Mesmo ao terminar um ano escolar, é oportuno debruçarmo-nos sobre este mundo fantástico, este lugar extraordinário onde se constroem os percursos educativos de tantos, tantos jovens, onde se definem caminhos, opções de vida. Deveria ser um olhar com respeito, admiração, compreensão, um olhar de confirmação da dignidade do trabalho que neste lugar maravilhoso se desenvolve dia após dia, ano após ano.
É na escola que as crianças, os alunos passam grande parte do seu dia. Onde se desenrolam interações sociais necessárias à formação do indivíduo, que determinam a forma como posteriormente se relacionará com o mundo que o rodeia. Onde tantas vezes se detetam fragilidades, necessidades, talentos, inúmeras características que desabrocham, que se descobrem neste ímpar conjunto diversificado, neste também lugar de individualidade, de poder ser único e de se saber socializar, de um aprender contínuo na diferença que é cada vez mais realidade.
A comunidade escolar desenvolve diariamente um trabalho de aperfeiçoamento, de busca incessante do que interessa aos alunos, do que os motiva e os faz gostar da escola, das aulas, dos livros. Do que promove boas aprendizagens.
Mas sabemos que a evolução do conhecimento ocorre a um ritmo vertiginoso, constantemente impulsionado pelos avanços tecnológicos e científicos. Novas descobertas e informações surgem a uma velocidade impressionante, alterando o panorama do que sabemos e ampliando os horizontes do entendimento humano.
De fato, a capacidade de acumular e disseminar conhecimento tem se acelerado de forma exponencial, impulsionada pela digitalização e globalização da informação. Com a internet e as redes sociais, as pessoas têm acesso a uma quantidade imensurável de dados em tempo real, o que possibilita uma constante atualização e expansão do saber.
Já não é mais possível fechar a porta da sala de aula a estas ferramentas. Abri-la, aproveitando o potencial que a Inteligência Artificial (IA) tem de enriquecer o processo educativo, estimulando a criatividade, a aprendizagem autónoma e a resolução de problemas de forma inovadora é fundamental. Em vez de limitar o acesso dos alunos à IA, devemos prepará-los para fazer uso responsável e ético desta poderosa ferramenta. A orientação adequada garantirá que aproveitem ao máximo os seus benefícios, ao mesmo tempo que desenvolvem habilidades críticas para lidar com desafios e oportunidades do mundo digital.
Terão as escolas muitas dificuldades, pois resistir é característica humana. Mas será imperativa uma abordagem de orientação e incentivo. Ao ensinar os alunos sobre as possibilidades e limitações de todas as ferramentas ao seu dispor, estamos a capacitá-los para que se tornem cidadãos críticos, criativos e bem preparados para o futuro.
E se queremos mudar o mundo temos de apostar nos jovens, torná-los cidadãos participativos, ativos, responsáveis pelo seu caminho, determinantes da sua felicidade, capazes de fazer as suas escolhas, planear a sua viagem.
As escolas estarão quase vazias, tristes durante o Verão. Mas é necessário o repouso e reabilitação para que, em setembro, possam receber a energia imparável de milhares de alunos, uma energia maior a cada novo ano, que requer também maior capacidade de inovação de todos os profissionais que continuam a garantir o bom funcionamento destes maravilhosos lugares de criatividade, crescimento e completa formação!