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2021-07-24 às 06h00
realizou-se ontem, no município de Amares, a entrega do Prémio Literário Francisco Sá de Miranda. O evento ocorreu na Casa da Tapada, antiga moradia do poeta a quem o prémio honra. O concurso foi vencido por Ana Luísa Amaral.
A celebração, realizada na Casa da Tapada, antiga residência do poeta português, contou com o presidente da Câmara Municipal, Manuel Moreira, do vice- presidente do município, Isidro Araújo, com Sério Guimarães, presidente do júri do concurso e professor da Universidade do Minho, e com a vencedora do Prémio, Ana Luísa Amaral.
O evento iniciou-se com um momento música, protagonizado por três alunas da Associação Educação, Cultura e Artes (AECA) e seguiu com a declamação de um poema.
Depois, Manuel Moreira iniciou o seu discurso começando por enunciar que “Amares quer, mais uma vez, marcar a presença na cultura e dos homens e mulheres que fazem a literatura nos países da língua portuguesa”. O edil frisou que, com a entrega do prémio, o município também honrava a memória colectiva de Amares e a sua história. “Ao evocarmos Francisco Sá de Miranda, que morou na Casa da Tapada em Fiscal, falamos de um vulto maior que muito orgulha o nosso concelho e o nosso país”, destacou. O autarca felicitou a poetisa pela conquista do prémio com a obra ‘Àgora’ e por todo o seu trabalho literário realizado ao longo dos anos, com reconhecimento nacional e internacional.
O concurso, que vai já na 2.ª edição, contou com o júri composto por Sérgio Guimarães, por Isidro Araújo e por Ana Isabel Moniz, professora universitária da Madeira. O prémio é já uma referência para todos os autores e leitores que se interessam por poesia escrita em português e teve a participação de 202 autores, no presente ano.
O presidente do júri, não escondeu que “foi uma verdadeira maratona ler no escasso tempo disponível todas as obras a concurso, até porque ler poesia é ler com demorada atenção”. Sérgio Guimarães enumera algumas das razões que levaram a escritora a vencer o concurso literário. “ Em primeiro lugar, o dirigente enalteceu “ a condição humana que ocupa nesta obra um lugar que o leitor facilmente reconhece como central. Depois, referiu também o facto de, em ‘Ágora’, “se reencontrar, com efeito de leitor, uma leitura de emblemáticos episódios bíblicos.
Ana Luísa Amaral, de entre as várias citações poéticas que fez ao longo do seu discurso, destacou sonetos de Francisco de Sá de Miranda e frases de Albert Einstein.
A escritora, através da poesia, fez despertar os presentes convidados da cerimónia para o sentido da liberdade, fazendo uma analogia do presente.
“A arte, e no meu caso, a arte da poesia é absolutamente fulcral, pois é a partir dela que sentimos e pensamos o mundo, os outros seres vivos e viventes, e nos pensamos enquanto seres humanos”, proferiu. No fim, a poetisa deixou uma palavra de ternura à sua filha, genro e pai.
Por último, Isidro Araújo, mostrou-se emocionado com o discurso da escritora, confessando mesmo estar “ sem palavras”. O vice-presidente do município agradeceu à vencedora do prémio pela lição que deixou e enalteceu que “foi um momento único que todos tivemos o privilégio de partilhar”.
O membro do júri afirmou que a escolha do vencedor/a do prémio foi “muito fácil”, e partilhou que “ a última reunião que tivemos, ainda tinha cinco títulos para escolher. No entanto, o debate demorou apenas 20 minutos”, frisou.
Isidro Araújo confessou que o livro da autora apaixonou todos que o avaliaram, e desejou votos de um futuro cheio de sucesso a Ana Luísa Amaral.
18 Março 2024
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