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Avelino Silva: Queremos que o desemprego acabe na Póvoa de Lanhoso
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Avelino Silva: Queremos que o desemprego acabe na Póvoa de Lanhoso

Entrevistas

2018-06-09 às 06h00

José Paulo Silva José Paulo Silva

Proximidade com as empresas e o IEFP é estratégia seguida pelo presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, Avelino Silva, para atacar o desemprego no concelho. Eleito em Outubro de 2017, após três mandatos consecutivos como presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Lanhoso, o edil social democrata destaca, em entrevista, os investimentos que estão a ser feitos nas redes de abastecimento de água e saneamento e na regeneração urbana da sede do concelho. O autarca aponta a necessidade de criar um novo espaço cultural na vila.

Citação

P - Foi presidente da Junta de Freguesia da Póvoa de Lanhoso e assessor do anterior presidente da Câmara Municipal, Manuel Baptista. A chegada à presidência representa a continuidade do trabalho realizado?
R - De facto, a minha primeira experiência política foi como secretário da Junta de Freguesia da Póvoa de Lanhoso, por convite do Manuel Baptista, ex-presidente da Câmara Municipal. Ponderei muito na altura mas revi-me numa equipa de trabalho que tinha hipótese de desenvolver a freguesia da Póvoa de Lanhoso. Fizemos uma gestão completamente diferente e as pessoas acreditaram em nós. Ganhei uma experiência única.

P - Cumpriu depois três mandatos como presidente da Junta de Freguesia...
R - O Manuel Baptista concorreu à Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso e eu à Junta de Freguesia. Ele ganhou com maioria absoluta e eu também. Convidou- me para ser assessor dele e acho que fizemos um casamento perfeito. Sou um bairrista e adoro a minha terra.

P - A transição da presidência da Câmara Municipal foi suave?
R - Posso dizer-lhe que tivemos 12 anos sem memória. Quem recuar 16 anos e recordar o que era a Póvoa de Lanhoso e o que o concelho é agora, vê uma transformação completa em termos culturais, educacionais, empresariais e sociais.

P - Esses 14 anos como autarca de freguesia deram-lhe estofo para assumir a presidência da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso?
R - Eu falo muito com as pessoas. A minha política é lidar com as pessoas todos os dias.

P - Uma das suas primeiras medidas foi reunir com os cidadãos nas freguesias...
R - É uma opção que está a dar frutos. As pessoas que nos procuram têm necessidades que nós temos de resolver num curto espaço de tempo. Posso dizer que estamos a fazer um trabalho notável nesse sentido. Por outro lado, estamos a visitar todos os empresários da Póvoa de Lanhoso. Queremos que o desemprego acabe na Póvoa de Lanhoso e estamos a consegui-lo. Há uns anos tínhamos 1 800 desempregados e actualmente temos entre 800 e 900. Há um grande esforço da Câmara Municipal em comunicar com os empresários para ver o que eles pretendem. Com o Instituto do Emprego e Formação Profissional temos colaborado também para a realização de acções de formação de acordo com as necessidades das empresas.

P - O concelho da Póvoa de Lanhoso sofreu um golpe profundo com a saída de algumas empresas, nomeadamente uma ligada ao sector da cablagem automóvel que provocou o despedimento de cerca de duas mil pessoas. Esta é uma situação que demora a repôr?
P - Há uma continuidade das políticas municipais. Temos captado investimento para o concelho. Parte do espaço dessa empresa de cablagem foi ocupado pela empresa Prosis que neste momento é o ícone empresarial da Póvoa de Lanhoso.?Dentro de pouco tempo, a empresa vai criar mais 300 postos de trabalho.?Estamos também a apoiar a indústria têxtil, a filigrana e a transformação da pedra.

P -?Há novos investimentos na área da filigrana?
R - No pico da crise, a maior das pessoas que trabalhavam na filigrana emigraram. Agora está a surgir um novo nicho de mercado importador deste tipo de produto. A filigrana nasceu na Póvoa de Lanhoso e é com muito gosto que nós estamos a certificá-la. Há uma recuperação deste sector.

P - Neste momento, o concelho da Póvoa de Lanhoso tem disponíveis lotes industriais para novos investimentos?
R - Conseguimos reactivar um parque para 14 pavilhões que estava parado por falta de entendimento entre dois industriais. Vão instalar-se lá várias empresas. Temos mais três ou quatro localizações para novos parques industriais, embora existam neste momento diversos lotes industriais disponíveis. Somos um concelho de baixa densidade...

P - Mas muito perto de Braga e Guimarães.
R - Estamos entre Braga e Guimarães, o que nos dá uma vantagem muito grande. Nós procuramos as empresas mas estas também nos procuram. Temos potencial para dar garantias de sucesso às empresas.

