O fim da alternância
Ideias Políticas
2021-11-09 às 06h00
Nas últimas semanas, os tradicionais partidos da Direita, bem como as suas respetivas lideranças, foram protagonistas das parangonas dos principais tabloides nacionais, bem como da opinião pública (e também da publicada), face à tentativa de adiamento dos respetivos atos eleitorais internos dos partidos, para data posterior às inesperadas - para alguns - eleições legislativas do próximo dia 30 de janeiro.
Enquanto conselheira nacional do meu partido, o CDS-PP, tive a oportunidade de votar a proposta de adiamento do XXIX congresso, de forma livre e democrática, num dos Conselhos Nacionais mais participados de sempre (cerca de 300 pessoas), tendo votando favoravelmente o adiamento do congresso do partido. Fi-lo de consciência tranquila, de forma bastante ponderada e com o espírito completamente livre, até pelo simples facto de não apoiar nenhum dos candidatos anunciados à liderança do partido (por razões distintas), estando certa que, não obstante à necessidade do partido se reforçar, independentemente das escolhas que daí resultarem, em Congresso, este não é o timing para uma disputa eleitoral interna (e que se antevê, até pelo espírito de guerrilha constante de palavras, de forma pública, dura) poucas semanas antes da entrega de listas, da construção de um programa político e sobretudo da preparação de uma das mais difíceis campanhas políticas que o partido tem pela frente.
Com o mesmo sentido de voto que o meu, quis a maioria dos presentes de um dos órgãos colegiais mais importantes na vida do partido, que o congresso fosse adiado. Decisão essa que, infelizmente, por muitos não, é respeitada (foi e é com profundo desagrado que venho assistido a ilustres figuras, por muitos apelidadas de “notáveis” do partido, a abandonarem e criticarem uma decisão maioritária de um órgão colegial da estrutura, fazendo dentro de portas tudo aquilo que o CDS-PP critica: a imposição das minorias sobre as maiorias, só pelo simples facto de com elas não concordarem). Relembro apenas o seguinte: o mesmo CN que em tempos debateu moções de confiança aos líderes do CDS-PP, que decidiu antecipar e até mesmo o adiar congressos do partido, é o mesmo órgão (ainda que com a natural mudança de dirigentes ao longo dos anos) que agora tem a legitimidade para adiar a reunião magna do partido. E que inclusive teve, em outros partidos, como o caso do PSD, também a legitimidade para antecipar eleições e congressos. É assim que a democracia interna dos partidos deve funcionar, com um respeito claro pelo institucionalismo dos órgãos internos das diversas forças partidárias.
Deste modo, acredito que este deve ser um momento para o partido e a sua direção (que apesar de tudo está formalmente legitimada em congresso), procurar construir uma alternativa séria, credível, ao serviço dos portugueses, e garante alternativo ao socialismo instalado, que por sinal já se encontra em campanha, até antes mesmo do próprio chumbo do Orçamento de Estado (foi precisamente pela mão do PS que recebemos o primeiro sinal de uma morte anunciada do OE). Só dessa forma o CDS-PP terá condições para manter a sua representatividade parlamentar e ser um contributo, se assim os portugueses o quiserem, para a necessária e importante viragem do país ao centro-direita. Porque neste momento político, mais do que discutir lugares partidários, é importante que se discuta a visão que se quer para o país!
19 Março 2024
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