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Classificação das ‘Voltas de Macada’ visa a preservação e valorização patrimonial

Braga

2024-09-13 às 06h00

Libânia Pereira Libânia Pereira

A proposta de classificação das ‘Voltas de Macada’ como monumento de interesse municipal foi apresentada ontem e tem como objectivo a preservação e valorização patrimonial. O Processo de classificação deve ficar concluído até ao final do ano.

Citação

O Município de Braga quer classificar as ‘Voltas de Macada’ como monumento de interesse municipal. A proposta foi apresen- tada ao final da tarde ontem e nas palavras do presidente da câmara bracarense traduz-se numa “assunção de responsabilidade colectiva no sentido de promover a preservação e valorização deste espaço”, que no fundo reflecte “a história das infra-estruturas rodoviárias em Portugal”, completou Miguel Bandeira, presidente da Fundação Bracara Augusta.
A iniciativa, promovida pela Fundação Bracara Augusta em colaboração com a Câmara Municipal de Braga, a União de Freguesias de Celeirós, Aveleda e Vimieiro e a Freguesia de Priscos, surgiu no âmbito da série ‘Encontros com o Património’, e teve como foco as ‘Voltas de Macada’, localizadas no limite entre Vimieiro e Priscos. A iniciativa enquadra-se ainda nas Jornadas Europeias do Património, que na edição de 2024 têm como tema central ‘Rotas, Redes e Conexões’.
Para o presidente da câmara de Braga, esta classificação é desde logo “uma assunção de responsabilidade colectiva no sentido de promover a preservação e valorização deste património”. Desta forma, “a câmara assume a intenção de cuidar deste espaço, que, infelizmente, ao longo dos últimos anos não foi cuidado como deveria”, notou.
Por outro lado, há também uma dimensão de divulgação. “Um espaço patrimonial classificado é normalmente um espaço mais conhecido, mais fruído, ou seja, queremos que as pessoas venham desfrutar dele e possam conhecer esta infra-estrutura e a sua dimensão histórica”, afirmou Ricardo Rio.
Ao mesmo tempo, surge também “uma abertura a futuros trabalhos de investigação, a novas formas de exploração académica deste património, a projectos educativos. Abre-se aqui um manancial de iniciativas que podem ser desenvolvidas e que me parecem justas atendendo àquilo que é a mais-valia das ‘Voltas de Macada’, que foram uma infra-estrutura rodoviária muito importante no seu tempo”, acrescentou o autarca.
Note-se que este trecho da antiga Estrada Real, pavimentado pelo sistema Macadam, é um testemunho significativo da engenharia de infra-estruturas rodoviárias do século XIX, durante o período do liberalismo monárquico. O topónimo ‘Macada’ deriva do método de construção atribuído ao britânico John Loudon Mac-Adam, pioneiro na pavimentação moderna de estradas.
O presidente da Fundação Bracara Augusta sublinhou que as ‘Voltas de Macada’ são “um dos últimos testemunhos que temos de um período especialmente importante na construção de uma rede de estradas nacional que está indexado ao célebre ministro António Maria de Fontes Pereira de Melo. Foi ele o responsável por uma estratégia fundamental que veio dotar o país de uma rede de comunicação de estradas que substituiu aquilo que era a rede romana de estradas do passado”.
Para além de se afirmarem como um “testemunho de memória”, as ‘Voltas de Macada’, que já se encontram desactivadas, são também “um elemento de identidade da população que aqui vive e um local por natureza propício a fazer caminhadas, um local de lazer”, defendeu Miguel Bandeira.
As ‘Voltas de Macada’ integravam a antiga estrada Porto-Braga, “um dos principais projectos de toda essa abertura da rede de estradas que se estendeu pelo país”, disse. De acordo com o Miguel Bandeira, estão aqui “várias camadas da história”. “Não se sabe exactamente quando foram projectadas, mas são muito provavelmente do período do governo do ministro Costa Cabral, um período muito vivo e interessante da nossa história. Foram substituídas pela Estrada Nacional n.º14, troço também já desafectado, para depois abrirem um novo que passa hoje aqui em cima, e mais recentemente a auto-estrada, que hoje vem de alguma maneira demonstrar o eixo prioritário de circulação rodoviária que une as principais cidades do país”.
“No fundo, temos aqui a história das infra-estruturas rodoviárias em Portugal. Antes do século XX toda a gente que circulou entre Porto e Braga passou por aqui”, finalizou.

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