Noite Europeia dos Investigadores leva à descoberta da ciência
2023-05-27 às 06h00
António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais, foi o mais recente convidado do programa ‘Minho Magazine’, da rádio Antena Minho. Numa conversa com o jornalista Rui Alberto Sequeira, o CEO abordou os 65 anos que a empresa celebra este ano.
António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais, foi o mais recente convidado do programa ‘Minho Magazine’ da Rádio Antena Minho. Numa conversa com o jornalista Rui Alberto Sequeira, o CEO desta empresa de terceira geração abordou os 65 anos do Grupo Casais e o estado actual do sector da construção civil.
“Olho com orgulho para o passado desta empresa, pois celebrar 65 anos de existência é um marco histórico. Somos uma empresa de terceira geração, algo que não é fácil de se atingir para a maioria das empresas. Construimos o Grupo Casais em cima de um legado cultural e de valores humanos de grande nível, o que nos permitiu ter uma equipa sólida e capaz de enfrentar os desafios que nos foram sendo colocados ao longo destes 65 anos”, começou por dizer António Carlos Rodrigues.
O CEO notou que a capacidade de desenhar novas estratégias tem sido fundamental para a longevidade da empresa.
“Ao longo da nossa história, tivemos de passar por várias provações e conseguimos mostrar que temos a capacidade para desenhar novas estratégias. Penso que essa é a característica mais fundamental para a longevidade de qualquer empresa”, frisou o CEO do Grupo Casais.
Questionado sobre o impacto que a actual crise poderá representar, António Carlos Rodrigues frisou que é importante que as empresas sejam capazes de encontrar respostas rápidas, dando o exemplo da resposta que o Grupo Casais deu à pandemia da Covid-19 e à crise económica de 2008.
“Qualquer crise acaba por afectar os modelos de negócio. As crises são alturas onde se mostram as capacidades de adaptação das empresas. No nosso caso, a crise de 2008 contribuiu para uma maior internacionalização do Grupo Casais. Por sua vez, a pandemia da Covid-19 acelerou a nossa transação digital, levando-nos a repensar os modelos de negócio”, notou o CEO, António Carlos Rodrigues.
O convidado do ‘Minho Magazine’ apontou ainda que Portugal é um país limitado para a construção civil e que a agenda política também acaba por interferir no sector.
“Portugal é um país pequeno para empresas do nosso sector. O sector da construção está sujeito a ciclos económicos e aos investimentos que são feitos de acordo com o calendário político”, salientou o responsável.
O CEO do Grupo Casais acrescentou ainda que os aumentos drásticos das rendas se prendem com o facto da construção nova ter parado durante dez anos.
“Em Portugal, a construção nova esteve parada durante dez anos. Não houve colocação de produto no mercado, o que contribuiu para a elevação das rendas. Porém, considero que as rendas elevadas é um sinal da vitalidade da economia. Agora, para se baixar os actuais valores, é preciso aumentar a produção de construção nova. Se houver nova construção, os preços irão reduzir. Não sou a favor de se fixar máximos de renda. Em Estocolmo, fixaram-se valores máximos e os proprietários deixaram de arrendar e procuraram vender”, exemplificou o CEO.
Esta realidade nacional acabou por conduzir o Grupo Casais a outros cantos do mundo, com António Carlos Rodrigues a dar um especial enfoque ao mercado africano.
“Damos um forte valor ao mercado africano. A língua portuguesa é a nossa língua de operação. A escolha de um país para nos inserirmos depende da nossa capacidade de termos equipas capazes de comunicar. Sem comunicação não é possível haver segurança para os trabalhado- res e a segurança laboral é fundamental para o Grupo Casais. Neste momento, estamos a olhar para os PALOP como um palco de grande interesse”, confessou António Carlos Rodrigues.
“A falta de mão de obra qualificada é algo transversal a todo o sector”
O CEO do Grupo Casais abordou ainda, na sua entrevista para o ‘Minho Magazine’, a questão da mão de obra no sector da construção, notando que há uma falta de pessoas qualificadas para se empregarem no sector.
