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TEIP, que venha a fase 4

A responsabilidade de todos

TEIP, que venha a fase 4

Voz às Escolas

2022-05-04 às 06h00

Paulo Antunes Paulo Antunes

OPrograma Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) é uma medida de política pública que beneficia Unidades Orgânicas (UO) que se localizam em territórios com índices mais elevados de pobreza e de exclusão social, onde é necessário garantir a inclusão de todos os alunos, combater o abandono, promover o sucesso escolar e a melhoria da qualidade das aprendizagens.
Numa perspetiva de sustentar a melhoria dos processos que as UO têm vindo a alcançar no âmbito do Programa TEIP 3, aproxima-se um novo ciclo do programa, reforçando a autonomia das escolas que, estando integradas em contextos particularmente desafiantes, devem ter possibilidades acrescidas para a implementação de projetos próprios, fortemente alicerçados em evidências e no conhecimento da realidade em que se inserem, com a assunção da responsabilidade inerente à prestação de um serviço público de educação de qualidade.
A qualidade de uma escola é vulgarmente definida com base nos resultados dos seus alunos em exames padronizados. Então falamos da "melhor" escola, bairro ou país, e definimos os melhores países em qualidade educacional e tentamos imitar a Finlândia, sem questionar a complexidade dessa ideia de qualidade à luz dos nossos próprios contextos e projetos. Não nos questionamos tanto sobre as políticas ou modelos avaliativos que apenas promovem mecanismos de pressão e controle como estratégias para melhorar os resultados. Temos modelos naturalizados que nem se encarregam de compreender a complexidade dos fatores que a escola deve integrar para realizar o seu trabalho quotidiano.
Depois dos números, existem pessoas e grupos humanos, existem bairros e lugares com rostos e histórias, muitas vezes escondidos nas mesmas figuras, condenados por uma opinião pública que não tenta compreender o fenómeno por detrás dos dados.
Há atualmente um enorme hiato na educação.
Temos jovens desiludidos, com baixas expectativas de futuro profissional, com acréscimo do número de NEET, isto é, jovens que não estão nem a trabalhar nem a estudar ou a frequentar qualquer tipo de formação. Em 2018, eram mais de 160 mil jovens portugueses nesta situação, que anunciava um desperdício do potencial humano, acentuando a crescente preocupação económica e social, aprofundada com o impacto da pandemia.
Na última década assistimos a imensas transformações na sociedade. Com o fim do emprego para toda a vida, emergiu a necessidade de aprendizagem e formação contínua e passou a haver uma maior abertura à mobilidade profissional e troca de emprego.
Os novos valores do mercado de trabalho passaram a ser a flexibilidade, mobilidade, iniciativa, assumir responsabilidades e trabalho de equipa. No revés da medalha, surgem mudanças ao nível social e fragmentação da família tradicional.
Face ao exposto, os TEIP, podem e devem fazer a diferença. Como? Traçando objetivos que assentam na promoção do sucesso educativo dos alunos, melhoria da qualidade do ensino e da aprendi- zagem assente numa abordagem multinível.
Garantindo a inclusão de todos os alunos, promovendo a igualdade e a não discriminação, promovendo assim a redução e o risco do abandono escolar, do absentismo e da indisciplina.
Aprofundando a ação da escola como agente educativo, social e cultural central na vida das comunidades em estreita ar- ticulação com parceiros locais e regionais.
Só assim conseguiremos impactar positivamente, a igualdade de oportunidades na consecução da escolaridade obrigatória, o prosseguimento de estudos e a transição da escola para a vida ativa, numa perspetiva de cidadania plena.

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