P - O ISAVE - Instituto Superior de Saúde esteve instalado vários anos na Póvoa de Lanhoso e acabou por sair para outro concelho. Vê alguma possibilidade de o ensino superior regressar à Póvoa de Lanhoso com aquela ou outra instituição?
R - Com o ISAVE não é possível neste momento. Houve alguém que adquiriu as licenças que o Instituto tinha para a Póvoa de Lanhoso.

P - A saída do ISAVE acabou por trazer prejuízos à Póvoa de Lanhoso.
R - A empresa UTA e o ISAVE foram duas referências da Póvoa de Lanhoso. Estamos hoje a colmatar as suas saídas com outras soluções. Daqui a uns anos vamos esquecer por completo a UTA, porque vamos superá-la em termos de empregabilidade.

P - A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso tem alguma possibilidade de intervenção no sentido de dar um destino às instalações do ISAVE em Geraz do Minho?
R - Estamos a tentar uma solução. Ainda a semana passada fomos lá com um grande industrial visitar as instalações. Esse industrial de referência ficou muito bem impressionado com aquilo que viu. Não posso dizer muito mais sobre isso. Vamos ver se conseguimos chegar a bom entendimento com o fundo que detém esse património.

P -?Há então uma luz ao fundo do túnel quanto ao aproveitamento dessas instalações?
R - A preocupação do meu executivo é mesmo essa. Nós sabemos o que queremos para a Póvoa de Lanhoso. O que nos move é a população do concelho. Todos os dias sou o primeiro a chegar à Câmara Municipal e o último a sair. Isso quer dizer que gosto muito do que estou a fazer. Sempre defendi a minha terra com unhas e dentes e, se o povo quiser, nos próximos 12 anos vou continuar a lutar pela minha terra como ninguém.

P - Em termos turísticos, o concelho da Póvoa de Lanhoso ainda tem muito a explorar?
R - Em termos turísticos, estamos a aproveitar a filigrana como estamos a aproveitar o Castelo, que teve 14 mil visitantes o ano passado, entre os quais muitos estrangeiros. Nós temos um património invejável. Agora estamos a fazer Caminhadas com História que são um sucesso para mostrar o que temos na nossa terra. Estamos num bom caminho. Apresentámos há dias uma candidatura que, se for aprovada, vai revolucionar tudo o que estamos a fazer em termos de turismo aventura e patrimonial, que vai alterar completamente os hábitos das pessoas. Essa candidatura envolve o nosso património e restauração que temos no nosso concelho. Nós temos uma gastronomia e um património invejáveis e e temos um povo acolhedor. Temos todas as condições para que o turismo se desenvolva na Póvoa de Lanhoso.
P - Em termos de alojamento, há uma oferta que diferencie Póvoa de Lanhoso?
R - Temos uma residência universitária com 400 quartos. Vamos tentar uma solução para que as pessoas tenham alojamento a um preço reduzido. Dentro em breve vamos ter novidades sobre isso.

P -?Tem um envelope de 14 milhões de euros para investir na Póvoa de Lanhoso nos próximos quatro anos de man-dato?
R - Não, em 17 meses. É o maior investimento de sempre na Póvoa de Lanhoso. A Câmara Municipal tem este ano um orçamento de 22 milhões de euros, que é também o maior de sempre. Temos quatro milhões de euros para obras de água e saneamento.

P -?Essa é uma lacuna grande no concelho?
R - Com o investimento que estamos a realizar, a taxa de cobertura de água chegará aos 90 % e a de saneamento básico aos 50%. É uma lacuna grande. Já disse numa Assembleia Municipal e numa reunião da Câmara que, há 20 anos, havia candidaturas a financiamento para este sector que não foram aproveitadas. Ou o presidente da Câmara Municipal da altura entendia que havia outras prioridades.

As candidaturas que fizemos para a água e saneamento básico só podem incidir em fechos de rede. Todas as candidaturas que foram submetidas pela Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso foram aprovadas. Neste momento estamos com frentes de obra em cinco freguesias. A regeneração urbana leva a restante parte do bolo dos fundos comunitários. O centro da vila de Póvoa de Lanhoso está a ser completamente remodelado. A obra do Parque do Pontido está em fase de acabamento. Nós temos um projecto mais ambicioso, o Pontido 2, só que não conseguimos acordo com proprietários de terrenos. Vamos tentar mais tarde. Recebemos há dias a informação de que somos o Município mais eficiente em termos de cumprimento de prazo de obras.

P - A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso poderá aproveitar a próxima reprogramação dos fundos comunitários?
R - Sim. Como estamos a cumprir com as regras, vamos ter esse benefício.

P -?E tem algum projecto em perspectiva para incluir nessa reprogramação?
R - Podemos chegar a um entendimento para incluir o Pontido 2. Nunca vamos esquecer a parte poente do Parque do Pontido, porque é um espaço único na vila que temos de valorizar.

