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Uma política condenada

Os bobos

Ideias Políticas

2013-04-16 às 06h00

Carlos Almeida Carlos Almeida

No seguimento do acórdão do Tribunal Constitucional que deitou por terra algumas (poucas, é certo) malfeitorias do actual governo, muitas têm sido as respostas, com sabor de vingança, avançadas como prováveis para fazerem face àquilo a que chamam um buraco de 1,3 mil milhões de euros no Orçamento do Estado.
Exemplo maior disso mesmo é o despacho de Vítor Gaspar que veio congelar a despesa de todos os ministérios e serviços do Estado.

Num momento em que, de acordo com a decisão do Tribunal Constitucional, devia ficar claro para todos que temos sido governados por um governo fora da lei, não deixa de ser impressionante a chuva de comentários protagonizada pelos súbditos de serviço que encheram os rodapés televisivos com ameaças e chantagens aos portugueses.

Temos um governo fora da lei, sim. Um governo suportado por uma maioria parlamentar sem vergonha, que não se cansa da lengalenga da falta de alternativas para justificar a inevitabilidade do caminho a seguir. Um governo que desrespeita a Constituição da República Portuguesa, baluarte da Revolução de Abril, lei fundamental do país. Um governo, liderado pelo PSD, que já mostrou que é capaz de tudo para se manter vivo.

Só parece não ser capaz de domesticar o seu parceiro de coligação, que, a cada passo, se apronta para nova escalada. Paulo Portas, bem ao seu estilo matreiro de ave de rapina, deixou Passos, uma vez mais, pendurado. E não é que ele não mereça. Mas não me parece que a desculpa esfarrapada que tentou pregar tenha qualquer credibilidade. Não me admirava nada que, à socapa, o líder do CDS andasse a namoriscar um outro galã do arco de governação.

Passos Coelho, que já devia ter percebido que só lhe resta a porta da rua como solução para o seu governo, ainda é capaz de se surpreender quando perceber que foi traído pelo parceiro com o melhor amigo.

Entretanto, julgando poder limpar a imagem de um governo condenado, empenha-se em pequenas alterações no elenco governamental, que em nada vão melhorar a situação do país. A demissão tardia do ministro Miguel Relvas, o acórdão do TC e, acima de tudo, a contestação popular crescente demonstram bem que o governo de coligação PSD/CDS já não tem emenda e não tem quaisquer condições para governar.

Portugal não precisa de caras novas num governo sem futuro, precisa, isso sim, de uma nova política ao serviço do povo e dos trabalhadores, que nos liberte da dependência política e financeira dos sanguessugas internacionais que por cá se instalaram.
Infelizmente, por cá, continuamos a ter quem defenda a política de terra queimada deste governo, mesmo sabendo das consequências desta para a maioria dos bracarenses, de que é exemplo a notícia de que os beneficiários de Rendimento Social de Inserção sofreram um corte de 30% relativamente ao ano anterior.

Falo, evidentemente, da coligação de direita cá da terra, que, na senda eleitoralista que a move, aparece sempre muito preocupada com as condições de vida dos bracarenses, fingindo que nada tem a ver com a política do governo que ela própria apoia e suporta, que gera desemprego, fome, miséria e pobreza.

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