Ettore Scola e a ferrovia portuguesa
Escreve quem sabe
2024-09-20 às 06h00
Este verão revisitei alguns livros da minha estante e, de entre estes, alguns sobre escutismo. Um deles, sob o título “História do Escutismo em Setúbal”, que que na altura lera, de um folgo, para responder ao desafio do seu autor, o dirigente Francisco Monteiro, de quem sou amigo e admirador da sua vida dedicada ao Escutismo Católico Português, bem como do seu pensamento e da sua ação escutista, para escrever um testemunho a ser publicado num capítulo intitulado “Palavras Amigas”, daí esta declaração de interesse que publicamente confesso, mas que não me tolda a visão.
A primeira ata para a constituição do Escutismo Católico em Setúbal, está datada de 21 de outubro de 1924 e a segunda para a criação do Grupo 110, data de 24 de outubro de 1933, Francisco Monteiro considera a década de 1934 a 1944 como o tempo de fundação, de crescimento e de consolidação.
Recorde-se que nos territórios da “Margem Sul” do Patriarcado de Lisboa, fora criada a “Região Pastoral de Setúbal”, em 29 de maio de 1966.
Mas ao ser criada a nova Diocese de Setúbal, ereta em 16 de julho de 1975, pela bula “Studentes Nos” do Papa Paulo VI, abrangendo os seguintes territórios: Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Montijo (incluindo as freguesias de Canha, Pegões e Santo Isidro, desmembradas da Arquidiocese de Évora), Palmela, Seixal, Sesimbra, Setúbal e ainda duas parcelas territoriais que ficaram a integrar a nova paróquia da Comporta (Comporta - proveniente da freguesia e concelho de Alcácer do Sal, Arquidiocese de Évora e Troia - proveniente da freguesia de Melides, concelho de Grândola, Diocese de Beja). O Corpo Nacional de Escutas onde as Regiões, segundo os seus estatutos, correspondem, em princípio às dioceses, houve necessidade de se criar uma nova Região Escutista e assim foi criada a Região de Setúbal.
No dia 26 de outubro de 1975, foi sagrado, na Sé Catedral de Santa Maria da Graça, o primeiro bispo da diocese, o Senhor D. Manuel da Silva Martins. Numa nota curiosa o autor refere: «O dia estava abafado e muito quente, a igreja encontrava-se repleta. Cá fora, no largo fronteiro, cerda de meia centenas de pessoas juntavam-se em manifestação “espontânea” e gritavam palavras de ordem; “fora com o bispo”, “queremos padres progressistas”, “abaixo a reação”». Como aqui assentam perfeitamente as palavras de Camões: «mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, / muda-se o ser, muda-se a confiança; / todo o mundo é composto de mudança, / tomando sempre as novas qualidades.». Pois este bispo, tido como «reacionário», pelos manifestantes, uma década depois era, pelos mesmos e por outros designado como «o Bispo Vermelho».
O Senhor D. Manuel Martins com uma personalidade caraterizada pelo “amor ao próximo” sempre encontrava uma expressão que a todos cativava e a propósito deste novo epíteto, lá ia dizendo ao programa da RD, “Maçã de Adão: «se vermelho é dar voz a quem não a tem, se vermelho é denunciar situações de injustiças sociais, tal como o desemprego, os salários em atraso, etc., então terei muito gosto em ser o Bispo Vermelho.».
A primeira Junta Regional de Setúbal foi nomeada na Flor de Lis de março de 1976. na Ordem de Serviço Nacional número 349, de 1 de março. Sendo o primeiro Chefe Regional de Setúbal o dirigente Júlio Manuel do Patrocínio.
Esta novíssima Região Escutista notabilizou-se e, de certa forma, impulsionou todo o CNE com uma vontade enorme de mudar, de criar novas linhas a ação e de uma ligação às comunidades muito intensa.
E em poucos anos tornaram-se em construtores de sedes dos Agrupamentos e da Base Regional de Setúbal com um propósito de facilitar as atividades, as deslocações e os alojamentos aos agrupamentos, promovendo, deste modo, um espírito de corpo regional enriquecido pelo Centro de Formação da Arrábida. Era e continua a ser uma Região que partilha e ajuda e assim, também ela, «vai crescendo em idade, sabedoria e graça».
10 Outubro 2024
08 Outubro 2024
Com a sessão iniciada poderá fazer download do jornal e poderá escolher a frequência com que recebe a nossa newsletter.
Escolha as categorias que farão parte da sua página inicial.
Continuará a ver as manchetes com maior destaque.
Faça login para uma melhor experiência no site Correio do Minho. O Correio do Minho tem mais a oferecer quando efectuar o login da sua conta.
Se ainda não é um utilizador do Correio do Minho:
RegistoRegiste-se gratuitamente no "Correio Do Minho online" para poder desfrutar de todas as potencialidades do site!
Se já é um utilizador do Correio do Minho:
LoginSe esqueceu da palavra-passe de acesso, introduza o endereço de e-mail que escolheu no registo e clique em "Recuperar".
Receberá uma mensagem de e-mail com as instruções para criar uma nova palavra-passe. Poderá alterá-la posteriormente na sua área de utilizador.
Subscreva gratuitamente as newsletters e receba o melhor da actualidade e os trabalhos mais profundos.
Deixa o teu comentário