P - A requalificação da Praça Eng. Armando Rodrigues vai dar uma nova vida ao centro da vila?
R - A vila da Póvoa de Lanhoso merecia isto. Posso dizer que praticamente todas as ruas vão ser intervencionadas. As obras na zona pedonal em redor dos Paços do Concelho estão em acabamento, bem como no Pontido. Parte da requalificação da Praça Eng. Armando Rodrigues vai ser concluída dentro de um mês. A outra parte ficará para depois do Verão para não prejudicar muito o comércio tradicional. Este conjunto de obras vai proporcionar um limpar da imagem da vila da Póvoa de Lanhoso.

P - Está para breve o início da requalificação da Escola Professor Gonçalo Sampaio?
R - Sim, são 2, 2 milhões de euros de investimento. Estamos a conversar com a direcção da escola e com o empreiteiro para ver a melhor altura de começar as obras. A existência de amianto obriga a regras próprias, por isso estamos a estudar a melhor forma de não perturbar o próximo ano lectivo.

P -?Um dos seus pelouros é a Acção Social. A Póvoa de Lanhoso tem um Provedor do Idoso. É uma experiência interessante e necessária?
R - O que sempre me moveu são as crianças e os idosos. Estive sempre envolvido na área social e por isso é que escolhi esse pelouro.

P -?Não é muito habitual um presidente de Câmara Municipal ficar com essa pasta.
R -?Não. Fiz questão disso porque me sinto bem nessa área. A escolha de Álvaro Oliveira para Provedor do Idoso veio dar mais ênfase a actuação na área social. É um bairrista que gosta de ajudar o próximo. Juntamente com a GNR, vamos voltar a fazer um levantamento das necessidades sociais da população da Póvoa de Lanhoso. O apoio à compra de medicamentos é uma proposta com que vamos avançar. As dificuldades de compra de medicamentos não afectam apenas a população mais idosa, mas também uma faixa etária entre os 40 e os 50 anos. A Câmara Municipal o que vai fazer é comparticipar a compra de medicamentos em situações mais extremas. É uma promessa que vai ser implementada no próximo ano. Estamos a fazer um estudo exaustivo das necessidades.

P - E o apoio à vacinação?
R - Estamos também a fazer um estudo para apoio às famílias na compra de vacinas que não comparticipadas pelo Estado. Senão fossem as candidaturas a fundos comunitários, já estaríamos a conceder esses apoios.

P - A instalação de balcões únicos em Taíde e Monsul é outra das apostas da sua vereação?
R - Os balcões únicos já estão instalados há bastante tempo e estão a funcionar em pleno.

P - E fica o concelho coberto com este serviço de proximidade?
R - Sim, fica um balcão único na parte alta do concelho e outro na parte baixa. Estamos a dar mais facilidade às pessoas de resolverem os seus problemas sem necessidade de se deslocarem à sede do concelho.

P - Definiu como prioridade do mandato o reforço das transferências financeiras para as juntas de freguesia. Uma vez que foi presidente de junta durante 12 anos, não terá grandes argumentos para não o fazer...
R - Quando entrámos para a Câmara Municipal, há 12 anos, forçamos as transferências para as juntas de freguesia.?Nos próximos quatro anos vamos reforçá-las em mais 50%. Como disse, eu já fui presidente de Junta de Freguesia e sei as dificuldades que existem. A Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso está a ir ao encontro das necessidades das juntas de freguesia, não só através das transferências mensais, mas também com a celebração de protocolos para a execução de obras. 2017 foi o ano em que se fizeram mais transferências por esta via. Posso dizer que não houve uma freguesia em que não fosse realizada uma obra com protocolo de delegação de competências.

P -?Tem também os pelouros do Turismo e da Cultura.?Já falámos do turismo que terá de se complementar com a acção cultural...
R - Estes dois sectores estão a trabalhar em conjunto. Posso dizer que é com muito gosto que tenho o pelouro da Cultura. Estamos a inovar com espectáculos para bebés e crianças, com o Concurso Nacional de Teatro que é feito na Póvoa de Lanhoso com salas lotadas. Estamos a proporcionar visitas e leituras encenadas a instituições.

P - O Theatro Club é um espaço suficiente para essa dinâmica cultural?
R - Quem visita o nosso Theatro Club fica impressionado com a beleza que ele tem. Mas ele só alberga 120, 130 pessoas. Precisamos de outro espaço. Está no nosso programa eleitoral. Estamos agora a fazer a Semana da Saúde numa tenda e não num local digno.

P - O Theatro Club é uma boa sala de visitas mas não tem capacidade?
R - É isso mesmo. É uma sala lindíssima e única mas realmente precisamos de um outro espaço digno e que albergue muitas mais pessoas. É para isso que vamos lutar.

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