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Síndrome do Impostor – superar o sentimento de imperfeição

A responsabilidade de todos

Síndrome do Impostor – superar o sentimento de imperfeição

Voz à Saúde

2021-11-30 às 06h00

Ricardo Pinto Ricardo Pinto

A síndrome do impostor pode ser descrita como um hábito da mente, um padrão de pensamento e sentimento ou uma ideia que formamos sobre nós mesmos na infância que não corresponde à verdade. Normalmente deriva da crença de não ser "bom o suficiente" e sentir que há algo defeituoso ou que não funciona bem connosco. Geralmente desenvolve-se após algum tipo de negligência, abandono ou crescimento com pais, cuidadores ou familiares críticos ou que incutem ênfase ao sucesso exterior.
Enquanto crianças, não temos experiência de vida suficiente para diferenciar certo de errado e aceitamos o tratamento que recebemos como a norma ou realidade. A experiência de familiares que rebaixam ou usam a comparação com frequência, pode resultar na crença inconsciente que é quem somos: não ser bom o suficiente, não ser inteligente o suficiente ou sermos inferiores aos outros e transportamos este sentimento defeituoso para a idade adulta, independentemente do sucesso que se alcance.
No desenvolvimento, é provável que se enfrente este sentimento de duas formas: rendemo-nos ou compensamos em excesso. Se nos rendemos, tornamo-nos pequenos e contemo-nos, acreditando que vamos falhar ou sermos rejeitados. Alternativamente, tentamos provar o contrário, que temos valor. Muitas pessoas com síndrome do impostor são, na verdade, pessoas de sucesso, pois após enfrentar críticas enquanto crianças, tentam compensar lutando pelo sucesso e status. Mas, independentemente do alcance, nunca se é bom o suficiente, uma vez que a valorização pessoal é extraída de sucessos externos e não da confiança interna.
Existem sinais a que devemos estar atentos, para compreender se estamos perante a síndrome do impostor, tais como: sensação de imperfeição; atribuição de valor a fatores externos; dúvidas sobre si próprio; envolvimento com pessoas críticas e que rejeitam; trabalhar em demasia ou procrastinar; ter a sensação subjacente de que um dia tudo pode desabar.
Uma vez identificado, existem estratégias sobre como superar este síndrome:
Rastreie onde tudo começou - alguém o envergonhou ou criticou durante a infância? Realize uma introspeção e identifique a parte ou partes no passado que possam ter causado esta dificuldade.
Analise o seu discurso e pensamento - aperceba-se do tipo de pensamentos que tem ou o discurso que profere em diferentes contextos. O tom ou o conteúdo do que está a pensar ou dizer remete para alguém do passado? Muitas vezes, as vozes do passado tornam-se as nossas e repetimos o ciclo para nós próprios, sem nos apercebermos.
Desafie os pensamentos com evidências - reconheça quando essa voz vergonhosa do passado ecoa na sua mente e contrarie, fortalecendo-se. Lembre-se sempre das evidências que indicam que esses pensamentos não são verdadeiros, são fruto de uma realidade incutida, que não correspondem ao seu verdadeiro eu.
Se este sentimento for profundo e deriva de experiências difíceis da infância que aconteceram durante um longo período de tempo, provavelmente pode necessitar de ajuda de um profissional para desvendá-lo, desconstruí-lo e reconstruir a sua confiança interna.
Lembre-se, cuide de Si! Cuide da Sua saúde!

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