Bibliotecas comunitárias
Escreve quem sabe
2019-02-24 às 06h00
Quando designamos alguém em função do país, da região, da província, da localidade em que nasceu ou de onde alguém ou alguma coisa procede, estamos a utilizar um gentílico.
Existem várias formas de criar gentílicos. Os mais comuns são os formados por sufixos como -ês (português), -ense (macaense) e -ano (americano). Porém, a formação dos gentílicos nem sempre consiste na mera junção de um sufixo à base do topónimo (nome de um sítio ou local), existindo processos mais complexos, por vezes com justificações etimológicas ou históricas: por exemplo, o gentílico de Castelo Branco é albicastrense e não *castelo-branquês, *castelo-branquense ou *castelo--brancano.” Esta é a definição que encontramos no Portal da Língua Portuguesa (http://www.portaldalinguaportuguesa.org, acedido em 21-02-2019.)
Os habitantes de Braga podem ser “bracarenses”, “bracaraugustanos”, “bragueses” ou “brácaros”. Os de Évora são “eborenses” e os de Beja serão “bejenses”? Sim, podem ser, mas também são “pacenses” como os de Paços de Ferreira. Todavia, por razões diferentes. Pax Julia ou Civitas Pacensis era o nome da cidade de Beja, na altura da romanização.
Fora do País, há alguns gentílicos surpreendentes. Sabe de onde são os malgaxes? De Madagáscar. E um lourenço-marquino? De Maputo, antiga Lourenço Marques, em Moçambique. Um fino será de onde? Da Finlândia, claro.
Há alguns gentílicos bem interessantes que podem ser consultados aqui (http://www.portaldalinguaportuguesa.org/recursos.html?action=gentilicos&act=list).
Expressões idiomáticas
Cada povo tem expressões muito próprias. Algumas são mesmo impossíveis de traduzir para outras línguas. Por vezes, pomo-nos a adivinhar a sua origem e a sua ligação à situação em que a empregamos, mas nem sempre é tarefa fácil.
“Viver à grande e à francesa” é usada para expressar um modo de vida faustoso, mas qual a sua origem? Na primeira invasão francesa, o general Junot e os altos representantes de Napoleão em Portugal desfilavam, pelas ruas de Lisboa, pomposamente vestidos de gala.
“Memória de elefante” é algo que não tenho. O elefante tem uma memória fantástica. Fixa rotas longuíssimas que percorre todos os anos. Temos memória de elefante quando temos facilidade em memorizar.
A expressão “resvés Campo de Ourique” foi cunhada pela História e significa “ficar muito perto de algo”. Em 1755, quando o terramoto destruiu grande parte de Lisboa, até à zona de Campo de Ourique que ficou intacta. Quem nunca usou algo como “o carro passou resvés Campo de Ourique da parede.”?
“Andar à toa” é deambular sem propósito ou não ter certeza sobre o que fazer. Uma toa é a corda que une duas embarcações, a que reboca e a que é rebocada. Um barco que está à toa navega sem rumo, segue o que o reboca. Uma pessoa que anda à toa também segue sem rumo, despreocupadamente.
Um “acordo leonino” não é um acordo entre sportinguistas. O leão, conhecido como o rei da selva, teria poder sobre os outros animais. Este tipo de acordo descreve, pois, uma situação negocial em que uma das pessoas fica em grande desvantagem em relação a outra.
Às vezes é preciso “queimar as pestanas” antes dos exames ou seja estudar muito. Na sua origem, referia-se aos alunos que estudavam muito. Não havendo eletricidade, recorria-se a uma lamparina ou uma vela para conseguir ler e escrever. A luz obtida por estes processos era fraca e, por conseguinte, era necessário que a lamparina ou a vela estivessem muito perto da cara e do que se pretendia ler o que poderia, de facto, ”queimar as pestanas”, literalmente.
Boa semana.
13 Abril 2021
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