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Segurança na União Europeia: desafio e prioridades

Automatocracia

Segurança na União Europeia: desafio e prioridades

Ideias

2025-02-13 às 06h00

Paulo Cunha Paulo Cunha

Estive presente no encontro do Grupo Parlamentar do Partido Popular Europeu (doravante designado PPE) em Estocolmo, onde se reuniram os líderes de todas as suas delegações nacionais. Analisando a conjuntura social que hoje vivemos dentro e além-fronteiras, impôs-se a reflexão sobre a segurança.
A segurança é um dos desafios mais complexos que a União Europeia enfrenta na atualidade, sobretudo devido à sua natureza multifacetada e em constante evolução. As ameaças à segurança na Europa provêm de diversas fontes, incluindo o terrorismo, a criminalidade organizada, os ataques cibernéticos, a desinformação e a ingerência estrangeira. Estas ameaças são frequentemente transnacionais, o que significa que ultrapassam as fronteiras dos Estados-Membros da UE e exigem uma resposta coordenada a nível europeu. Além disto, as ameaças à segurança tendem a estar interligadas e podem amplificar-se umas às outras como, por exemplo, a desinformação que hoje tem sido utilizada para incitar ao extremismo violento.
Acresce ainda que, o contexto geopolítico de rápida mutação, marcado por tensões crescentes entre potências globais e regionais, contribui para a complexidade dos desafios de segurança que enfrentamos. A guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia teve um impacto profundo na segurança da Europa, expondo vulnerabilidades e demonstrando a necessidade de uma maior cooperação e solidariedade entre todos os Estados-Membros. A Europa enfrenta, portanto, o desafio de garantir a segurança dos seus cidadãos num ambiente complexo e dinâmico, o que exige uma abordagem estratégica que combine medidas de prevenção, proteção e resposta a todos os níveis.
O Grupo Parlamentar do PPE estabeleceu quatro prioridades claras para a área da segurança, procurando esta abordagem abrangente e multifacetada de que falamos.
Em primeiro lugar, defendemos a proteção das fronteiras externas da União Europeia, através do reforço do controlo e da implementação de medidas como o aumento do número de agentes da Frontex, o investimento em tecnologia de ponta e a criação de centros de registo e identificação de migrantes.
No que respeita ao reforço da cooperação policial e judiciária entre os Estados-Membros, pretende-se a criação de uma plataforma europeia de intercâmbio de informações policiais, do reforço do mandato da Europol e da cooperação e harmonização legislativa em matéria penal – sempre na ótica de uma melhor cooperação e nunca afrontando a soberania das nações europeias.
Em terceiro lugar, o nosso Grupo Parlamentar preconiza o combate ao terrorismo, através do reforço da troca de informações entre os serviços de inteligência e da criação de uma base de dados europeia para monitorização permanente. Simultaneamente, é essencial investir na prevenção da radicalização e na promoção da inclusão social, combatendo o discurso de ódio e a discriminação.
Assumimos como fundamental promover a segurança digital, protegendo os nossos cidadãos e as nossas empresas contra ciberataques e outras ameaças online que vemos multiplicar. Para tal, propõe-se a criação de uma Agência Europeia de Cibersegurança, o reforço da cooperação entre os Estados-Membros no combate à cibercriminalidade e o investimento na educação e sensibilização para a segurança digital. Numa sociedade cada vez mais dependente da tecnologia, a segurança digital afirma-se fulcral e enquanto prioridade a longo prazo.
Perante os desafios modernos da segurança, a Europa deve adotar uma postura unida, incisiva e protecionista, sem comprometer jamais os seus valores fundamentais. É crucial reforçar a cooperação entre os Estados-Membros. As fronteiras externas da UE devem ser protegidas de forma eficiente, investindo em tecnologia e pessoal qualificado, mas sempre respeitando os Direitos Humanos e o princípio da proporcionalidade.
A Europa deve afirmar-se como um projeto de paz e de livre circulação, garantindo a segurança dos seus cidadãos e protegendo os seus valores, sem ceder à tentação de restringir liberdades e direitos fundamentais.

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