como desígnios deste seu segundo mandato “prestigiar o nome de Vizela, dar sentido à nossa luta autonómica e continuar a recuperar o tempo perdido”. Para Victor Hugo Salgado, “a causa autonómica é o que mais identifica os vizelenses”.
Na sessão solene de ontem, onde foram feitas várias referências à guerra na Ucrânia e guardado um minuto de silêncio pelas vítimas do conflito, foi atribuída também a medalha de mérito municipal ao vizelense Mário José Oliveira, ex-presidente da União de Freguesias de Caldas de Vizela (S. Miguel e S. João), presidente da Associação Comercial e Industrial de Vizela e que exerceu também cargos dirigentes no Futebol Clube de Vizela.

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