O fim da alternância
Ideias Políticas
2021-11-16 às 06h00
As últimas semanas foram uma constante agitação em torno do presente e futuro do país, com o anunciado chumbo do orçamento e o fim declarado da solução encontrada entre o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista e o Partido Ecologista “Os Verdes” (a “Geringonça”) para uma governação estável, nos últimos seis anos, que culminou na dissolução da Assembleia da República, por iniciativa do Presidente da República.
A união de esquerda permitiu, ao longo destes anos, virar a página da austeridade. Ao mesmo tempo, o termo depreciativo ou de conotação negativa do termo “geringonça” ganhou uma conotação positiva, já que o cenário de devastação deixado pela troika e pela governação de direita, no qual uma parte significativa dos portugueses sofreu uma redução expressiva dos seus rendimentos, em virtude dos cortes nos salários, nas pensões e nas políticas sociais, no qual se atingiram valores históricos de desemprego, foi reduzida a qualidade no setor da saúde e do ensino e no qual assistimos a um êxodo de pessoas, fruto da precariedade que afetou, acima de tudo, os mais jovens, deu lugar a um cenário de reconstrução e resultou na devolução de rendimentos e direitos, no aumento considerável do salário mínimo, numa situação económica e financeira mais estável e sustentável, com o regresso do consumo e do poder de compra, numa melhoria da qualidade de vida dos portugueses.
Já que falamos em cenários de devastação, associado aos partidos de direita, não deixamos de constatar a guerra aberta que se começou a travar à direita, assim que a conjetura previa o cenário de eleições antecipadas, demonstrando que não são capazes de se entender, de deixar de lado os seus interesses em prol do interesse de todos, de se focarem em apresentar soluções e alternativas, para uma maior construção democrática. Todos nós, independentemente da nossa visão política se situar à esquerda ou à direita, devemos ter a maturidade política de perceber tudo aquilo que está em jogo e de perceber que, nos últimos anos, só os partidos à esquerda provaram que conseguem ser pragmáticos, sem comprometer os seus princípios ideológicos, demonstrando que, na realidade, são mais os seus pontos de convergência do que os pontos de divergência. E, para uma democracia saudável e para a credibilização da governação, devemos também saber conviver com a divergência e a diferença de opinião, demonstrando que sabemos pôr o presente e o futuro dos portugueses em primeiro plano. No fundo, é muito mais aquilo que nos une do que aquilo que nos separa.
Para as próximas eleições legislativas, o Partido Socialista deve focar-se em apresentar o próximo capítulo desta história que cativou uma maioria significativa de portugueses, assente no investimento, na criação de emprego, de forma sustentável, garantindo o futuro dos trabalhadores de hoje e das novas gerações (contrariando a precariedade) e na proteção social. Um forte investimento na saúde, na habitação e na mobilidade, apostando na transição verde, assente no recurso à produção de energia por fontes renováveis, na mobilidade suave e no transporte público, numa visão a médio e longo prazo, com especial atenção às empresas, que enfrentaram uma forte crise económica e ainda se deparam com múltiplas incertezas, aproveitando o PRR para alavancar o país, para as próximas décadas, tornando a sua economia próspera, com a confiança que os portugueses se irão deslocar às urnas para votar, com sentido de responsabilidade, reunindo condições para a maioria que permita alcançar os objetivos ambiciosos a que se propõe.
19 Março 2024
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