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Repensar o alinhamento estratégico

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Repensar o alinhamento estratégico

Voz às Escolas

2020-02-05 às 06h00

Manuel Vitorino Manuel Vitorino

As linhas orientadoras para a educação e formação dos jovens apontam para a importância de valorizar o capital humano como alavanca fundamental para o desenvolvimento da sociedade.
Neste sentido, é pedido às escolas que promovam o sucesso educativo dos seus alunos, reduzindo a retenção e o abandono escolar. Naquelas que têm ofertas formativas qualificantes, designadamente curso profissionais, pede-se mais: que apoiem a colocação dos diplomados, no mercado de trabalho e na continuação da sua formação.
Relativamente à empregabilidade, pretende-se que seja nas áreas de formação desses diplomados, o que implica uma articulação entre a oferta formativa e aquilo que o mercado de trabalho necessita e exige, a cada momento, facilitando assim, a satisfação dos empregadores.
O sistema de antecipação de necessidades de formação, apesar das suas limitações metodológicas e o enviesamento estatístico subjacente, surge como uma ferramenta de apoio à decisão, apontando as áreas a privilegiar, o que determina, em larga medida, os cursos a abrir em cada ano.
O catálogo nacional de qualificações apresenta um leque diversificado de áreas de formação e de profissões associadas a cada uma dessas áreas, que não pode ser visto numa perspectiva de delimitação territorial concelhia ou de NUTIII. O mercado é cada vez mais aberto e competitivo. Os trabalhadores das bacias do Minho e Lima, têm oportunidades de emprego mais compensadoras na vizinha Galiza ou na Área Metropolitana do Porto, apenas para nos cingirmos aos corredores de drenagem que emergem neste contexto concreto e à escala regional.
Por isso, a procura dos empregadores e a relativa escassez de mão de obra que é apontada, não pode respaldar-se no alegado défice de formação – em número e em competências - dos alunos abrangidos pela escolaridade obrigatória.
Há outras variáveis a considerar. Destaco duas: i) muitas das atuais ofertas de emprego podem ser executadas por trabalhadores indiferenciados, com baixas remunerações; ii) a especialização e a qualificação pagam-se. A título de exemplo, um soldador dificilmente fica a ganhar 700 euros em Viana do Castelo, quando mais do que duplica o seu salário se aceitar uma oferta no mercado galego, com a possibilidade de continuar a residir em Portugal.
Falta ainda o alinhamento estratégico entre os diferentes atores, económicos, sociais, culturais e institucionais em torno do modelo de desenvolvimento pretendido e nas formas de o operacionalizar. Se nada for feito, a diminuição da população ativa acabará por induzir processos de produção cada vez mais automatizados, levando as empresas a recrutar pessoas mais qualificadas, com outras perspectivas sobre o trabalho e a vida, e obviamente, com remunerações compatíveis com o perfil profissional demonstrado. Levará tempo mas não há outra via.

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