O vereador João Rodrigues confirmou ontem que um terreno, na urbanização do Areal, que era usado como área de lazer pela população, pertence, de facto, à Associação Famílias, que agora ali vai construir uma creche com capacidade para acolher 52 crianças.
O tema foi levado a reunião de Câmara pelos vereadores Ricardo Sousa, do PS, e Victor Rodrigues, da CDU, que quiseram esclarecer a situação, perante a admiração dos populares quando se depararam com uma placa, no terreno localizado na Rua Gabriel Pereira Bacelar, dando nota de que naquele terreno, onde até existe um parque de fitness, vai ser construída uma creche.
O vereador do Urbanismo, João Rodrigues, esclareceu que o terreno, que podia dar a ilusão de ser público porque era usado livremente pela população, foi doado em 2003 pela Câmara Municipal de Braga à Associação Famílias.
“Aquele loteamento foi aprovado em 1990 e previa naquele espaço, exactamente onde vai nascer a creche, um equipamento desta génese. Podia ser um lar, uma clínica, uma creche. Em 2003, o anterior presidente de Câmara doou à Associação Famílias o terreno para a construção de uma creche ou de um ATL naquele lugar. Houve diversas alterações ao alvará de loteamento e em 2015 isto foi assumido como compromisso no próprio plano de Urbanização das Sete Fontes. Agora, a Associação Famílias decidiu avançar porque conseguiu financiamento do PRR para construir ali a creche com 52 vagas”, descreveu o vereador.
João Rodirgues referiu ainda que a Câmara ainda tentou perceber se havia outros locais para onde pudesse ser transferida a creche, “mas não foi possível”.
O vereador revelou também que a Junta de São Victor deu parecer positivo à construção da creche: “Pese embora as Juntas de Freguesia não tenham um papel activo nos processos urbanísticos, mas tendo em conta a envolvente e por termos a noção que o local é um espaço com algumas particularidades, perguntamos também à Junta de Freguesia de São Victor o que achava e a própria Junta percebeu que dada a necessidade de creches devia dar um parecer positivo, o que fez”. Perante este quadro, a Câmara aprovou a construção da creche naquele local.
A explicação do vereador João Rodrigues foi “entendida” por Ricardo Sousa, que espera que “a comunidade assim o entenda também”.
“Se em 2003 foi feita essa doação poderia ter-se tentado a reversão do terreno, porque era usado pela população como público. Mas percebe-se a lógica: o terreno é da Associação Famílias, há necessidade de creches e quer avançar. Agora há que pensar numa compensação, porque a comunidade vai ser privada do usufruto de um espaço que era usado como público e bem utilizado”, referiu Ricardo Sousa aos jornalistas, após a reunião.
Já Victor Rodrigues compreende a necessidade da construção e mais creches, mas alertou para a falta crescente de espaços de lazer na malha urbana.
“É um problema que temos vindo a alertar nas discussões dos relatórios e planos de actividades, em que chamamos sempre a atenção para a necessidade da criação, não apenas de parques urbanos de grandes dimensões, mas para a existência de uma malha de espaços de usufruto e de lazer que pode existir na cidade”, referiu o vereador da CDU, defendendo que há muitos espaços públcios que podem ser usados para lazer.
“Os espaços disponíveis para zonas de lazer vão rareando e isso é uma machada na qualidade de vida das populações, não obstenat enós vermos como uma necessidade premente a construção de habitação e de creches”.