‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações
Voz à Saúde
2022-03-12 às 06h00
Foi notícia nacional a agressão que 2 Enfermeiros e um Segurança sofreram na madrugada do dia 22 de Fevereiro passado, no Serviço de Urgência do Hospital de Famalicão.
A tristeza invade-me completamente, com estes acontecimentos! Quem não se indignou com estas agressões? Isto foi bárbaro! Põe em causa o estado de direito, do nosso País! Como é possível, num serviço público, particularmente de saúde e de serviço de urgência, os seus Enfermeiros, com bastante idade até (62 anos), serem agredidos barbaramente? Nem no nosso local de trabalho estamos seguros, perante tais vândalos!
Mas igual tristeza me causa a ausência solidária e o silêncio cínico dos políticos e do Estado. É deplorável, insano, desprezível e vergonhoso, todo este silêncio ensurdecedor, de órgãos de soberania, governo, partidos políticos e a mais alta cúpula do Estado Português, Sua Excelência o Presidente da República, em não reprovar com veemência esta agressão gratuita, abjecta e ignóbil, aos Profissionais de Saúde, nomeadamente Enfermeiros, no Serviço de Urgência do Hospital de Famalicão (que foi o último caso, mas há tantos outros onde já aconteceu). Por onde anda a responsabilidade e representação do Estado? Que falta de solidariedade! Que vazio institucional!
A agressão a Profissionais de Saúde, particularmente Enfermeiros e a Médicos, vem-se acentuando. Nos primeiros 10 meses de 2021, foram reportados 752 ocorrências de violência contra Profissionais de Saúde. Estes acontecimentos são indignos, estas agressões são inqualificáveis, animalescas e que introduzem uma realidade de insegurança a todos e em toda a linha.
Quando acontecem estas agressões, não basta à Srª. Ministra da Saúde repudiar as mesmas, nem falar em colocação de botões de pânico ou coisa semelhante, como foi dito no passado. Não! São precisas medidas concretas, de protecção dos Profissionais de Saúde, perante tais actos inaceitáveis, seja qual for a forma, física ou psicológica. É preciso, é urgente traduzir estas palavras de repúdio em letra de lei e atribuir a estas agressões uma moldura penal “classificando-o” crime público. É urgente fazê-lo! O que vinha, para além de tudo, facilitar o processo, que implicava deixar de estar dependente que a vítima apresentasse queixa. Por outro lado, deveria ser a instituição onde tal agressões acontecessem, a participar ao Ministério Público.
É preciso e urgente voltar a colocar a Polícia, em presença física nos hospitais e serviços de urgência. É preciso dar condições aos Profissionais para que estejam protegidos nos seus locais e postos de trabalho.
Aos agressores, agitadores, atacantes e ofensores dos Profissionais de Saúde e da ordem pública é preciso castigá-los severamente! Haja leis e coragem para tal. Pede-se mão dura e pesada à justiça. Não à impunidade! Urge a consideração em moldura penal, de “crime público” com penas severas e exemplares. Pede-se ao Governo, e aos Ministérios da Saúde, Justiça e Administração Interna, um olhar atento e responsável na defesa dos Profissionais de Saúde, nomeadamente, Enfermeiros e das instituições de saúde - centros de saúde e hospitais no público, porque no privado e social também há agressões, daí a necessidade em tornar em crime público este tipo de agressões - para que não aconteçam actos de violência gratuita e criminal, junto de GENTE QUE CUIDA DE GENTE.
Numa outra vertente do problema, que mais dúvidas restam, para considerar a Profissão de Enfermagem, uma profissão de risco e desgaste, não só pelo facto de se trabalhar num ambiente infectado, de contágio e perigoso, mas também pela exposição a momentos altíssimos de stresse, de mutilações, traumatismo e de morte, e também, a este tipo de agressões, tão simplesmente por estarem no desempenho da sua profissão, na primeira linha quer no atendimento, quer no tratamento e prestação de cuidados de saúde, mas também na triagem nos SU. O que faz falta acontecer mais? Que mais evidências ou constatações são precisas?
Enquanto esperamos pela lenta decisão do poder político e do Governo, resta aqui, deixar um abraço de solidariedade aos Colegas e outros Profissionais agredidos!
01 Outubro 2024
17 Setembro 2024
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