Correio do Minho

Braga, quinta-feira

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Um ‘ucraniano’ de pouca sensibilidade e memória curta

Assim vai a política em Portugal

Ideias

2014-04-04 às 06h00

Borges de Pinho Borges de Pinho

Temos muito respeito, consideração e tristeza por tudo quanto se passou em Kiev num quadro doloroso de sofrimento, luta, fome, frio e morte para, como resposta “saloia” aos cortes nas pensões e vencimentos da função pública e aos muitos sacrifícios que vimos suportando, aliás vítimas de “sujas” políticas e irresponsáveis e tresloucados políticos, se evocar a desgraça e dor do martirizado povo ucraniano e bolçar um convite-incitamento à revolta contra o Governo, afirmando-se que já está a merecer a sua «Praça da Independência».
Mais uma ideia/opinião estúpida de um plumitivo conhecido pelas suas “cor” e “encardenação” político-partidária, que, cremos, devido à idade vem sofrendo de imperdoáveis falhas de memória e de uma visão miopítica, desfocada e enviezada da realidade, porque afectada por uma aguda partidarite. O que de imediato infirma e macula as seriedade, verticalidade e honestidade intelectual dum escriba mesmo ao emitir opiniões e ideias pessoais.
Em que, diga-se, não pode nem deve nunca espezinhar a história nem retalhar ou adulterar a verdade, até porque os cidadãos ainda têm bem frescas na memória as realidade e a verdade dos factos, e suas causas.
É certo que temos um governo nem sempre transparente, que muitas das vezes nos engana e não fala verdade, mas avançar-se e “dizer-se“ que, por higiene democrática, já devia ter uma «Praça da Independência», afigura-se-nos de todo despropositado e uma “brincadeira” estúpida, de mau gosto, insensível e até ofensiva para o martirizado povo ucraniano. Aliás ninguém minimamente inteligente, sensato e consciente “subscreve” tão descabida evocação, dado não ignorar as causas da actual situação, esquecer passados e ... seus responsáveis.
Até porque em termos de mera higiene não se crê possível a distinção entre a democrática e qualquer outra quando há um governo saído de eleições livres, muito embora em questões de “higiene política” sempre nos assaltem muitas dúvidas. Aliás não se conhece nenhum político oriundo de Abril que tenha já recorrido às “Sopa dos Pobres”, Banco Alimentar, Caritas ou conferências vicentinas como hoje acontece a muitos portugueses.
Dúvidas e interrogações que de certo também povoam o imaginário do “higiénico” plumitivo, ainda que não se saiba se usa “sabão” para sua higiene pessoal, o que, a acontecer, será sem dúvida o “rosa” pois não cremos que nas actuais circunstâncias se atreva a usar o “azul”. Aliás, falando-se ainda de sabões, lavagens e limpezas, seria muito mais útil o sabão “amarelo”, de potassa, usado nos soalhos das casas da aldeia com uma escova apropriada e forte. Até para uma limpeza eficaz e total das sujidade e porcaria que se espalham pelo país, na política, nas administração e governação públicas, em figurantes e intervenientes na vida sócio-económica e também ... em certos escribas.
Uma forte esfregadela com sabão “amarelo” seria na verdade uma boa oportunidade para uma limpeza profunda do país e acabar com as “nódoas” e os políticos incompetentes, desonestos e mentirosos que vêm infestando.
Sendo compreensível toda uma “revolta” contra os cortes nas pensões, que também vimos sofrendo, a grande realidade é que se já não podemos continuar a usar os shampots, cremes, leites hidratantes e sabonetes perfumados a que nos habituaram alguns alienados políticos e certos governos, por uma questão de verdade e higiene intelectual também não podemos esquecer o que subjaz e “explica” a actual situação, nem os responsáveis pelo famigerado pacto com a troika, subscrito por três partidos sendo Sócrates primeiro ministro.
Aliás a “higiene democrática” a que agora se alude apresenta-se até já como uma medida um tanto serôdia porquanto a “sujidade” tem raízes bem profundas e antigas, em muitas leis lunáticas e políticas e políticos que fizeram vingar o ludíbrio, o engano, a mentira e a insensatez. E desde Abril, note-se, muitas vezes às cavalitas de plumitivos alapados a interesses nem sempre claros.
Num país com muitos figurões que se escondem e se enrodilham em críticas fáceis, verborreia política, em sujidades eleiçoeiras, é impressionante toda uma falta de coragem e lucidez para assumir erros e responsabilidades. Mas dizer-se que foi “a direita”, quem, ávida do poder e com uma estratégia mediática e de mentira, sujeitou e “obrigou” o povo à ditadura da troika em 2011 não passa de uma deturpada visão da história dos factos e suas realidades, o que nenhum míope ou vesgo, mesmo fanático, pode ignorar.
Aliás os políticos e governantes incompetentes, mentirosos e lunáticos que nos levaram à bancarrota e ao descalabro sócio-económico eram todos da direita? E as leis que nos “governam”, a constituição que nos “aperta”, a destruição de ancestrais princípios éticos, costumes e virtudes também são ou foram obra apenas da direita? E a corrupção, a aldrabice, a mentira, a verborreia e promessas eleiçoeiras são somente características da mesma direita?
Não gostamos deste governo e sofremos com as suas medidas, mas não vislumbramos na oposição nem nos críticos, plumitivos ou não, uma qualquer sinalética segura de ultrapassagem à crise, e ... de mudança. Este governo, escolhido pelo povo, recebeu um país doente, em crise e quase sem retorno e tem tentado salvá-lo. Com os meios mais indicados, menos gravosos e os melhores remédios? Os sacrifícios têm sido muitos, tal como as dúvidas e as interrogações, mas o país real e profundo quer levantar-se e ... odeia a estupidez.
Aliás a pouco tempo da saída da troika, sendo positivos os indicadores do resultado dos sacrifícios feitos, não terá sido nada oportuno o “Manifesto dos 70” pelos seus eventuais e perversos reflexos, mas o mais curioso e estúpido, porque chocante, é ter sido subscrito por alguns dos responsáveis pela situação .
Como é de igual modo estúpido, ofensivo e revelador de falta de sensibilidade “pedir” neste momento uma “Praça da Independência” para o governo, equiparando-se de uma forma bacoca e tola o caso português ao doloroso e sangrento problema do martirizado povo ucraniano em Kiev .

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