Setembro é para muitos um recomeçar do ano, um momento de traçar novos objetivos e, também, um momento de olhar para todo o caminho percorrido e fazer um balanço. Sendo conhecido pelo regresso à escola e ao trabalho, Setembro traz consigo um sabor agridoce de final das férias misturado com a satisfação de voltarmos.
Voltamos ao quotidiano, voltamos aos nossos amigos e colegas, voltamos às rotinas, mas voltamos também a desafiar-nos e a construir o melhor de nós próprios, pois estamos certos de que, em cada Setembro, é uma pessoa diferente.
Também para a comunidade de Guadalupe há um recomeçar; em Setembro retomam os seus encontros e, embora a cada Setembro sejam uma comunidade diferente, a sua essência e os seus princípios mantêm-se. Este ano não é diferente.
Setembro traz consigo uma manutenção do Parque de Guadalupe, são vários dias onde a comunidade se junta para esconder a chegada do Outono que já se faz sentir.
Cuidamos das nossas árvores, tratamos da obra de arte “Refúgio” e apanhamos as folhas e os ouriços que rolam pelo Parque, mantendo o parque no local que todos gostam de visitar e passar algum do seu tempo. Desde a década de 80, foi semeada nesta comunidade uma semente que nos ensinou a cuidar, a valorizar o que a natureza nos dá, a estimar. Sementa essa plantada em cada um nós pelo “Sr Dr”.
O legado deixado pelo Doutor Sousa Fernandes nesta comunidade, e também na Capela de Guadalupe, terá sempre um valor ímpar. Prova disso são os frutos já dados, pois se é verdade que, desde logo, houve a criação de um memorial, uma forma de materializar a sua presença no Parque e de criar património, é também verdade que o “Sr Dr” é lembrado a cada iniciativa que ocorre no Parque ou na Capela de Guadalupe, pois um dos grandes ensinamentos que nos deixou foi o de ter sempre a porta aberta para todos os que queiram entrar e encher o local de vida.
No passado domingo, foi dia de (re)inaugurar o memorial dedicado ao Doutor Sousa Fernandes. Um momento inexplicável, com uma homenagem íntima e singela, como só ele sabia ser, que contou com a presença de amigos e familiares, que sempre que se juntam relembram a obra deixada pelo “Sr Dr”.
Setembro é também, para esta comunidade, o mês do lacinho amarelo. O mês dedicado à sensibilização para o Cancro Pediátrico, conhecido internacionalmente como Setembro Dourado. Para a comunidade de Guadalupe, cada Setembro será sempre diferente, porém será sempre Dourado.
O Setembro Dourado traz a esta comunidade dois propósitos que acreditamos serem fundamentais neste tema.
Sensibilizar as escolas e as instituições para o tema é uma grande tarefa que já vai dando os seus frutos, pois numa breve caminhada pelo centro da cidade já são vários os lacinhos amarelos que começamos a encontrar, desde os Bombeiro Voluntários de Braga, passando pela Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, percorrendo até ao Colégio D. Diogo de Sousa, passando pelo Colégio D. Pedro V, e pela Junta de Freguesia de São Victor, ano após ano, a cidade vai ficando cada vez mais amarela e vai falando sobre um tema que precisa ser desmistificado.
Se sensibilizar é fundamental, também o será apoiar financeiramente esta causa.
No Setembro Dourado já iluminámos o coração de todos com as nossas lanternas, já carregámos sacos de esperança, e este ano queremos hu(i)manizar os frigoríficos das nossas casas.
Neste Setembro, os nossos membros mais pequenos, estão a personalizar ímanes para o frigorífico que podem ser adquiridos, por um valor simbólico, na página do Grupo Coral de Guadalupe, ou aos domingos na Capela da Senhora de Guadalupe.
Mais do que um íman, estamos a apoiar uma missão desenvolvida pela Associação Acreditar, que acolhe e apoia as famílias que são apanhadas numa realidade, onde, certamente, nunca se imaginavam… “O cancro do meu filho mudou tudo”.
Caro leitor, inspire-se no Setembro Dourado, para traçar novas metas e valorizar aquilo que realmente importa!