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Redes Sociais. Um novo vírus epidémico

A responsabilidade de todos

Redes Sociais. Um novo vírus epidémico

Escreve quem sabe

2020-06-05 às 06h00

Ricardo Santos Ricardo Santos

Em Portugal, no ano de 2019, 6,2 milhões de Portugueses encontravam-se registados e activos no facebook, onde diariamente cada Português registado passou em média 93 minutos online.
Se retirarmos as faixas etárias com idades superiores aos 75 anos que por motivos óbvios não serão utilizadores, isto significará que 67% da população estará registada no facebook e diariamente absorve e/ou carrega informação para o mesmo.
Falo do Facebook como poderia falar de outras redes sociais, mas considero ser esta a mais expressiva em número de utilizadores registados, e por ser a que me pareceu mais expressiva no transporte e disseminação do contágio a que se assistiu nas últimas semanas.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a evolução dos meios de desinformação foram testados e explorados ao limite. Sobre a premissa do controlo das massas que precisavam ser transportadas para os ideais políticos mais extremos, houve um verdadeiro “sequestro” da consciência da população.
Joseph Goebbels foi o ministro da propaganda da Alemanha Nazi, que através da Rádio e da emissão de filmes fabricados pelo regime, levou a que a população Alemã acreditasse na superioridade Ariana e em todas as falsas informações disseminadas. Foi tão eficaz que a menos de um ano da capitulação de Berlim, a população acreditava que a frente de leste (Rússia) estava totalmente conquistada e que o Terceiro Reich iria durar mil anos.

Nos últimos dois meses, a situação de emergência de nível Mundial que a todos alterou o quotidiano, a ponto de nos vermos no nosso próprio “Big Brother”, foi um verdadeiro teste ao estado psicológico de cada um. Durante este período, o País viu-se invadido por uma outra epidemia que se propagou e a quase todos atingiu com mais ou menos gravidade.
As redes sociais sempre foram alvo de comentários mais ou menos comedidos sobre futebol e política. Com este inesperado paradigma de isolamento e confinamento quase geral da população, onde os tempos mortos e a ansiedade dispararam, o Facebook foi palco de um verdadeiro debate sobre economia e saúde. Debate este que na maior parte das vezes teve o governo como alvo onde a desinformação e as teorias da conspiração foram as estirpes mais perigosas deste novo vírus.

É factual que muita desinformação foi habilmente lançada para a sociedade com claro intuito de prejudicar o atual executivo, contribuindo para o aumento do medo e da revolta das massas que no meio da desinformação assumiram a posição de “Tudólogos”. Estes, num verdadeiro upload de informações que recebiam pelas redes sociais e em grande parte pelo WhatsApp (que foi uma via rápida de vídeos alterados e provenientes de fontes desconhecidas), talvez pela falta de capacidade de análise critica, foram os grandes infetados e hospedes deste vírus que mina a democracia, a liberdade e a serenidade que todos nós precisamos num momento inédito que ficará para a história.

Conforme Goebbels afirmou: “Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade”, não será certamente isso que nós Portugueses queremos e acreditamos para o nosso País.

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