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‘Spoofing’ e a Vulnerabilidade das Comunicações

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Voz às Escolas

2021-06-28 às 06h00

João Andrade João Andrade

Ano letivo quase a terminar… Mais duas semanas de aulas para o pré-escolar e os 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, ainda toda a logística dos exames nacionais do ensino secundário a cumprir, mas as escolas já estão completamente cometidas no perceber e pensar a organização do próximo ano letivo.
Quem pense que estes dois últimos anos não deixaram marcas nas nossas crianças e jovens engana-se redondamente. Embora pudéssemos constatar nas escolas que, na sua grande maioria, as crianças continuaram a saber ser felizes, num modo que é só delas e que torna tão especial a infância, também constamos, particularmente nos mais velhos, uma diminuição das competências de socialização e uma crescente apatia face às dimensões mais básicas da vida.

Vários psicólogos têm vindo a alertar para este fenómeno, em língua inglesa denominado de languishing, que será, acreditamos, fortemente potenciado pelos diversos distanciamentos que a pandemia obriga e obrigou.
Em diversas turmas do ensino secundário tornou-se evidente, no retorno ao ensino presencial, uma postura coletiva, por vezes amorfa, que muito dificultou o trabalho dos docentes na criação e gestão de aulas dinâmicas e apelativas.
Neste momento é desconhecido o impacto que, a longo prazo, este contexto poderá vira a ter na saúde, mental e física dos nossos jovens e, consequente, no futuro da nossa vida coletiva.
Urge, assim, ponderar os danos que um progressivo retorno à normalidade possa comportar, por via de infeções diretas por Covid19, face aos outros claros danos, eventualmente mais insidiosos e perenes, em outras dimensões da saúde e vida dos nosso jovens e sociedade.

Pensamos, assim, que o próximo ano letivo tem de ser um o mais próximo possível de uma normalidade, e que o País deve fazer todos os esforços para o possibilitar, nomeadamente através da vacinação do maior número de pessoas, incluindo, eventualmente, os jovens mais velhos.
E, enquanto não conseguirmos o desejado – e esperemos que possível! – debelar permanente da corrente pandemia, teremos que saber gerir, com sensatez e racionalidade, os diversos riscos que irão coexistir.
A infância e a adolescência são tempos únicos na vida, cheios de momentos simbólicos e significativos, em família, na escola ou com amigos, que guardamos e que nos alimentarão uma vida inteira!

Desde março de 2020, passamos pelo susto, pelo medo, pela incerteza, pela reinvenção e pela resiliência, que nos levaram a construir e a gerir, exaustivamente, uma normalidade anormal, onde pudéssemos continuar a funcionar. Se nos mostramos capazes, em esforço coletivo - de professores, pessoal não docente, pais, famílias, e demais comunidade -, de diariamente garantir, com sucesso, a segurança, o bem-estar e a aprendizagem minimente válida dos nossos jovens e crianças, apesar de não terminada a presente luta – e esperando que, entretanto, não advenham supressas indesejáveis… -, começa a ser imperioso preparar a nossa próxima grande obrigação: reparar ou mitigar, o mais possível, os danos que estes dois anos neles deixaram. Dois anos letivos são metade de um primeiro ciclo, um segundo ciclo inteiro ou dois terços de um terceiro ciclo ou ensino secundário. Para uma criança ou um jovem, uma eternidade!
Mas tudo o que mostramos ser capazes de, juntos, fazer até ao presente momento, confere-nos uma certeza: saberemos estar à altura do desafio. É tempo de Renascer!

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