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Violência: como a sentimos nos TUB

A utilização de veículos elétricos

Violência: como a sentimos nos TUB

Ideias

2022-10-15 às 06h00

Sandra Cerqueira Sandra Cerqueira

Hoje, a minha partilha com o leitor e a leitora é sobre violência. Escrever, ou pronunciar, a própria palavra já nos provoca desconforto e preocupação.
E sobre este delicado tema, no passado dia 3 de outubro, o Hospital de Braga, em colaboração com outras entidades da cidade de Braga, apresentaram uma campanha de sensibilização para os impactes da violência no setor da saúde e para a importância da prevenção da mesma, sob o mote “Juntos, vamos incentivar Braga a respeitar quem cuida!”
Os Transportes Urbanos de Braga foram um dos rostos visíveis desta campanha promovida pelo Hospital de Braga, a quem congratulamos pela iniciativa e fazemos testemunho público da responsabilidade, mas também da satisfação em abraçar de coração este movimento de consciencialização para o fenómeno da violência neste setor.

Segundo os dados apresentados pelo Hospital de Braga, “em 2021, foram reportados 102 eventos adversos relacionados com a Violência Ocupacional, um aumento de 25% face ao ano anterior, superando as notificações registadas no período pré-pandemia” e que há “pelo menos 4 agressões por dia a profissionais da saúde em Portugal”.
Os números são expressivos da abrangência alarmante desta realidade e que irremediavelmente afeta o desempenho dos profissionais de saúde e a qualidade na prestação dos cuidados aos utentes, ou seja, na prestação dos cuidados de cada um de nós.

Infelizmente, os atos de violência não se circunscrevem apenas ao setor da saúde e são transversais a outros setores de atividade que têm contacto direto com o cliente utente. Nas duas áreas da nossa atuação municipal – o transporte público e fiscalização do estacionamento à superfície -, somos confrontados, não raras vezes, com atos de violência física e verbal. Os nossos motoristas, agentes de fiscalização do estacionamento, colaboradores da fiscalização do serviço público de transporte e colaboradores de atendimento ao cliente, são o rosto visível, presencial e a voz dos TUB e, como tal, têm uma maior vulnerabilidade e exposição a atos desta natureza.

Mas também, não raras são as vezes, em que os próprios utilizadores do transporte público são vítimas e estão igualmente vulneráveis a atos de violência física e verbal. E, mais uma vez, não raras vezes, temos ocorrências a bordo das viaturas em que os próprios motoristas ou fiscais da empresa, acorrem em defesa dos nossos clientes, por quem têm a responsabilidade de assegurar as condições de segurança. E, por último, não raras são as vezes, em que somos forçados a interromper o serviço de transporte ou de fiscalização para contactar as autoridades policiais a solicitar a sua intervenção, proteção e segurança.
Estes fenómenos requerem resiliência e preparação para gerir momentos de stress. O medo e a insegurança prejudicam e inibem o uso do transporte público, prejudicam a prestação de um serviço público de qualidade nas nossas áreas e, consequentemente, afetam a mobilidade das pessoas.

Sempre que os(as) nossos(as) colaboradores(as) reportam atos de violência verbal e física cometidos contra si, somos diligentes e prestamos, de forma célere, o apoio clínico e a segurança indispensáveis para aliviar o seu sofrimento e danos psicológicos sofridos. A empresa disponibiliza consultas gratuitas de psicologia bem como todo o apoio jurídico e suporte de custos judiciais a queixas particulares que decorram do serviço.
Também através do nosso projeto “Transportes e Cidadania” sensibilizamos anualmente 3000 crianças para comportamentos a bordo e de forma pedagógica educamos para a cidadania e formação de adultos responsáveis, que um dia esperamos se tornem.
Infelizmente, não existem soluções mágicas para combater ou mesmo prevenir a ocorrência de fenómenos de violência nas nossas áreas de atuação. As iniciativas e campanhas de sensibilização são uma forma de fazer este caminho, mas não chegam.

Vivemos em sociedade e para que esta vivência seja saudável, há regras basilares de respeito pelo ser humano e, de resto, todas as formas de vida. Somos todos chamados para a consciencialização do fenómeno da violência, em todos as suas formas. Somos todos convocados à ação e dizer a uma só voz “não a qualquer ato de violência” porque enquanto membros da sociedade não podemos permitir que ocorram.
E para isso, é necessário que trabalhemos em rede. Juntos defendermos os direitos constitucionais de “respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e de dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada de construção de uma sociedade livre, justa e solidária”.

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