Parece que não há sobre o que escrever. Esta semana estaremos todos a pensar muito na celebração do Natal, a festa de família que mais une a sociedade Portuguesa. Enquanto nos preparamos para esta celebração, o cenário político parece pausado.. O Governo encontra-se em gestão corrente, limitado na tomada de decisões cruciais. Esta fase, embora constitucionalmente obrigatória, traz consigo uma sensação de pause, como se estivéssemos no limiar de um novo capítulo, aguardando para virar a página.

Ainda não se pode falar da campanha eleitoral que certamente começará nos primeiros dias de 2024, embora as entrelinhas políticas já se antecipem estratégias, discutindo cenários e possíveis desfechos das eleições marcadas para o dia 10 de Março. A expectativa é palpável, pois todos aguardam para saber quem liderará o novo Governo e ocupará o cargo de Primeiro-Ministro.
Este intervalo entre o fim de um ciclo político e o início de outro é como uma pausa. Enquanto nos preparamos para a festividade natalícia, há a oportunidade para um olhar crítico sobre o que se passou e para uma antecipação, desejavelmente esperançosa, do que está por vir.

Na esfera educacional, os resultados negativos tornam-se um fator preocupante. As pontuações no teste PISA 2022 revelam que a literacia dos estudantes de 15 anos, nos países da OCDE, baixou consideravelmente, face a 2018. As condicionantes ao ensino e às aprendizagens, que ocorreram durante a pandemia, certamente contribuíram para esta evolução. Não é necessário repetir que, mais do que outras dimensões, isto afeta diretamente o futuro das gerações.

O sistema de saúde enfrenta desafios cada vez mais prementes. As longas filas de espera, a falta de recursos e o excesso de burocracia são apenas algumas das questões que contribuem para um cenário caótico.
Depois do trabalho notável da Comissão Técnica Independente, o eventual atraso ainda maior ou até a não tomada de decisão acerca do novo aeroporto pode ser imperdoável. Esta questão crucial para o desenvolvimento do país continua sem resolução, mantendo-se como um impasse que afeta a economia e o futuro das infraestruturas nacionais.

Assim, mesmo em tempos de transição política, é essencial que sejam estabelecidas prioridades claras. A resolução de questões cruciais para o país não pode esperar por decisões futuras. É necessário um compromisso firme e ação imediata para enfrentar os desafios pendentes e construir um futuro mais promissor para todos os portugueses. É tempo de transformar a inércia em ação e as promessas em realizações concretas
Mas enquanto aguardamos, é nas festas natalícias que encontramos refúgio. O Natal é, afinal, um lembrete de que, apesar das vicissitudes políticas, a magia desta festa permanece inalterada, recordando-nos que, no final, são os valores humanos que verdadeiramente importam.
Feliz Natal para todos!