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Entrevistas

2025-03-02 às 06h00

Marlene Cerqueira Marlene Cerqueira

Barómetro Rui Marques, director-geral da AEB, apresenta-nos o balanço de 2024, numa análise centrada no desempenho das actividades económicas da região de Braga e que abarca ainda os indicadores da economia nacional e o contexto internacional.

Citação

“Braga e a região encerraram 2024 com um balanço positivo e a certeza de que estamos preparados para enfrentar os desafios de 2025 com confiança e determinação” é a convicção de Rui Marques, director-geral da Associação Empresarial de Braga.
Ao ‘Correio do Minho’, Rui Marques reafirma do compromisso da AEB “de ser um parceiro estratégico para as empresas locais, promovendo um desenvolvimento económico inclusivo, sustentável e inovador”.
O ano de 2024 foi marcado por “um cenário económico global volátil e de grande incerteza, com tensões geopolíticas acentuadas”. No entanto, Rui Marques nota que “Portugal destacou-se a nível europeu, registando um crescimento económico moderado”. O PIB nacional aumentou 1,9%, “impulsionado sobretudo pelo consumo privado, que beneficiou da melhoria das condições financeiras, da redução das taxas de juro e da estabilização da inflação”. Em comparação, a zona euro cresceu apenas 0,7% e a União Europeia 0,8%. “O mercado de trabalho manteve-se robusto, com baixos níveis de desemprego e aumentos salariais reais que estimularam o consumo”, acrescenta.

Centrando a análise na região de Braga, Rui Marques nota que a economia manteve um registo de crescimento em praticamente todos os sectores de atividade.
As exportações da indústria bracarense registaram um crescimento de 4,6%, “totalizando um resultado histórico” de 1.991,4 milhões de euros, enquanto o desempenho das exportações de Portugal (apenas cresceu 1,9%), e na maioria dos concelhos de baixa densidade da área de intervenção da AEB, diminuíram, à excepção de Vila Verde, onde cresceram 2,2%.
No sector do comércio e serviços, as vendas registaram um crescimento de 6,5% no concelho de Braga, totalizando um valor recorde de 1.627,7 milhões de euros de vendas em TPA. Nos concelhos de baixa densidade da área AEB, a taxa de crescimento foi ainda mais elevada do que a registada em Braga, situando-se entre os 7,9% em Terras de Bouro e os 14,5% em Vila Verde.

No comércio e serviços, o director- -geral da AEB destaca “o aumento do peso dos estrangeiros no volume de negócios do sector”, situando-se entre os 6,4% em Braga (6,3% em 2023) e os 19,6% em Terras de Bouro (18,3% em 2023), “mas em todos os concelhos com uma tendência de crescimento”.
Já o sector da restauração no concelho de Braga cresceu 9%, atingindo 183,7 milhões de euros em pagamentos em TPA, enquanto o alojamento manteve-se estável, com 20,4 milhões de euros em pagamentos, um valor semelhante ao de 2023.

“O dinamismo e a performance do sector do turismo na região são também confirmados pela evolução do número de dormidas”, refere, destacando os desempenhos nos concelhos de Braga (+6,3%), Vieira do Minho (+5,6%) e Vila Verde (+10,8%).
Braga apresenta 677.579 dormidas, “o maior valor de sempre, a que não serão alheios o surgimento de novas unidades hoteleiras e o aumento da procura turística”.
A vitalidade da economia bracarense é também atestada no número relativamente baixo de desempregados inscritos no IEFP (6.210 no mês de dezembro), pela dinâmica na constituição de novas sociedades (1.078 empresas) e pela diminuição significativa do número de dissoluções (menos 101,1% em relação a 2023).

Empresas com ambições além-fronteiras
Economia nacional com indicadores positivos

O investimento directo estrangeiro (IDE) em Portugal cresceu 15,4% para 12,2 mil milhões de euros, enquanto o investimento directo de Portugal (IPE) no exterior aumentou 19%, alcançando 6,2 mil milhões de euros, o maior volume desde 2021. Segundo Rui Marques, estes números reflectem não apenas a atractividade contínua da economia nacional, mas também a ambição das empresas portuguesas em expandir-se além-fronteiras. A Zona Euro manteve-se como principal origem do IDE, com a Alemanha e os Países Baixos a liderarem as transacções. Já no IPE, a Europa foi o principal destino (82% do total), destacando-se Espanha, França e Polónia.
Fora da União Europeia, os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) atraíram 12% do investimento português, com projetos nas áreas de energia solar e agricultura intensiva.

Habitação e imigração em destaque
Novo governo e desafios económicos e sociais marcam o ano

A nível nacional, Rui Marques destaca a chegada de um novo Governo. Em Abril de 2024, Luís Montenegro tomou posse como primeiro-ministro de Portugal, trazendo “novas prioridades e opções para o governo, nomeadamente a redução de impostos sobre o trabalho e pensões, o aumento do salário mínimo e a actualização das pensões”. Nota ainda que “a questão da habitação e a imigração foram e continuam a ser temas centrais, com esforços para melhorar as condições de vida e debater políticas de integração e apoio aos imigrantes”.

Trump, Rússia/Ucrânia e Gaza
Eventos internacionais e impacto na economia global

O director-geral da AEB lembra que a reeleição de Donald Trump nos EUA “gerou expectactivas mistas sobre a economia global, influenciando mercados e políticas económicas”. No contexto internacional, a guerra entre Rússia e Ucrânia continuou a ser “um grande desafio geopolítico, com impactos significativos na economia global, especialmente em termos de preços de energia e das cadeias de abastecimento”. Empresas como a ‘Nvidia’ destacaram-se no sector dos chips, impulsionadas pela procura e desenvolvimento acelerado da inteligência artificial, transformando mercados e o quotidiano das pessoas. A intensificação do conflito em Gaza e incidentes envolvendo o Hezbollah no Líbano “contribuíram para as tensões regionais e impactaram a economia global”. Estes eventos, entre outros, “moldaram o quadro económico de 2024 e continuam a influenciar o presente e o futuro”.

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