“A falta de mão de obra qualificada é transversal a qualquer empresa do sector. Temos um problema de números. O sector já teve 600 mil trabalhadores no seu auge e esse número foi reduzido para 300 mil. É uma redução considerável. Precisamos de trabalhar nas qualificações. Existem pessoas dispostas a trabalhar na construção civil, mas não existem pessoas com as qualificações necessárias”, notou António Carlos Rodrigues.
O CEO do Grupo Casais expressou ainda o seu descontentamento com a aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência, notando que estes fundos estão a ser pensados em cima da hora, em vez de ter havido um pensamento prolongado sobre a sua melhor aplicação.
“O Plano de Recuperação e Resiliência não tem sido bem aplicado. Nós já devíamos ter os investimentos todos pensados e prontos a arrancar, mas esse não é o pensamento nacional. Só pensamos quando há dinheiro. A grande dificuldade de implementar o PRR assenta na necessidade de fazer as coisas de um dia para o outro. Se tivéssemos as coisas já pensadas com tempo, agora com o dinheiro do PRR só tínhamos de avançar com as intervenções”, explicou o CEO do Grupo Casais.
António Carlos Rodrigues expressou ainda que o conflito entre Rússia e Ucrânia teve um importante contributo. Na opinião do CEO, a Europa agora pensa como uma verdadeira União Europeia, algo que não acontecia no passado.
“A Europa era muito cínica e eu acredito que o conflito entre a Rússia e Ucrânia veio mudar isso. Antes, cada um olhava por si. Agora temos uma Europa que, de facto, funciona como uma União Europeia. Pela primeira vez, as políticas europeias são políticas integradas”, notou António Carlos Rodrigues.
Neste cenário internacional, o CEO do Grupo Casais partilha a opinião de que Portugal tem todas as condições para ter um maior relevo internacional. No entanto, para tal cenário se verificar, é preciso haver algumas mudanças no panorama luso.
“No palco europeu, eu acredito que nós podemos ter um papel mais preponderante. Portugal e Espanha são dois países com pessoas culturalmente parecidas. Claro que, para termos essa maior preponderância, também será preciso fornecer mais habitação. Sem habitação, não vamos conseguir atrair mais gente e não vamos conseguir fazer com que as empresas cresçam. Nesse aspecto, também é preciso notar que o desenvolvimento da ferrovia é fundamental. Neste momento, estamos a sair prejudicados porque as nossas linhas de comboio têm 20 anos de atraso em relação à Europa”, constatou António Carlos Rodrigues.
Pode consultar esta edição do programa ‘Minho Magazine’ com o CEO do Grupo Casais, António Carlos Rodrigues, no site da rádio Antena Minho.
Internacionalização
“Parcerias locais são essenciais”
“Em todos os locais que estamos, temos parcerias. Até em Portugal. Essas parcerias representam 30 por cento da nossa actividade. Em todas as regiões, temos de ter essas parcerias. Nós dependemos dos recursos e dos meios locais. Está no nosso ADN criar relações nos locais onde nos inserimos e isso acaba também por nos levar a ser um Grupo Casais diferente em cada local onde nos encontramos, embora tenhamos sempre os mesmos valores”, salientou António Carlos Rodrigues.
Perspectiva para o futuro
“Eventualmente, mercado irá reduzir”
“Neste momento, temos uma mistura de países desenvolvidos e países em desenvolvimento. A Angola é o país com mais peso internacional, embora também tenha de ser de destacar a Europa, por ser uma região sem fronteiras, cuja mobilidade facilitada o nosso trabalho. Cada mercado tem as suas particularidades. Para o Grupo Casais, a actividade internacional é essencial. Não podemos andar trás. Estamos a crescer em Portugal desde 2018, mas não nos podemos iludir com esse crescimento, pois sabemos que, eventualmente, o mercado irá reduzir”, notou o CEO do Grupo Casais.
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