Lei dos Solos: a descentralização de competências na habitação
Ideias Políticas
2025-02-18 às 06h00
O dia 14 de fevereiro é, por tradição, o dia de referência para a celebração do carinho que as pessoas nutrem – ou devem nutrir – umas pelas outras e que as mantém unidas numa relação. Espera-se que as relações sobejamente celebradas neste dia sejam significado de harmonia e felicidade.
Contudo, o Dia dos Namorados não deve ter como função exclusiva a celebração das relações de felicidade: deve, também, servir para alertar a sociedade acerca dos números relativos à violência doméstica, em particular acerca dos números relativos à violência no namoro e, também, para advertir das várias formas de violência.
No passado dia 14 de fevereiro, foram revelados dados particularmente preocupantes. A Guarda Nacional Republicana revelou que, no ano de 2024, registou 1.592 crimes de violência no namoro, mais 95 do que no ano de 2023. A Polícia de Segurança Pública divulgou que, em cinco anos, registou 9.923 denúncias por violência no namoro. A Presidente para a Comissão para a Cidadania e Igualdade, Sandra Ribeiro, evidenciou que o fenómeno da violência no namoro já não distingue género, existindo uma maior equiparação nos comportamentos femininos e masculinos no que tange às formas de controlo e agressão. Ademais, o Estudo Nacional sobre Violência no Namoro 2024 realizado e divulgado pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR) e a Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) demonstram que há um aumento da legitimação da violência no namoro, com particular enfoque para as novas formas de controlo e de perseguição: o controlo da localização através de apps, a partilha de passwords, a perseguição digital e outros. A APAV, por sua vez, no último ano, apoiou mais de mil vítimas de violência no namoro, sendo as vítimas mulheres, na sua esmagadora maioria.
Se o mundo digital se apresenta como amplamente benéfico e eficiente numa série de temáticas, não deixa de ser verdade que também se apresenta como fonte de novos desafios e problemas. A violência no namoro não é exceção, a qual passou das formas “tradicionais” de violência para o mundo digital. As redes sociais servem de controlo das relações, para controlar os comentários ou o número e proveniência de likes; as caixas de comentários e os vários grupos que se criam nas variadas aplicações são palco de partilha de conteúdos relativos à esfera privada de cada um; os localizadores já não servem apenas para saber o paradeiro dos veículos, mas antes para controlar os percursos efetuados por quem os conduz; e até plataformas como a Uber se mostram idóneas para conhecer ou atestar o paradeiro do parceiro.
Se é verdade que a educação digital assume, cada vez mais, um maior relevo, e se se torna essencial educar os jovens de forma a que acompanhem e conheçam, de forma mais profunda, os meios digitais e até a sua programação, revela-se como igualmente crucial alertar as novas gerações para as novas formas de controlo e de violência. Urge, sobretudo, incrementar ações de sensibilização dos jovens nas escolas e nas universidades e politécnicos; implementar ações de formação de pais, educadores, professores, auxiliares e demais agentes, para que conheçam as novas realidades e vertentes da violência, mas também para que tenham as ferramentas necessárias para identificar e saber lidar com casos de que venham a ter conhecimento; e, sobretudo, reforçar o apoio psicológico e os meios de acompanhamento e proteção das vítimas.
É neste contexto que podemos e devemos exigir mais do Governo central em matéria de educação, saúde e juventude, mas também das autarquias, naquele que é o leque das suas competências e capacidade de intervenção nos espaços escolares e de sensibilização sociocultural.
18 Março 2025
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos.
Deixa o teu comentário