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Sustent(h)abilidade: uma transformação hábil por Braga (Parte II)

A utilização de veículos elétricos

Sustent(h)abilidade: uma transformação hábil por Braga (Parte II)

Ideias

2022-02-05 às 06h00

Sandra Cerqueira Sandra Cerqueira

Inicio a minha crónica de hoje referindo o subtítulo da anterior: “Por Braga: a metamorfose dos Transportes Urbanos de Braga”. Serve agora de mote para o desenvolvimento da partilha que faço com o leitor.
Muitos foram já os caracteres escritos sobre o novo paradigma que os TUB introduziram na mobilidade da cidade, desde 2014. Este novo paradigma que se traduziu nas conhecidas melhorias que os bracarenses sentiram, deram testemunho pela sua expressiva adesão e que se refletiu nos indicadores alcançados, quer sejam operacionais, quer económico-financeiros. Perante tais factos, há muitos argumentos e trabalho realizado nesta transformação da empresa protagonista das políticas de mobilidade da nossa cidade.

Mas a minha partilha de hoje versa sobre a mais recente conquista dos TUB e que se consubstancia como um importante reforço no caminho da transformação, em curso. Trata-se de mais um passo na concretização da nossa estratégia para a próxima década em total alinhamento com os principais referenciais no domínio da sustentabilidade.
O Pacto Ecológico Europeu da União Europeia traça as metas para tornar o sistema de transportes, no seu todo, sustentável. Reduzir significativamente as emissões geradas pelo sistema de transportes, a nível europeu, é um dos seus maiores desígnios. No domínio climático, e dentro do espaço europeu, a União Europeia tem como objetivo reduzir as emissões de gases com efeito de estufa provenientes do setor dos transportes em -55% e atingir um impacto neutro no clima até 2050, procurando assim uma redução de 90% das emissões.

Subjacente a esta estratégia da União Europeia, está a introdução de políticas ambiciosas a incidirem sobre a dependência dos transportes aos combustíveis fósseis e em alinhamento com o esforço “net zero”.
Neste contexto, surgem os apoios do Fundo de Coesão, materializados pelos três avisos lançados pelo POSEUR e que vão permitir, quando totalmente concretizados, aliviar o esforço num investimento total que ascende a mais de 31 milhões de euros na renovação da nossa envelhecida frota e das respetivas infraestruturas de carregamento e abastecimento. Até 2023, os TUB com o incomensurável apoio da CMB, vão envidar um investimento líquido de mais de 58% desse investimento total.

A concretização deste investimento, de dimensão nunca antes realizada nos TUB, só é possível graças à visão do Município de Braga, que reconhece o papel de central relevância que o transporte público tem no desenvolvimento económico e social da cidade.
Ora a aprovação da candidatura dos TUB ao 3º aviso lançado pelo POSEUR, para reforço da sua estratégia de renovação da frota de veículos de transporte público coletivo, é motivo de celebração e reconhecimento.

Merece ser celebrada porque foi uma candidatura corajosa, que exige um adicional esforço financeiro, num contexto difícil, marcado pelo impacte da COVID-19 e das suas repercussões ao nível da mobilidade e procura no nosso concelho. Mas a nosso dever é pensar no futuro e para além ao atual contexto pandémico, preparando a mobilidade em Braga para uma realidade pós-pandemia.
O Município de Braga avaliza assim, e faz publico testemunho que reconhece o valor do serviço público prestado pelos TUB e a sua importância na construção de um concelho mais sustentável. Um apoio e reconhecimento que, em tempos passados, não mereceu igual atenção por parte do seu acionista único.

O processo de renovação da frota de viaturas de transporte público coletivo de passageiros, que teve o seu início em 2018, e conta hoje com 38 autocarros limpos, ganha agora novo impulso com mais 30 viaturas com propulsão 100% elétrica, mais eficientes, eco sustentáveis e com zero emissões poluentes.
A novidade nesta nova aquisição reside na tipologia de novos autocarros a entrar em operação. Além das viaturas standard elétricas e de gás natural, que já hoje servem em pleno os nossos clientes, a nova operação prevê, no total das 30 viaturas, a aquisição de 12, designadas por “midi”. Estas viaturas têm dimensões mais ajustadas para a circulação no tecido urbano da cidade, caracterizado por artérias estreitas e com grande afluência, conferindo maior agilidade ao serviço e consequentemente uma melhoria do serviço prestado à comunidade.

A substituição dos autocarros a diesel, com idades compreendidas entre 23 e 32 anos, por autocarros limpos aporta inequívocas vantagens, destacando-se entre outras, os ganhos ambientais muito relevantes por via da redução em 100% das emissões de CO2eq/km, uma melhoria da qualidade e atratividade do serviço prestado, garantindo, a par da redução de custos operacionais, o aumento da fiabilidade e performance sonora, a promoção da igualdade de oportunidades e da não descriminação junto das várias partes interessadas, por disponibilizarem todas as condições de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida.
Assim, com este novo enquadramento, até 2025, 60% da frota diária necessária, será completamente operada por viaturas movidas a fontes de energia mais limpas - eletricidade e gás natural -, e teremos até 2025, 35% do total da frota disponível, movida a fonte de energia com zero emissões, ou seja, com propulsão 100% elétrica. Quanto à idade média da frota circulante vamos reduzir dos atuais 16 anos para 12 anos.

Mudamos o paradigma do transporte público existente em Braga e estamos a operar uma mudança para uma transformação fundamental. A nossa estratégia é a de colocar os TUB na senda de um futuro sustentável e inteligente, com uma abrangência de atuação interessante no domínio da mobilidade, tornando a visão que temos para esta empresa numa realidade. E estamos paulatinamente e com consistência a fazê-lo.
Para uma empresa, com uma equipa profissional de elevada competência, que tem uma implantação, maturidade e experiência acumuladas no transporte público de mais de 100 anos, bem como noutros vetores de mobilidade - de resto um caso singular no panorama nacional -, confere-nos uma vantagem diferenciadora no contexto atual, e que não descuramos. Por tudo isto, encaramos o futuro com muita firmeza, confiança e determinação.

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