Investir na Juventude: o exemplo de Braga e desafios futuros
Ideias
2025-01-16 às 06h00
Janeiro está aqui novamente, e com ele, o velho clichê do "ano novo, vida nova".
Mas vamos ser honestos: quantas vezes essa promessa já se mostrou vazia? Quantas listas de resoluções morreram antes mesmo de fevereiro chegar? O problema não está na ideia de mudar, mas na maneira como encaramos a transformação. É nesse contexto que a grande pergunta emerge: Reiniciar ou Reinventar?
Reiniciar é a solução mais simples, e talvez por isso, a mais tentadora. É o desejo de apagar os erros, como se a vida fosse um quadro de ardósia onde bastasse passar um pano para tudo desaparecer. Mas a vida não funciona assim, não importa quantas vezes você mude de emprego, de cidade ou até de identidade. Levará sempre consigo o peso do que foi. Reiniciar é uma miragem, um alívio passageiro que não enfrenta o essencial: o confronto com a verdade de quem você é.
Reinventar, por outro lado, é um ato brutal de honestidade. Não é apagar, é construir. Não é esquecer, é transformar. A dor, o fracasso, as deceções — tudo isso é matéria-prima. Reinventar é como um escultor que olha para um bloco de pedra imperfeito e vê potencial onde outros veem apenas defeitos. É o trabalho mais difícil, porque exige coragem para encarar as próprias sombras, e a paciência q.b para moldar algo novo a partir delas.
“É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós.” disse o poeta português José Saramago. Reinventar é exatamente isso: afastar-se do que acreditávamos ser para descobrir o que podemos ser. E isso, às vezes, é o maior ato de coragem que podemos ter.
E aqui está a verdade que ninguém gosta de admitir: a vida não te vai dar um reset. Não pode apagar as escolhas que fez, as palavras que disse, as oportunidades que deixou escapar. Mas pode aprender. Pode crescer. Reinventar não é um caminho rápido, mas é o único que realmente vale a pena. E é isso que janeiro pede: que você seja brutalmente honesto consigo mesmo. Que pare de procurar atalhos e encare a dura, mas libertadora, tarefa de se recriar.
Talvez seja por isso que tantos temem reinventar-se. Porque não há garantias. Você pode falhar. Pode tropeçar. Pode demorar mais do que esperava. Mas deixo-lhe um segredo: cada passo que você dá na direção dessa reinvenção é um ato de coragem. Cada pequena vitória é uma declaração ao mundo de que você não é definido pelo seu passado, mas pelo que escolhe fazer com ele.
Então, em qual lado está? Vai contentar-se em reiniciar, em indagar a ilusão de um começo do zero? Ou vai arregaçar as mangas e reinventar-se, mesmo que o caminho seja mais longo e doloroso? A escolha é sua. Mas lembre-se: o tempo não espera. E a vida, em toda a sua brutalidade e beleza, só recompensa aqueles que ousam recriar-se.
Janeiro após janeiro…
11 Fevereiro 2025
10 Fevereiro 2025
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