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Sinistralidade: O Município é cúmplice

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Sinistralidade: O Município é cúmplice

Ideias

2024-07-28 às 06h00

Mário Meireles Mário Meireles

Quando consultamos os dados de sinistralidade disponibilizados pela ANSR - Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, temos os sinistros com vítimas.
E por vítimas, entenda-se ferido leve, grave ou morto. Sendo que uma pessoa com uma fractura exposta pode ser enquadrada no ferido leve, dependendo do tempo de internamento hospitalar.
São apenas os sinistros com vítimas que são registados pelas autoridades e compilados estatisticamente. Se dois veículos chocarem, ou se houver um despiste e não existirem vítimas ou danos na via pública, raramente as autoridades comparecem no local, até por falta de meios. 
Muitos de nós já tivemos um toque em que assinamos a declaração amigável e cada um seguiu caminho, sem ser necessário chamar as autoridades. Esses casos não estão nos números e dados que hoje aqui vos trago.
Nos últimos 5 anos, de 2019 a 2023, foram registados 2693 sinistros com vítimas em Braga. Mais de 500 por ano. Quase 2 sinistros com vítimas por dia. Contando com período de confinamento devido à COVID 19!
São 132 sinistros com vítimas nas Avenidas entre a Rotunda do Santos da Cunha e a Rotunda do McDonalds de Gualtar. Em 3 km, registaram-se 132 sinistros com vítimas!
No mesmo período foram registados 142 sinistros com vítimas nas Avenidas Júlio Fragata e Frei Bartolomeu dos Mártires. Em 2 km registaram-se 142 sinistros!
Ou seja, em cerca de 5 km registaram-se quase 300 dos sinistros com vítimas. Nas principais e mais centrais avenidas da cidade de Braga. Não há, no Concelho de Braga, nenhuma Rua com mais sinistros do que estes eixos que se cruzam na Rotunda das Piscinas.
Braga continua a ter em média 1 atropelamento a cada 3 dias.
Estes dados são socialmente alarmantes. Estes dados deviam alertar os decisores políticos e os técnicos municipais, que têm responsabilidades e o dever de cuidado!
O risco de sinistro nas principais Avenidas de Braga é inadmissível. Com uma alteração no desenho urbano, e eventualmente alguma tecnologia, conseguiamos reduzir esse risco para valores mínimos. Com os factos atuais, o medo de andar a pé ou de bicicleta, e mesmo de carro nestas Avenidas, não é apenas um medo que vem do risco percepcionado, mas sim do risco real de sinistro.
A probabilidade de sofrermos um sinistro no Concelho de Braga não bate certo com a retórica de cidade amiga das pessoas, saudável, sustentável, verde e com vida que é tanto badalada.
Precisamos de passeios e atravessamentos nas principais avenidas de Braga. Precisamos de ciclovias nas principais avenidas de Braga, onde alegadamente o BRT vai ser introduzido. Precisamos reduzir as velocidades efetivas de circulação nestas Avenidas, de uma forma permanente.
Para isso é necessário o redesenho das avenidas por onde alegadamente passará o BRT, que garanta espaço para todos os modos de transporte, incluindo peões, bicicletas e transportes públicos. Não se trata apenas de criar percursos pedonais legíveis, de criar ciclovias e condições para a bicicleta, ou criar condições para o transporte público compatível com o transporte individual. Trata-se de reduzir o risco de sinistro e de salvar vidas.
Perante estes dados e factos alarmantes, esperava-se que tivesse sido dada outra prioridade às intervenções nestas Avenidas, que resultasse na redução de sinistros. Nada foi feito.
A mobilidade induz-se.

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